Os sons que estão incendiando a Europa: Trance, Hardgroove e Hard Bounce voltam às pistas com força total
Conteúdo Autoral - por Barbara Marques -
Tirei uns dias para fazer uma eurotrip, e passei por Berlim e Amsterdam, onde pude vivenciar clubs como Tresor, Berghain, RSO e Æden e participar da semana mais louca que eu fui, o ADE.
Durante o Amsterdam Dance Event (ADE), a capital holandesa se transforma no epicentro global da música eletrônica. São dias intensos de conferências, showcases e festas que invadem cada canto da cidade. Entre sets hipnóticos, warehouses lotados e multidões vibrando, uma coisa ficou clara: a Europa está vivendo um renascimento da energia rave.
Os sons dominantes? Trance, Hardgroove e Hard Bounce — gêneros que resgatam a alma dos anos 2000, mas com um novo tempero underground.
Esses estilos estão moldando uma nova fase da cena eletrônica europeia — mais acelerada, mais visceral e, acima de tudo, mais divertida.
Trance: o retorno da euforia
O Trance nunca morreu — apenas tirou um tempo para se reinventar. Agora, ele volta pelas mãos da nova geração, com uma pegada de techno, batidas mais secas e melodias nostálgicas que lembram o auge dos anos 2000.
No ADE, DJs como Indira Paganotto, Marlon Hoffstadt e KI/KI mostraram como o trance pode ser tão intenso quanto emocional. Entre os 140 e 150 BPM, a energia é pura catarse: o público se perde em sintetizadores etéreos, pads melódicos e drops que arrepiam.
Essa vertente equilibra nostalgia e modernidade. As melodias angelicais permanecem, mas o contexto agora é mais sombrio, mais underground. Em Berlim, vi DJs mesclando hard techno com camadas de trance, criando um clima de euforia futurista que dominou as madrugadas.
Hardgroove: o techno que balança o corpo
Enquanto o techno industrial dominou os últimos anos, uma nova onda vem tomando conta das pistas: o Hardgroove.
Esse estilo nasceu no final dos anos 1990, pelas mãos de lendas como Ben Sims, e hoje retorna em versões modernas que unem batidas rápidas, percussões tribais e swing irresistível.
Diferente do techno duro e reto, o hardgroove é feito para dançar. São linhas de baixo rolantes, hi-hats sincopados e grooves que te fazem perder a noção do tempo.
O hardgroove prova que o techno pode ser rápido, intenso e ainda assim groovy. É o equilíbrio perfeito entre força e fluidez — e quem presenciou um set assim sabe do que estou falando.
Hard Bounce: diversão e caos controlado
Originado da fusão entre o Hard House britânico e o som “donk” dos anos 2000, o gênero está voltando com tudo em festas de Londres, Berlim e Amsterdam.
Imagine um som a 150 BPM, com basslines saltitantes, samples irreverentes e energia rave old school — essa é a vibe.
O Hard Bounce é o lado mais brincalhão da cena hard dance. Ele resgata o espírito das festas onde o importante é se divertir, pular, suar e sorrir.
No ADE, foi impossível não notar a quantidade de DJs incorporando esse som em seus sets e arenas lotadas vibrando.
É o som da nostalgia com futuro — despretensioso, exagerado e irresistível.
Embora esses sons já tenham tomado conta dos clubes e festivais europeus, o movimento ainda não encontrou o mesmo fôlego no Brasil mas vemos alguns festivais e festas trazendo alguns nomes desses estilos.
O que hoje ecoa nas pistas da Europa pode, em breve, ressoar também nas pistas brasileiras — basta tempo para o público se conectar a essa nova frequência.
Imagem de capa: Reprodução.
Sobre o autor
Últimas notícias
WhoMadeWho fará estreia no Camarote Salvador 2026
Relatório da WARM revela as tracks de música eletrônica mais tocadas nas rádios neste ano até agora

