SIGA-NOS NAS REDES SOCIAIS
  • Facebook
  • Instagram
  • Twitter
  • Youtube
  • Spotify
Play BPM
  • Home
  • Notícias
  • Lançamentos
    • Nacionais
    • Internacionais
    • Boas da Semana
    • Trevas da Semana
  • Colunas
  • Entrevistas
  • Agenda
  • Contato
Fechar busca

Saúde mental na cena eletrônica: quando as luzes se apagam e a pista esvazia, como ficam os artistas?

11 de Setembro de 2023
  • Compartilhe

- Por Cissa Gayoso -

Nunca se fez tão necessário falar sobre saúde mental como atualmente. Em um contexto pós-pandemia, em que o mundo deseja recuperar o “tempo perdido”, tudo parece estar rápido demais, ao passo que os indivíduos aparentam não conseguir acompanhar o mesmo ritmo. O impacto da montanha-russa de emoções que vivemos nos últimos anos está atingindo a todos, sem distinção de credo, classe social, origem ou raça.

A cena eletrônica mundial não é nenhuma exceção quando falamos sobre este assunto, muito pelo contrário, percebe-se que há um senso comum de que “está todo mundo mal de alguma forma”. Mesmo com todo o glamour presente na indústria da música, existe um outro lado da moeda, que percorre silenciosamente os backstages e estúdios mundo afora e diz respeito àquilo que não é observado na superfície, afinal, o que vemos é só a pontinha do iceberg.

Em 2018, quando a Dance Music perdeu Avicii para o suicídio, que é a principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), foi possível perceber que nem tudo é o que parece. Mesmo com as pistas lotadas, fãs alucinados e muito dinheiro, Tim Bergling foi mais uma das tristes perdas do mercado da música, lançando luz à importância de se falar em depressão, ansiedade, suicídio e saúde mental em geral.

Crédito de Imagem [Vision - Not On Film]
Crédito de Imagem [Vision - Not On Film]

Uma pesquisa realizada pela Play BPM em 2021 à respeito da saúde mental de DJs e produtores brasileiros durante a pandemia, confirmou o que era esperado: o isolamento social, a falta de eventos, o desemprego e todo o cenário político-social do Brasil fizeram com que o número de pessoas com depressão, ansiedade, síndrome do pânico e burnout subisse consideravelmente. No entanto, a situação mudou nos anos seguintes, em 2022 e 2023, com o retorno de festas, festivais e reabertura de clubes e fronteiras, trazendo à tona outras questões a serem lidadas, como a insalubridade da profissão de artista, a instabilidade pós-crise, a dificuldade de inserção no mercado e demais aspectos nem sempre levados em consideração quando o DJ está na cabine ou o produtor se encontra dentro do estúdio.

Um dos maiores estudos já realizados sobre a saúde mental no meio musical foi feito pela Universidade de Westminster em parceria com a MusicTank, o “Help Musicians UK”, com 2.211 músicos e pessoas da indústria. Na ocasião, a pesquisa apontou que 70% dos participantes afirmaram já terem passado por ataques de pânico e/ou altos níveis de ansiedade, além de 68,5% relatarem ter depressão.

O famigerado sucesso que muitos profissionais desejam alcançar possui um preço: privação de sono, falta de tempo com família e amigos, muita pressão da indústria musical, álcool, drogas, redes sociais e competitividade. Além disso, os extremos ficam mais evidentes com o choque de experiências antagônicas em um curto período de tempo: o amor dos fãs vem acompanhado da grosseria dos haters, a pista de dança com 70 mil pessoas se transforma em um solitário quarto de hotel, a cama quentinha de casa passa a ser a poltrona do avião, e toda essa dinâmica pode se tornar gatilho mental para os profissionais do meio artístico.

E não para por aí, com a globalização digital e o aumento do alcance dessas pessoas, tanto o lado positivo quanto o lado negativo da profissão foram realçados. Para ser reconhecido, visto e valorizado como artista hoje em dia, não basta mixar e/ou produzir, é preciso desenvolver o marketing pessoal, ter um ótimo engajamento nas redes, alcançar os charts, bater o recorde de plays no Spotify, lançar uma música atrás da outra, gravar incontáveis sets e, se fosse humanamente possível, estar em dois lugares ao mesmo tempo. O nível de exigência está muito elevado, então, é imprescindível que o profissional seja capaz de lidar com o excesso de frustrações, dificuldades, invalidações e escassez de oportunidade.

Além disso, com o potencial viral das redes sociais, “muitos jovens ficam famosos com 16/17 anos, momento no qual ainda estão construindo suas personalidades e não têm maturidade suficiente para lidar com o peso que ser artista pode carregar”, declara a psicóloga, DJ e produtora Rafaella Bueno. De acordo com Bueno, “a área de raciocínio lógico do cérebro só fica madura por volta dos 25 anos”, e se já é difícil para os mais experientes artistas da cena como Armin van Buuren, Deadmau5, Vintage Culture, Alok e tantos outros, imagina para aqueles que têm suas vidas transformadas da noite para o dia, e nem sequer amadureceram completamente!

Crédito de Imagem [Alisson Demetrio]
Crédito de Imagem [Alisson Demetrio]

Dessa forma, em se tratando de saúde mental, é preciso que a pauta gire em torno da PREVENÇÃO, como aponta escrito por Rafaella Bueno em setembro de 2022 no artigo "A saúde mental na cena eletrônica brasileira no pós-pandemia: é preciso se lembrar de quem já se foi, mas, mais do que isso, é preciso honrar as lições que eles nos deixaram", e que DJs e produtores, independentemente de qual momento da carreira se encontrem, busquem acompanhamento psicoterapêutico, mesmo quando acreditam que não precisam ou que dão conta sozinhos. Além do mais, a atenção à saúde da mente é um dever de todos, uma vez que cada um possui suas dores e não é possível comparar o todo de uma pessoa com apenas uma parte de outrem. Empatia é entender as dores do outro a partir do ponto de vista dele, e exercê-la é fundamental para não cair em armadilhas de comparação e/ou julgamento.

Viver da música é uma bênção, aqueles que escolhem o caminho da arte são corajosos e transformam o mundo, mas para seguirem presenteando-o com suas melodias e batidas, é necessário estar com a mente sã e saudável. Embora seja uma carreira extremamente gratificante e linda, a rotina não é fácil e exige muito sacrifício. Cuidar do que há de mais precioso nos seres humanos é não somente importante, como necessário.

Assim sendo, artistas em ascensão precisam de ajuda para aguentar o rojão e as frustrações da profissão, enquanto os já consolidados e famosos necessitam de cuidados para lidar com os paradoxos da fama. Em qualquer um destes casos, quando o último drop é tocado, as luzes se apagam e a pista de dança esvazia, só resta o indivíduo e sua mente. Então, que ela esteja em sua melhor forma possível!

Imagem de capa: Rukes

Veja também

Pesquisa realizada pela Play BPM aponta que a saúde mental dos DJs e produtores brasileiros está debilitada, especialmente no período da pandemia A saúde mental na cena eletrônica brasileira no pós-pandemia: é preciso se lembrar de quem já se foi, mas, mais do que isso, é preciso honrar as lições que eles nos deixaram
Tags:
  • setembro amarelo
  • Saúde Mental
  • Saúde mental na música eletrônica
  • Prevenção ao suicídio
  • Avicii
  • Compartilhe

Sobre o autor

Cissa Gayoso

Cissa Gayoso

Sendo fruto do encontro de uma violinista com um violonista, a música me guia desde sempre e nela encontrei a família que escolhi para chamar de minha. A partir de 2021, transformei minha paixão em profissão e, desde então, vivo imersa nas oportunidades e vivências que este universo surpreendente da arte me entrega a cada momento! De social media à editora-chefe da Play BPM, as várias facetas do meu ser estão em constante mudança, mas com algumas essências imutáveis: a minha alma que ama sorrir, a paixão por música, pela arte da comunicação, e as conexões da vida que fazem tudo valer a pena! 🚀🌈🍍

  • Instagram
Banner

Últimas notícias

Mais um projeto brasileiro embarca rumo aos Estados Unidos para turnê inédita
08/05/2025 às 16h37

Mais um projeto brasileiro embarca rumo aos Estados Unidos para turnê inédita

Hot Parade celebra 12 anos como referência da cena eletrônica na Baixada Santista com Kolombo, Fran Bortolossi, Elle Kosh e muito mais neste sábado (10)
06/05/2025 às 14h24

Hot Parade celebra 12 anos como referência da cena eletrônica na Baixada Santista com Kolombo, Fran Bortolossi, Elle Kosh e muito mais neste sábado (10)

Uma premiação que está moldando o futuro da música eletrônica mundial.
01/05/2025 às 00h18

Uma premiação que está moldando o futuro da música eletrônica mundial.

veja mais notícias

Instagram

siga-nos no instagram
Play BPM
  • Home
  • Notícias
  • Lançamentos
  • Entrevistas
  • Agenda
  • Contato
  • Quem somos
© 2025 - Todos os direitos reservados. 2i9 negócios digitais
  • Navegação
  • Home
  • Notícias
  • Lançamentos +-
    • Nacionais
    • Internacionais
    • Boas da Semana
    • Trevas da Semana
  • Colunas
  • Entrevistas
  • Agenda
  • Contato
Siga-nos nas redes sociais
  • Facebook
  • Instagram
  • Twitter
  • Youtube
  • Spotify