
Após um ano agitado, com lançamento de álbum e turnê especial de 25 anos de carreira, Gustavo Manfroni, o Burn In Noise, trouxe novidades para 2025 que prometem impactar o Psy Trance. O DJ e produtor carioca, por meio de suas redes sociais, anunciou em uma segunda-feira, 19 de Maio, a criação de sua própria gravadora, a Frozen Silence Records. O comunicado seguiu com outra grande surpresa para os fãs, para começar com o pé direito, em outubro a gravadora fará seu primeiro lançamento, o requisitado álbum de um de seus projetos, o Undefined Behavior.
Buscamos Gustavo para nos contar mais sobre as novidades, trazendo os bastidores da criação da label, lançamento do álbum e também sobre sua carreira. Confira a entrevista exclusiva à Play BPM:
Adoramos ver o seu novo investimento para o mercado do Psy Trance, e gostaríamos de saber Gustavo, o que te motivou a criar a Frozen Silence Records neste momento da sua carreira?
A Frozen Silence nasceu de um desejo meu de retribuir tudo que a música me deu até aqui. Chegou um momento em que senti que era hora de criar um espaço onde eu pudesse não só lançar minhas próprias músicas, mas também apoiar artistas que compartilham uma visão musical parecida com a minha. É uma vontade de ajudar a cena a se renovar, de abrir portas para quem está chegando com talento, autenticidade e amor pela música.
Você disse que a proposta da label é apoiar novos talentos. Mas como será feito esse processo de curadoria e seleção dos artistas?
Esse processo é algo muito orgânico. Eu escuto muita coisa, recebo muito som de artistas do mundo todo, e naturalmente algumas conexões acontecem. Busco principalmente sentir uma verdade no som, algo que fuja de fórmulas prontas e que tenha uma assinatura própria. Além disso, também me importo muito com a energia da pessoa por trás do projeto. A música eletrônica, especialmente no nosso universo, é muito mais do que só música — é uma frequência que conecta pessoas, histórias e intenções.
No vídeo de anúncio da gravadora, você mencionou que pretende dar visibilidade principalmente a produtores brasileiros. Quais características você busca em um artista para compor o catálogo da gravadora?
O Brasil sempre foi um celeiro de talentos incríveis, e muitas vezes esses talentos ficam ofuscados pela dificuldade de acesso ao mercado. Na gravadora, eu estou procurando artistas que realmente estão buscando se expressar de forma única, sem se prender a tendências ou padrões. É aquele som que você escuta e sente na hora que tem algo especial ali — uma identidade, uma coragem de ser diferente. Também valorizo muito quem tem comprometimento, visão de longo prazo e uma paixão real pela arte.
Como uma verdadeira máquina músical, Burn In Noise possui diversos projetos, são eles o Circuit Breakers, junto com Dickster, The First Stone, com as lendas Swarup e DJ Zumbi, ainda junto Dickster e Ajja possui o Infinitti Gritti, e mais um com o suíço Ajja, o projeto que trará novidades, Undefined Behavior.
O álbum de estreia do Undefined Behavior já é muito esperado há tempos. Como foi o processo de criação desse álbum? E o que nós podemos esperar desse trabalho?
Esse álbum é fruto de uma conexão muito especial entre o Ajja e eu. A ideia do Undefined Behavior sempre foi criar músicas de forma totalmente livre, sem seguir padrões, fórmulas ou limitações, mas ao mesmo tempo mesclando nossos estilos. A gente se permitiu explorar texturas, ritmos não convencionais, atmosferas profundas e grooves quebrados — tudo isso sem nenhuma preocupação além de se divertir no estúdio e buscar uma expressão sonora verdadeira. Foi uma construção bem natural, feita com muito carinho, respeito mútuo e paixão pela música psicodélica.
Podem esperar algo bem fora da curva. O Undefined Behavior é um projeto onde eu e o Ajja exploramos total liberdade criativa, sem amarras, sem rótulos e sem regras. É uma soma das nossas visões da música psicodélica, onde texturas, atmosferas e grooves e se encontram pra criar uma experiência única.
Após o lançamento do álbum, quais serão os planos para a Frozen Silence Records, o que podemos esperar em seguida?
A Frozen Silence nasce com uma visão de longo prazo. Além do álbum do Undefined Behavior, já tenho outros lançamentos alinhados, tanto dos meus projetos quanto de artistas que admiro e também de artistas novos que compartilham essa mesma busca por autenticidade e inovação. A ideia é construir uma plataforma sólida, que não seja apenas um selo, mas uma comunidade.
Novas colaborações, turnê europeia e reflexões de mais de 20 anos de uma carreira
Além do lançamento do álbum do Undefined Behavior, Burn in Noise adiantou uma sequência de novidades em sua carreira. O artista revelou que tem produzido músicas inéditas, colaborações com nomes de peso da cena global do psytrance e remixes que prometem surpreender. Confira:
Gustavo, vamos falar sobre sua carreira… Poderia nos contar sobre os próximos lançamentos do Burn in Noise?
Vem bastante coisa nova sim! Tem música solo, tem collabs bem especiais rolando. E também estou produzindo alguns remixes que vão surpreender bastante, coisas que talvez ninguém espere de mim. Tenho procurado fazer remixes e collabs com pessoas que ainda não tive a oportunidade de trabalhar junto e que eu admiro bastante dentro da música.
Acabei de refazer o Remix oficial de uma música do Raul Seixas com meu amigo e super talentoso produtor Vegas. Fiz também um remix junto com Altruism para uma faixa do Rising Dust e Shayman. Remixei Liquid Soul e Outsiders. Tem um remix do Killerwatts que vai sair no álbum deles agora também.
Eu e Dickster temos muitas músicas novas do Circuit Breakers também. Em breve vários lançamentos. Além disso tenho feito collabs com grandes artistas e amigos. Tristan, Altruism, Menog, Imaginarium, NoFace, Avan7, Becker. Tem muita muita coisa nova vindo por aí.
Estamos sabendo que vem uma turnê pela Europa este ano também, como está sendo a preparação para o verão europeu?
A preparação está intensa, como sempre. Verão na Europa é aquela época do ano em que praticamente a gente vive na estrada, de festival em festival por quase 3 meses. Então é cuidar da saúde, manter o corpo e a mente alinhados, preparar sets novos, com muita música nova, e também reservar espaço pra me conectar com o público, com os amigos e com a natureza, que é sempre muito presente nos festivais europeus.
Dentre as apresentações que fará por lá, tem algum festival específico nessa tour que você está mais ansioso para tocar?
Cada festival tem sua magia, sua história. Mas claro que tem alguns que têm um peso emocional maior, por tudo que representam na minha trajetória e na cena global. Esse ano o Ozora vai ser especial pra mim, vai ser a nona vez que toco por lá e resolvi filmar o Full Video da minha apresentação.
É um Festival que sempre me emociona muito, tanto pela qualidade do evento quanto pela conexão com o público. E também fico muito animado quando surge algum festival novo, com uma proposta diferente, porque é sinal de que a cena está viva e se renovando.
Gustavo, agora para finalizar… Ano passado você comemorou 25 anos de carreira, ao longo dessas duas décadas de estrada, o que você sente que mudou mais na cena e em você como artista?
A cena mudou muito, assim como eu. No começo, tudo era muito mais underground, mais informal, mais desafiador. Hoje temos uma estrutura muito mais profissional, mais acesso à tecnologia, a qualidade dos eventos e da produção musical evoluiu absurdamente. Por outro lado, percebo também que é preciso ter muito cuidado para não deixar a essência se perder no meio disso tudo.
Em mim, o que mudou foi a visão. Antes eu era muito mais centrado no meu próprio caminho, na minha evolução técnica, na minha carreira. Hoje, minha motivação maior é colaborar, ajudar, construir pontes, fortalecer a cena como um todo. E, acima de tudo, continuar aprendendo. Porque, no fim das contas, somos eternos aprendizes nessa jornada.
Adoramos o papo Gustavo, muito obrigado pela atenção e desejamos muito sucesso na gravadora e seus projetos, que venham ainda mais décadas de história!!
Agradeço o carinho! Espero encontrar vocês pelas pistas!
Imagem de capa: Reprodução.
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