Entrevistas

ENTREVISTADO #9: com mix de estilos e sem rótulos, Chemical Surf se mantém na crista da onda

Com gigs memoráveis em países como Alemanha e França, Lucas e Hugo, mais conhecidos como Chemical Surf, tornaram-se responsáveis por possuir uma das agendas mais concorridas do Brasil. Batemos um papo mais do que exclusivo com os irmãos sobre a vida pessoal, carreira profissional, lançamentos e outras curiosidades que você confere abaixo:

Play BPM: Fala Hugo e Lucas! Tudo certo por aí? Obrigada por terem aceito nosso convite em participar do quadro ENTREVISTADO. É uma honra ter vocês em nosso time! Bom, vamos lá: qual o nome completo de vocês, cidade natal e há quantos anos vocês são DJs?

Chemical Surf: Hugo Tassinari Sanches Gonzales / Lucas Tassinari Sanches Gonzales. Somos de Maringá, no Paraná, mas moramos em Balneário Camboriú desde 2014. Começamos nossa carreira juntos em 2003.

Play BPM: De onde e como surgiu a referência para o nome do projeto que faz tanto sucesso Brasil afora? Tem algum significado especial?

Chemical Surf: A nossa ideia quando começamos a produzir sempre foi criar novas fórmulas de música no estúdio, assim como os químicos fazem nos laboratórios, daí a palavra “Chemical”. O “Surf” remete a “surfar nas ondas da música”, juntando as duas soava bem e fazia sentido.

Play BPM: Encontrar dois irmãos em um único projeto já é bem difícil. Agora, quando se trata de dois irmãos gêmeos se torna mais raro ainda (risos). A vontade de trabalhar com música sempre foi mútua ou alguma das partes pensava em fazer algo totalmente diferente do que faz hoje?

Chemical Surf: Não somos gêmeos hehe. O Lucas é mais velho. Desde criança nos interessamos por música, o Lucas chegou a começar uma graduação de odontologia, mas abandonou quando já estávamos tocando e produzindo. Nessa época o Hugo ainda estudava no colegial e nunca cogitou fazer outra coisa.

Play BPM: Vocês tem alguma influência dentro ou fora da cena que de alguma forma te motivaram a seguirem em frente no início da carreira e que os motivam até hoje?

Chemical Surf: Nossos pais sempre nos apoiaram, isso nos motiva até hoje!

Play BPM: Já que estamos falando em influência, quem são os nomes em ação que vocês mais admiram na música eletrônica?

Chemical Surf: Admiramos artistas que trabalham sério e pensam fora da caixa. Podem ser famosos ou não!

Play BPM: Tornou-se “natural” que a grande maioria dos sets de vocês sejam 100% com tracks autorais e sabemos que isso reflete muito tempo de trabalho no estúdio. Como é o relacionamento de vocês na hora da produção?

Chemical Surf: Trabalhamos uma média de 8 a 10 horas diariamente no estúdio, quando não estamos viajando é claro. O fato de sermos irmãos ajudou bastante nosso relacionamento ter dado certo.

Play BPM: Vocês costumam ressaltar sempre o lema “R.I.P Genres” em suas redes sociais justamente por não se prenderem a um gênero específico. A partir de que momento vocês começaram a ter essa percepção e mesclar diversas vertentes?

Chemical Surf: Quando resolvemos voltar com o Chemical Surf em 2013, após uma pausa pra criar outro projeto musical, decidimos que não nos prenderíamos a rótulos, mas sempre gostamos de misturar estilos e influências na hora de produzir, desde o começo em 2003.

Play BPM: Bate Bola Jogo Rápido:

Rip Genres 1 instrumento musical: Teclado 1 destino dos sonhos: Maldivas 1 momento inesquecível na carreira: primeira turnê na Europa 1 arrependimento de vida: Não ter lançado várias músicas que fizemos nesses 15 anos de carreira. 1 música para ouvir o resto da vida: Losing Abilities 1 bebida: Água 1 club/festa: Privilege Búzios 1 DJ: Fat Boy Slim

Play BPM: Em 2017 vocês foram responsáveis por lançaram o primeiro longa metragem que conta um pouco mais sobre a carreira de um projeto brasileiro de música eletrônica e recentemente anunciaram que assim que essa fase passar irão lançar “O Segundo Retorno”. Como é para vocês serem literalmente os protagonistas dessa longa história nas pistas?

Chemical Surf: É a realização do nosso sonho, sempre almejamos isso para nossas vidas!

Play BPM: Conta pra gente como foi a experiência em tocar no meio dos Alpes Franceses a convite do mestre Afrojack?

Chemical Surf: Foi demais! Ficamos uma semana com ele produzindo e praticando snowboarding em Val Thorens. A festa foi uma experiência inesquecível, tocamos no meio das montanhas de gelo para um público extremamente animado. O Nick é uma pessoal incrível, conseguimos criar uma proximidade muito legal com ele.

Play BPM: Vimos que um de seus lançamentos mais recentes foram collabs com artistas nacionais e internacionais. Como é para vocês produzirem ao lado de mais alguém?

Chemical Surf: Produzir ao lado de alguém é juntar ideias diferentes.

Play BPM: CHEMICAL DOGZ! Como e quando surgiu a ideia de juntar dois projetos fraternais de extremo sucesso a ponto de tornar-se um só? Houve alguma razão especial para essa parceria ter sido com o Dubdogz?

Chemical Surf: A primeira vez que fizemos um set juntos foi informalmente no Green Valley, ambos projetos tinham tocado separadamente na mesma noite e surgiu a ideia de um Back to Back no fim da festa. No Lollapalooza de 2019, a organização precisava de alguma atração para substituir o Don Diablo, que acabou cancelando a apresentação em cima da hora. Nós e os Dubdogz já estávamos no Line up do festival, então a Entourage sugeriu essa união para suprir a ausência do Don e acabou dando (muito) certo. A repercussão foi tão grande que decidimos esporadicamente fazer algumas apresentações em eventos especiais.

Play BPM: Recentemente vocês lançaram o novo EP “Quarantine Release” em parceria com o Dubdisko, o qual inclui dois reworks de clássicos dos anos 2000 que até mesmo antes de serem lançados já faziam sucesso nas pistas. Quando decidiram fazer um trabalho em cima de um clássico vocês esperavam que a track pudesse se destacar ainda mais?

Chemical Surf: Quando trabalhamos em algum rework, nossa ideia é sempre trazer uma nova roupagem pra faixa. Sabíamos que essas duas músicas tinham potencial para se transformar em algo que agradasse a cena atual.

Play BPM: Já que estamos falando em resultados positivos e em parceira certeira, a fusão explosiva entre vocês e o Dubdisko é responsável por um lançamento que já ultrapassou a casa dos 20 milhões de plays no Spotify com a track “I Wanna Do”. Na visão de vocês qual foi o diferencial dessa track que a fizeram alcançar esse marco e o coração de todos que a ouvem?

Chemical Surf: A nossa música “Cala Comte” foi a precursora desse formato de som, foi ela que nos influenciou a fazer “I Wanna Do”. Acreditamos que o diferencial de ambas foi justamente soar como algo novo para a cena, assim acabou influenciando nitidamente outros produtores a tentar fazer algo parecido depois que as faixas bombaram.

Play BPM: “POW POW POW”! Qual foi a sensação em poder trabalhar numa collab com um big name como o Kaskade? Quais são suas expectativas para esse grande lançamento?

Chemical Surf: Foi uma grande honra! Somos fãs dele a muito tempo. As expectativas são as maiores possíveis, estamos acreditando bastante que a música vai atingir em cheio o público brasileiro e o público americano.

Play BPM: No começo da carreira vocês imaginavam que o projeto um dia fosse tomar a proporção que tem hoje a ponto de arrastar multidões e se tornarem responsáveis por possuírem uma das agendas mais disputadas do Brasil?

Chemical Surf: Sempre sonhamos com isso! Na verdade sonhávamos com menos que isso (risos). As coisas aconteceram além do que almejávamos e somos muito gratos por tudo!

Play BPM: Para finalizarmos esse incrível bate-papo que tivemos, o que vocês podem compartilhar de experiência no geral para essa galera? Vocês teria alguma mensagem em especial aos fãs que te acompanham?

Chemical Surf: Quando estamos começando, tem dias que nosso sonho parece quase impossível, mas se lá no fundo alguma coisa te diz que é possível, não desista! Para nossos fãs, gostaríamos de dizer “MUITO OBRIGADO POR TUDO” um milhão de vezes. Sem eles não teríamos chegado a lugar nenhum. Logo estaremos juntos de novo, essa fase vai passar!