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Este sábado, 20 de novembro, é Dia da Consciência Negra, feriado em alguns estados e municípios do Brasil. A data é uma homenagem e reconhecimento da luta de Zumbi dos Palmares e os companheiros dele no quilombo. O dia também é fundamental para evidenciar as desigualdades e violências contra a população negra no Brasil. Mas o que você, amante de música eletrônica tem a ver com isso?
Infelizmente, hoje ainda são poucos os negros e negras presentes na nossa cena conforme levantamento que já foi apresentado aqui na Play BPM [que você pode conferir aqui]. Também evidenciamos em outro artigo a falta de transparência sobre o assunto [leia aqui].
Os DJs, produtores e demais players que trabalham em volta da nossa cultura são majoritariamente brancos. Este cenário não é exclusivo da música eletrônica, pelo contrário, é o reflexo da realidade brasileira fruto de anos de exploração do trabalho escravo. Mas ainda é natural que vejamos mais negros e negras trabalhando nas festas do que se divertindo.
Faça um teste: conte quantos negros e negras estiveram presentes no line das últimas festas que você frequentou. A resposta você deixa nos comentários do nosso perfil no Instagram.
A ausência dessas pessoas jamais é em decorrência da falta de esforço ou da falaciosa tese da meritocracia. O problema é a falta de estrutura básica pra sobrevivência e, como consequência, afeta qualquer tipo de desenvolvimento.
É evidente que a sociedade avançou desde a abolição, mas avançou pouco! Ainda há muito o que fazer pra reduzir tantas desigualdades como a que está presente nas pick-ups de DJs no Brasil a fora. E este dia é ideal pra refletirmos sobre esses desafios.
Assim, o Dia da Consciência Negra pode criar oportunidades e promover espaços pra discussão e participação dos negros e negras na indústria da música eletrônica em geral, contendo o avanço da desigualdade racial, além de minimizar os impactos provocados pela escravidão.
Embora você não seja culpado por isso, possivelmente usufrui de privilégios conquistados durante esse período. Pense nisso! E tenha uma boa reflexão.
Sobre o autor
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Renan Fernandes
28 anos, fotógrafo e jornalista que fala sobre política, sociologia, filosofia e música.
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