Entrevistas

Arthus, da Totoyov, fala sobre o segundo lançamento em vinil da gravadora

Se te perguntarmos em que década o vinil foi criado, você saberia responder? Bem, faz tempo! Esse queridinho dos músicos ganhou forma nos anos 40 e, por aqui no Brasil, começou a chegar somente após os anos 50. Depois do surgimento das fitas e principalmente dos CDs, já na década de 90, esse tipo de mídia começou a sair de cena e, com o tempo, passou a ser considerado “item de colecionador”. São poucos os DJs que ainda sustentam a arte de discotecagem com as bolachas, menos ainda as gravadoras de música eletrônica que investem em prensagem de vinil, principalmente brasileiras.

Mas quando se tem amor por algo, não há muito o que se fazer a não ser entregar-se de corpo, alma e ouvidos. Foi o que fez Arthur Thalison aka Arthus, head da Totoyov, gravadora que já soma mais de 5 anos de história e é uma das principais em território nacional dentro do Minimal/Deep Tech. Por muito tempo, Arthus sempre sonhou em lançar os trabalhos do label em vinil — e isso aconteceu em 2017, mas ficou por aí — agora, após muita preparação e planejamento, um segundo disco está chegando.

O VA Totoyov Gold Series já tem data marcada para ganhar a luz do dia: 19 de março. Nós falamos com o headlabel sobre como tem sido esse processo e o movimento de coragem que poucos ousam em tomar (confira o dico na Deejay.de ).

Play BPM: Imaginamos que este era um sonho antigo seu… desde quando você pensava em lançar em vinil? Arthus: Fala pessoal, obrigado pelo convite, fico feliz de compartilhar essa conquista! Então trabalhar com vinil no Brasil é praticamente impossível por conta da distribuição e prensagem, após uma longa pesquisa consegui ser aceito em um programa que facilitou o acesso, e hoje após ser a primeira label brasileira no programa, abri espaço para que outras possam tomar o mesmo caminho, fico feliz com isso!

E onde e como você encontrou essa empresa para prensar os discos? É uma empresa da Alemanha, então isso facilita a distribuição também no mercado estrangeiro, o que é muito positivo pra Totoyov.

Você vê alguma vantagem na questão financeira? Pensa em lucrar com isso ou é mais pela vontade de lançar em vinil mesmo? Acho pouco provável ter lucros, hoje tudo é vazado quase que imediatamente após o lançamento, a vantagem do vinil é que não existe a versão em digital, então se alguém quer tocar em boa qualidade, vai ser necessário comprar uma das cópias. A Totoyov é uma empresa, e sim, precisamos lucrar até pelas despesas para lançar.

Para algum label manager que também sonha com isso, quais são os principais cuidados que ele deve tomar? FAÇA UM PLANEJAMENTO! Já meti muito meus pés pelas mãos por conta da emoção, hoje tenho planejamento para tudo e isso potencializou meu desempenho e otimização do meu tempo.

Como foi a curadoria deste lançamento e aual a tiragem que você fez? Na verdade foi bem tranquila, são pessoas que tenho proximidade fora da música, então isso torna o processo mais fácil. Tentei unir artistas consagrados com estrelas em ascensão, este é o nosso principal pilar. Sobre as cópias, foram feitas 200 iniciais, estou decidindo se ainda vou fazer uma nova prensagem, mas acho que não.

Por fim, você vai ter um cuidado especial com o artwork impresso? Qual sua ideia pra isso? Além da música em si, nosso maior diferencial são as artes. Trabalho com os melhores, para o primeiro lançamento foi decidido que a arte somente será aplicada no vinil, o custo para um material mais elaborado é altíssimo e com o câmbio da forma que está fica improvável algo mais elaborado para a capa, porém, o material de divulgação online está incrível.

Você pode comprar o disco diretamente pela Deejay.de .