Cat Dealers fala sobre emoção de voltar a tocar, festas fora do Brasil e evento online gratuito de produção musical
Pedrão e Lugui, irmãos que formam o duo carioca Cat Dealers, vêm conquistando o mundo com sua identidade e levando a música eletrônica brasileira à outras nações. Depois de um momento de pausa por conta da pandemia, eles retomaram os shows com o pé direito em uma turnê de 22 datas no Estados Unidos - o maior tempo que já passaram fora de casa tocando. Conhecendo novas cidades e fazendo novos fãs, o duo mostra a receptividade do público que aguardava ansioso o retorno dos evento, assim como os DJs e produtores.
Conversamos com Cat Dealers sobre como estão rolando as festas fora do Brasil, a apresentação marcada para o Mysteryland (Holanda) e o evento gratuito sobre produção musical no qual farão um remix ao vivo. Confira!
Cat Dealers! Muito obrigada por falarem conosco! Estamos animadíssimos para saber como anda a turnê pelos Estados Unidos! Entendemos que no começo houve um problema com o visto e alguns shows tiveram que ser adiados/cancelados. Como lidaram com isso bem no início da turnê? Ainda mais num momento de esperança e cheio de expectativas, né…
Esse primeiro momento foi realmente de muita apreensão, porque estávamos dependendo de vários fatores e tudo estava meio incerto. Essa turnê era para ter começado no ano passado, mas, por conta da pandemia, teve que ser adiada. A oportunidade de retomá-la era algo que não conseguimos nem explicar, estávamos muito animados! Então realmente passamos por momentos tensos, estávamos a um passo de viver esse sonho e, ao mesmo tempo, tinham essas incertezas pairando. Mas no final deu tudo certo e agora estamos aqui, de volta aos palcos, matando as saudades do que mais amamos fazer e ainda por cima fazendo essa turnê inédita que sempre foi um dos nossos maiores objetivos com o projeto.
12 apresentações ✔️. Vocês já passaram por Nova York, Texas, Flórida, Califórnia e mais… como tem sido a receptividade do público, tanto dos americanos quanto dos brasileiros? E qual a emoção de estar de volta aos palcos?
Tem sido incrível! Acho que como estávamos todos com saudades dos eventos, o público está demais, super animado, realmente aproveitando o momento. Estamos nos sentido muito acolhidos, tanto nos shows, quanto depois, nas mensagens que nos mandam, inclusive de muita galera americana que foi e disse que virou fã. Tocar assim ao vivo é a nossa parte favorita do trabalho, é um momento de pura emoção e felicidade, então poder voltar não parece nem real hahaha, é inexplicável!
Até agora, qual o momento mais marcante e especial da turnê?
Difícil escolher um momento só. Essa tour tem sido uma experiência incrível como um todo. Estamos conhecendo muitas cidades iradíssimas que não tínhamos ideia de como eram, fazendo shows lotados para um público novo, conhecendo muitos artistas que admiramos... tudo tem sido muito especial, nunca na nossa carreira tínhamos ficado tanto tempo fora fazendo shows e estamos amando.
Aliás, contem um pouquinho mais sobre como estão rolando os eventos fora do Brasil. Vocês foram vacinados? Para entrar nos clubes, no geral, é preciso apresentar teste negativo ou declaração de vacinação?
Uma das primeiras coisas que fizemos foi tomar a vacina. Aqui a vida está praticamente normal, em lojas e ambientes fechados ainda é preciso usar máscaras caso não tenha sido vacinado, e no aeroporto é obrigatório para todo mundo. Os eventos estão 100% normais por aqui. Como a maior parte da população já se vacinou, a taxa de transmissão do vírus está muito baixa, então está liberado eventos para todo mundo, inclusive para quem ainda não se vacinou.
Mais de 20 shows aí nos Estados Unidos e estamos vendo fotos lindas de vocês pelas cidades. Como tem sido descobrir novos locais por aí? Podemos dizer que o país é uma segunda casa pra vocês?
Nós amamos viajar e conhecer lugares novos, então tem sido mesmo demais poder visitar tantas cidades que nunca tínhamos ido. Eu (Pedrão) já morei nos Estados Unidos, na verdade, em São Francisco, na Califórnia, há uns anos, então realmente talvez seja uma segunda casa haha. Fomos agora a San Diego e nos lembrou bastante o Rio, com certeza nos vemos morando lá também, tem uma vibe bem parecida com a nossa, seria incrível.
Não tem como não comentar sobre Mysteryland, o grande retorno de vocês em um festival! Estão preparando algo diferente com a equipe para a data? Vai rolar uma turnê europeia?
Estamos muito empolgados e ansiosos com o Mysteryland, mais um festival que era para ter acontecido ano passado e estamos na expectativa. Turnê europeia infelizmente ainda não vai rolar, pois a maioria dos países por lá ainda estão com restrições devido à covid, mas temos certeza que assim que tudo se estabilizar por lá, teremos uma ótima tour!
Acabamos de ver um encontro de vocês com GoldFish nos EUA! Como tem sido encontrar/conversar pessoalmente com outros DJs e produtores gringos? Já tem collab marcada? rs
Nós já os conhecemos há um tempo, até já lançamos uma música com eles em 2019, "Colours & Lights". É sempre ótimo reencontrá-los, somos muito fãs do seu trabalho e adoramos os dois! Mantemos sempre contato, nessa quarentena mesmo já nos convidaram para participar de seu programa com um set que preparamos. Ainda não temos nenhuma nova collab marcada, mas nunca se sabe haha.
Para finalizar, contem pra gente um pouco mais sobre o “Cat Dealers Experience” e as lives warm-up que tem feito com outros grandes nomes brazucas de produção musical.
O Cat Dealers Experience é uma maneira de retribuirmos um pouco por tudo que conquistamos. Nele, vamos dividir com todo mundo que se inscreveu algumas das dicas mais importantes que aprendemos ao longo da nossa carreira. Sempre achamos muito difícil achar material de qualidade online e em português, então resolvemos contribuir um pouco como podemos. Vão ser três dias de evento gratuito, transmitido no nosso YouTube, em que vamos tratar de assuntos para ajudar a todos que querem começar a produzir ou que pretendem elevar suas produções. Além disso, também vamos mostrar a produção de um remix do zero, ao vivo, para todo mundo que acompanhar. Estamos bem felizes com o que estamos preparando, já temos milhares de inscrições, então a expectativa está lá no alto.
Foto: divulgação.
Sobre o autor
Vitória Zane
Editora-chefe da Play BPM. Jornalista curiosa que ama escrever, conhecer histórias, descobrir festivais e ouvir música eletrônica <3