Conteúdo Autoral - por Barbara Marques -
Se tem uma coisa que 2025 deixou evidente é que a cena eletrônica brasileira vive um momento de efervescência e grande parte dessa energia vem dos coletivos. Muito além de festas, esses grupos têm sido responsáveis por formar público, revelar artistas, movimentar regiões inteiras e renovar a estética da noite com autenticidade e zero fórmula pronta.
A seguir, listamos alguns nomes que estão moldando a cena eletrônica, cada um com sua história, estética e seu papel fundamental na construção de uma música eletrônica mais diversa, madura e conectada.
1.SHADOW
Criada em 2017 por Alex Justino, a SHADOW se tornou um dos principais núcleos de Techno do Centro-Oeste, responsável por profissionalizar e impulsionar a cena eletrônica de Goiânia. Com mais de 80 edições, o coletivo construiu uma identidade sólida baseada em imersão sonora, estética minimalista e experiência de pista, sempre priorizando qualidade técnica e curadoria refinada.
A SHADOW já reuniu grandes nomes como Alarico, Arthur Robert, Jonas Kopp, Norbak e Kwartz, além de artistas brasileiros de projeção internacional como Marcal, Amanda Mussi e Vinicius Honorio. Sua programação equilibra talentos estrangeiros, nacionais e locais, ajudando a formar público, educar o repertório e fortalecer DJs da região. Com estética industrial, comunicação forte e comunidade engajada, a SHADOW é hoje um dos pilares da cultura eletrônica independente do Centro-Oeste.
O projeto é assinado pela produtora Nin92wo, também responsável pela FUGA, núcleo de House que, junto da SHADOW, movimenta milhares de pessoas e mantém viva a expansão da cena eletrônica goiana.
2. Gop Tun
O Gop Tun começou como uma festa e hoje é um dos maiores ecossistemas da música eletrônica no Brasil, com label, eventos e até festival próprio. Seu som transita entre house, techno, disco, criando pistas leves, dançantes e sempre bem curadas. Os DJs residentes se tornaram influências nacionais e internacionais.
O coletivo também é responsável por trazer artistas globais inéditos ao país e fortalecer a cena com alto nível técnico. Aguardamos ansiosamente para o festival em abril, que conta com grandes nomes como FJAAK, JAYDA G, DJ Heartstring, Ogazon e outros artistas.
3. BITUCA
Onde há fumaça, há bituca. O coletivo que vem esquentando a cena paulistana surgiu do encontro de amigos com referências e uma paixão inegociável pela música. Em pouco tempo já construíram um caminho marcado por sets afiados, convidados de peso e uma atmosfera onde alegria, respeito e dança são regra.
A bituca segue soprando fumaça boa, e já conta com 20 edições. Eles acabaram de completar 2 anos, onde comemoraram no Caracol bar com um B2B inédito de Renato Cohen e Vermelho.
4. HAIL THE LIGHT
A Hail nasceu em 2019 trazendo um conceito de um Techno mais raw e hipnótico, sonoridades que trazem momentos de groove e introspecção. Com uma curadoria impecável, sempre trazendo artistas nacionais e internacionais de peso para seus eventos, podemos dizer que é uma referência para a cena underground.
Suas festas já contaram com nomes como Orbe, Ben Sims, Stef Mendesidis e recentemente se juntaram com outro grande coletivo do underground, a Under Divison para realizarem um festival com grandes nomes da cena internacional e nacional.
5. UNDER DIVISON
Fundada em 2018, se consolidou como um dos coletivos mais influentes de São Paulo.
Lotando festas em galpões e locais alternativos, resgatando aquele Techno mais pesado, industrial, hard, focado em intensidade sonora e uma pista sempre frenética.
O coletivo também é importante por abrir espaço para DJs emergentes e nomes nacionais, muitas vezes dando palco para quem ainda não teve visibilidade na cena e já trouxe grandes nomes como PERC, Cassie Raptor, Andre Salata, Tessuto e Alignment.
6. ATRITA
Criada por volta de 2019 em Fortaleza e idealizada pelos DJs/organizadores Gabriel Tuusmyr e RyanBNog, o coletivo rapidamente se destacou por uma postura clara de inclusão: suas festas colocam no centro as pessoas LGBTQIAP+, dissidências de gênero, mulheres e pessoas pretas, celebrando a diversidade e garantindo representatividade real.
A Atrita tem ênfase em club music, house, techno e música eletrônica alternativa que foge do circuito comercial tradicional.
Esses coletivos não estão apenas promovendo festas: estão construindo uma cena, formando artistas, educando o público e abrindo caminhos para que a música eletrônica brasileira se torne cada vez mais plural, profissional e conectada ao mundo. Em um país continental, onde cada cidade vibra em uma frequência própria, são essas iniciativas independentes que garantem a expansão real do underground.
Imagem de capa: Reprodução.
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