Se tem uma coisa que nos deixa um pouco mais esperançosos e nos enche de orgulho nesse Brasil é quando nos deparamos com algum produtor que pula fora de todo e qualquer comodismo e aposta todas as suas cartas em sua própria identidade musical afim de fazer a diferença. Com influência da música egípcia e indiana, Francisco Borelli, mais conhecido como Flakkë vem chamando atenção em suas produções dia após dia, Brasil á fora. Á nosso convite, batemos um papo exclusivo com o DJ e Produtor sobre sua infância, carreira profissional, novos lançamentos e outras curiosidades que você confere aqui:
Play BPM: Olá Francisco, ou melhor, Flakkë! Tudo bem? Obrigada por ter aceito nosso convite de participar do quadro ENTREVISTADO! É uma honra ter você aqui conosco como 4º entrevistado! Vamos ao que interessa: Qual seu nome completo, idade, cidade natal e há quantos anos você se considera DJ e Produtor?
Flakkë: Eu produzia de brincadeira no Reason na adolescência, mas considero que sou DJ e produtor desde 2012 quando decidi aprender de verdade a produzir.
Play BPM: O nome “Flakke” tem algum significado especial? Da onde e como surgiu a referência para um nome um tanto quanto diferente?
Flakkë: A real é que fiz a primeira música do Flakkë, a “Drop It Down” e mandei pro Felippe Senne, da HUB Records e ele ja quis marcar o release na hora, pois ficou embasbacado com minha audácia. Virei uma noite quebrando a cabeça atrás de um nome e achei a palavra “Flake” que significa “chama” em um idioma nórdico, ai adaptei para Flakkë para ficar mais saboroso e temperado.
Play BPM: Como, quando e porquê surgiu a marcante expressão “flautinha envolvente” em seu projeto?
Flakkë: Surgiu logo no início do projeto com as primeiras tracks lançadas pelo fato deu fazer muito uso de flautas nas minhas músicas, ai pegou o “flautinha envolvente”.
Play BPM: Vimos que você acumula em seu currículo a experiência de estudar na renomada Berklee College of Music em Boston e formação em instrumentos como violão erudito. O que te levou a se interessar tanto pela música? Você tem alguma inspiração fora da cena eletrônica?
Flakkë: Todas! Eu arrisco dizer que minhas influências musicais são muito mais provenientes de gêneros fora da música eletrônica do que da eletrônica em si. Eu sempre fui do rock e da música clássica, estudei violão erudito e tocava em bandas de metal. Nunca naquela época me imaginaria sendo DJ.
Play BPM: Além de ser conhecido por criar sua própria identidade musical e pular fora de qualquer comodismo, você também é conhecido pelo bom humor incomparável em tudo o que faz. Essa característica você herdou desde criança ou adquiriu com o passar dos anos?
Flakkë: Eu não acho que tenho bom humor, só acho que eu sou uma pessoa que não tem medo de passar vergonha, (risos).
Play BPM: Falando em infância, você tem alguma história engraçada (ou nem tanto assim) que tenha te marcado e que queira nos contar?
Flakkë: Eu comia isopor as vezes e já fui apaixonado pela Magali da Turma da Monica, (risos).
Play BPM: Sabemos que antes do seu projeto “Flakke” você era conhecido desde a época em que o EDM bombava e em que você se apresentava como Gran Fran em noites na badalada e extinta, Clash Club. Quais foram as melhores e piores lembranças dessa época?
Flakkë: O melhor dessa época pra mim sempre vai ser a galera que ia curtir meus sets sem medo de derrubar o drink do copo. Agora a pior lembrança foi de quando eu fui chamado pra tocar na Clash a primeira vez. Eu tava tremendo de nervoso e o cara que colocaram pra fazer b2b comigo tava tendo quase um AVC de nervoso, era nossa primeira vez tocando com CDJ e a pista tava lotada. Fizemos a primeira virada bem sambada e enquanto a segunda música tava rolando o cara parou sem querer a música, fazendo a realidade bater na pista e expulsando metade dela. Fomos errando até conseguir expulsar 92% da pista. Só sobraram uns 5 rapazes claramente devastados pelo uso de narcóticos alegando que foi o melhor set que eles ja viram na vida. Bons tempos…
Play BPM: Já que entramos no assunto Gran Fran, seu projeto chegou a ficar conhecido no Brasil como o “KSHMR brasileiro” pela grande semelhança de suas produções com as do produtor americano. De onde vem e qual a razão de tamanha admiração?
Flakkë: Eu gosto do KSHMR justamente porquê acho o som dele muito musical, explosivo e energético além do fato dele também usar orquestrações e elementos orgânicos nas músicas dele, uma coisa que até então pouca gente fazia. Eu acho que ele abriu portas para um EDM mais rico musicalmente. E fora isso acho que as músicas dele simplesmente mexem comigo de uma forma muito profunda, é dificil explicar.
Play BPM: Como foi conhecer o KSHMR?
Flakkë: Um verdadeiro deleite! Eu tive a oportunidade de conversar com ele no camarim antes dele se apresentar e ficamos um bom tempo conversando, até que ele perguntou se eu tinha alguma track pra passar pra ele tocar, e para a minha surpresa ele realmente tocou ela. Depois do show dele fui agradecer ele pelo delicioso concerto e por ter tocado a minha música e ele falou “agora eu entendo porque te chamam de KSHMR braisleiro” hahaha nesse dia dormi feliz, e sonhei com pães de batata e suco de açaí, (risos).
Flakkë:1 instrumento musical: Flauta hahahaha1 destino dos sonhos: Egito!1 momento inesquecível em sua carreira: Comer pizza doce com os caras do Cat Dealers na casa deles.1 arrependimento de vida: Não ter comido pizza doce com os caras do Cat Dealers antes.1 música para ouvir o resto da vida: Goran Bregovic – Ederlezi1 bebida: Milk Shake de Nutella1 DJ: To viciado no Jetfire ultimamente.