Marcus Vinicius aka Dirtyloud é um DJ e produtor mineiro que surgiu em meados de 2008, com sonoridade voltada para o Electro House, alcançando um status notável nos charts em todo o mundo, chegando a ter 4 de seus lançamentos ao mesmo tempo no top 10 das paradas de electro-house; alcançando o segundo lugar no Beatport.
Após 18 turnês internacionais; remixes para gravadoras como Atlantic e Universal para OWSLA e Dim Mak, trabalhando para artistas como Shakira, Calvin Harris e Yoko Ono; se apresentar nos clubs e festivais mais renomados ao redor do mundo; Dirtyloud resolveu tirar um tempo das produções em 2019, para explorar novos horizontes. Naturalmente, com amadurecimento artístico, agora ele passa a refletir uma nova sonoridade.
O primeiro lançamento dessa transição foi um house remix da icônica faixa “Leave the World Behind” do trio Swedish House Mafia. Em janeiro deste ano, ele lançou sua segunda track “Running Back” pelo selo holandês Revealed Radar, e em fevereiro chega “Love me Better”, próximo lançamento pelo selo russo MixFeed.
Conversamos com o artista sobre a nova fase do projeto, o período de mudança e quais os planos para o futuro. Confira:
Play BPM: O projeto Dirtyloud é longínquo e teve importantes conquistas. Seguiu se renovando. Como foi chegar até aqui, em 2021, mostrando-se atual e fresh? Dirtyloud: Chegar aqui não foi fácil. A música se renova e se recicla e a gente tem que fazer o mesmo, estudando, renovando. Eu fazia um estilo de som que parou e precisei me reinventar. Estou há cerca de dois ou três anos estudando essa minha evolução, o que fazer, o que eu acredito, o que me agrada. Não consigo fazer algo só porque está bombando ou algo do tipo, eu só consigo fazer o que eu gosto. Então, me reencontrei com o house, que foi por onde eu comecei quando eu tinha 12/13 anos. Com 15 anos, eu tocava house, Steve Angello, Axwell, era Cassius. Acho que pra chegar até aqui é muito trabalho, estudo, perseverança. Não é fácil, mas é muito satisfatório.
Play BPM: O que motivou a mudança de sonoridade do projeto, que ganhou uma atmosfera mais house music? Conta pra gente um pouco mais sobre essa mudança de som. Como o público pode identificar? Dirtyloud: Eu nunca toquei outro estilo além do house, comecei no house, fui pro eletro house, que é um subgênero, onde eu bombeei o projeto, e sempre toquei um pouco de tudo, tech house, prog house, até porque as influências das músicas hoje são misturadas. Então é basicamente isso que me levou a essa mudança. Foi todo esse know-how, amadurecimento do som e o house sempre foi minha paixão. A partir do momento que fui ficando mais velho, comecei a ver outras formas se de fazer, de entregar meu trabalho para o público.
Play BPM: O seu remix, lançado no dia 18 de dezembro free download marca o início dessa virada de chave. A track escolhida teve algo relacionado a essa mudança? Conta um pouco pra gente. Dirtyloud: Teve sim, porque é uma música antiga que me marcou. Tenho mais quatro remakes de músicas antigas que eu peguei pra fazer isso, que estão completamente relacionadas com o house, trazendo essa nova roupagem do meu som. São músicas de grandes artistas que fizeram parte da minha vida, clássicos que continuam bombando ao longo do tempo.
Play BPM: O Dirtyloud passou por diversos estados brasileiros e países mundo afora. Como você viu o crescimento da cena de 2008 pra cá? Dirtyloud: Um crescimento absurdo. Eu como artista, que rodou o país inteiro e 16 países fora, percorrendo todos os continentes, posso dizer que a música eletrônica nunca esteve tão grande e, desde 2008, só crescendo, e amanhã estará maior que hoje. Artistas tomaram proporção de rockstar. A música eletrônica que antes era considerada mais underground, ganhou os holofotes, e deixou os artistas mais populares. Por mais que eu tenha rodado o mundo inteiro, na época, eu era um artista da música eletrônica, então, acaba que as pessoas não te conheciam como conhecem hoje o Alok, Vintage Culture, 12 anos depois. Acho que é um crescimento absurdo, nunca andou pra atrás e só tende a crescer mais.
Play BPM: Você começou 2021 lançando pelo selo do Hardwell, big name mundial. E bateu o top #10 do New Coming Tracks do 1001Tracklists com a faixa “Running Back”. Qual a importância de um selo grande como esse nesse momento do projeto? E os suportes e feedbacks, como estão sendo? Dirtyloud: Lançar em uma gravadora grande é de extrema importância. Você não precisa de uma gravadora pra bombar, porém, a importância é absurda. O Hardwell é um big name, isso faz com que milhões de pessoas sigam ele e a gravadora. Lançando um som lá, posso alcançar o público que acompanha a label, além do público de artistas que lançam lá. Ele dá suporte, toca no Hardwell On Air, que sempre quando sai episódio novo a galera vai escutar as novidades. Entrar no New Coming Tracks é legal porque atinge o mundo todo. Recebo mensagens da Ucrânia, Croácia, Tailândia elogiando o som. A big label leva seu nome para mais lugares, além de terem um mailing gigante pra grandes artistas e muitos contatos.
Play BPM: A gente ficou sabendo que tem documentário sobre o Dirtyloud à vista. Você pode adiantar um pouco mais sobre ele? Spoiler?! Dirtyloud: Tem documentário sim. O que posso adiantar é que ele sai logo, logo. O documentário é a respeito da carreira de artistas e DJs, por meio das vivências que eu tive. Tô bem empolgado, ainda não vi pronto, só vou ver quanto estiver tudo finalizado. Vai ser algo motivador pra galera que tá começando, que quer começar: “se o cara conseguiu, eu também consigo”. Passo a minha experiência, minhas ideias, o que eu vivi.
Play BPM: Você percebe essa virada de chave como um novo ciclo ou recomeço de carreira? Dirtyloud: Eu com certeza percebo como uma virada de chave e um novo ciclo, praticamente três anos que eu estava me reciclando, tentando recomeçar, fazer algo diferente do que eu já fiz no passado. É como se eu tivesse começado do zero, mas sem mudar meu nome, que já tem uma importante trajetória. É um Dirtyloud diferente na sonoridade, estética, literalmente um recomeço. Me vejo como se fosse um artista novo, querendo conquistar a galera com meu som.
Play BPM: Se o Marcus do Dirtyloud de hoje pudesse falar para o Marcus do Dirtyloud de 2008, o que ele diria? Dirtyloud: Eu diria o que eu fiz em 2008, pra sempre praticar o bem, plantar o bem, o amor, a empatia, se aliar a pessoas boas, do bem, se afastar de quem não agrega, que só sabe criticar os outros, focar no trabalho. Foi isso que eu fiz em 2008, então, não tem como falar pro Marcus de 2008, “pô isso aqui”, porque eu aproveitei, vivi, fui feliz, não passei ninguém pra trás, não pisei em ninguém. Acho que o mais importante na vida é o amor, é o caminho até a luz e não tem nada a ver com business, a música está relacionada com isso e transmite esse sentimento, porém, o que eu falaria é literalmente para as pessoas cultivarem o amor, isso traz resultados.
Play BPM: Quais as expectativas para 2021? Dirtyloud: A expectativa para 2021 é a mais absurda que já tive, tô muito feliz com meu som. Durante esses últimos anos nunca acreditei tanto no meu som, curti como agora, isso é uma coisa estranha. Uma vez eu li uma parada do Porter Robinson que dizia exatamente isso: “porque eu não tô feliz fazendo, porque eu não tô gostando, porque quando eu escuto as músicas de outros artistas vem uma sensação maravilhosa e quando escuto a minha acho que não tô conseguindo chegar lá?
Não tenho expectativa de fazer algo grandioso, mas, que vou ser feliz fazendo o que eu gosto, voltei a me divertir. Essa coisa transparente, com amor, o universo retribui pra você. Em relação a cena, quando vai voltar, tô focado no meu trabalho, procurando lançar música. Dia 4 de fevereiro lanço pela russa Mixfeed, e já tem outra assinada na gravadora do HA0, que chegou esmagando no ano passado com grandes suportes e assinando em grandes labels. E assim que a pandemia nos liberar, já tenho uma turnê pela América Norte, passando pelo Canadá e Estados Unidos.