Entrevistas

Acolhimento, respeito e representatividade: conheça mais sobre a festa Faísca, que assinará palco no Tokka Pride

A TOKKA , plataforma de entretenimento e um dos maiores eventos LGBTQIA+ do Brasil, se prepara para retornar à São Paulo em uma edição mais que especial. Nascida em 2017, a marca agora evoluiu para a TOKKA Pride , festival que transborda amor, respeito à natureza e valorização da diversidade. A label anunciou para este ano uma nova surpresa para seus fãs: a parceira inédita com a Faísca .

Para quem não conhece, a Faísca é uma festa renomada do mercado LGBTQIA+ nacional, tendo desembarcado em cidades como Salvador, Rio de Janeiro, Vitória e Porto Alegre. Com uma identidade visual marcante, representatividade, cenários incríveis e uma curadoria musical radiante, o projeto se fortalece a cada ano e agora consolida-se ainda mais com essa novidade. Desta vez, em celebração ao Mês do Orgulho , a marca irá assinar um palco na TOKKA Pride , reunindo um line-up requintado de muito House , Disco e Techno .

Bacci; Ella de Vuono; From House To Disco; Guga Rahner; Nega Nervous e Valentina Luz farão as honras na Faísca Stage da TOKKA Pride que irá rolar neste sábado (24), a partir das 15h, em São Paulo.

Conversamos com o nome por trás da Faísca sobre o projeto, sua história, ascensão, conceito e muito mais. Confira abaixo:

Quando você idealizou a label, qual era o principal objetivo? O que você quer que as pessoas que frequentam a sua festa levem embora pra casa?

Quando idealizei a Faísca, na verdade, foi uma brincadeira entre amigos no Réveillon de Paraty (RJ). Eu não tinha noção do que iria vir depois disso, mas foi uma situação muito prazerosa. Então, no primeiro Carnaval no Rio é que eu percebi que tinha ficado muito sério, porque recebi muitos abraços e muitos feedbacks positivos, além de dicas de como melhorar. Fui percebendo que, automaticamente, o que eu estava levando pra Faísca era o que eu sentia falta nas festas que eu estava indo. Me senti acolhido e percebi que os meus amigos também estavam acolhidos. Então, hoje, na Faísca, é primordial esse contato com a família que criamos, além de saber acolher e levar alegria de uma forma um pouco mais direta, suave e leve… e com uma curadoria musical.

Eu sinto que cada vez mais as pessoas buscam por eventos assim, de conexão. A Faísca está dentro desse espectro e por isso você vem ganhando o Brasil, com edições em outras cidades e em diversas regiões, do Sul ao Nordeste. Conta pra gente como foi essa expansão: você escolheu ou surgiu demanda?

A Faísca se tornou uma festa itinerante pelo Brasil todo, porque o nosso público hoje tem representantes do país inteiro. É muito difícil encontrar uma festa que dê seguimento ao que nós temos e que vá para onde as pessoas moram. Então, cada vez mais eles vêm pedindo pra levar a Faísca até outras cidades. A gente passou por Curitiba, Porto Alegre e Vitória durante o verão todo, passando por várias cidades do Brasil, e acabou acontecendo a oportunidade do Réveillon, enquanto a gente vai conectando todo o Brasil. Para você ter ideia, tivemos mais de 70 pessoas no Réveillon que vieram de fora do Brasil, estrangeiros, assim como no Carnaval também. Por exemplo, Lisboa representou muito esse ano no Carnaval. Então, pensando em muitas pessoas não têm oportunidade de vir pra São Paulo ou ir pro Rio, porque a gente sabe que é uma demanda de custos um pouco alta, fazemos a Faísca itinerante para que elas tenham a oportunidade de conhecer uma festa que não conheceriam caso não tivessem a possibilidade de vir aqui full time como a gente.

Bom, você está fazendo parcerias. Temos agora, neste sábado (24), a Faísca Stage no TOKKA Pride. Conte um pouco mais como está sendo esse esse mundo de fazer essas parcerias com outras labels e se há possibilidade de edições maiores da Faísca.

A nossa primeira foi no auge do Paribar. A última festa lá realizada foi a convite dos donos e foi incrível. Mas a partir dali o horizonte abriu ainda mais pra gente, e a parceria que fizemos agora TOKKA ocorreu porque já tínhamos a Glitterbox Brasil no dia 7 de junho e eu pretendia fazer uma edição da Faísca ainda nesse mês, mais precisamente no dia 24, já que meu aniversário é no dia 23. Então, conversando com o Ricardo, descobri que a TOKKA também pretendia fazer uma edição no mesmo dia - 24 de junho -, aí surgiu a ideia de fazermos uma parceria, porque no ano passado a TOKKA teve uma pista com uma sonoridade parecida com a nossa. Assim, resolvemos que a Faísca assinaria um dos palcos do TOKKA Pride. Estou bem feliz, né? Porque a Faísca era uma coisa que eu não esperava nada, mas tudo tem acontecido naturalmente e demanda uma energia surreal, e eu venho tentando abraçar essa oportunidade com toda a garra que eu posso.

Você fala de curadoria artística, então temos aí o Lucas Rios, que já tocou, inclusive, no CREMA Club, e é um super artista, que consegue envolver a pista e tem seus fãs. Você está criando isso como se ele fosse o residente da label? Além de outros artistas como o Célio, o Greg, enfim… você acha que a Faísca pode ser um fomentador para novos e outros artistas LGBT+ e que queiram esse espaço para se apresentar em festas assim?

Sim, e consequentemente a minha história é com Célio, que foi meu primeiro DJ e amigo, que esteve comigo desde o Réveillon de Paraty. A gente sempre andou junto, caminhando juntos. E nessa linha do tempo da Faísca, posso dizer a mesma coisa do Lucas, nosso segundo residente, e do Greg também. Os três são meus melhores amigos hoje e são as pessoas que ajudam nessa curadoria e apoiam minhas ideias. Converso tudo com eles, divido tudo com eles e sempre batemos o martelo juntos… agora mesmo a gente vai pra Brasília em agosto. Essa possibilidade de ter outros DJs residentes sempre vai estar aberta, porque eu quero somar com o mercado e com a nossa cena, além de levar essa curadoria sempre especial pra quem não tem, pro preto que nunca é chamado pra uma festa bacana, ou pra gorda que não tem tanta evidência quanto um amigo branco cis que são os nossos residentes. Então, eu estou sempre muito atento ao que que a gente pode levar e sempre vai ter uma mulher no meu Réveillon também agora, onde quase a metade do público é de mulheres. Eu presto muita atenção no que eu posso agregar, não somente na música, assim como eu tenho um projeto que se chama Faísca Além da Música, que a gente vai cuidando da sustentabilidade, do meio ambiente. Onde a gente vai, a gente deixa um legado.

Essa possibilidade de ter outros DJs residentes sempre vai estar aberta, porque eu quero somar com o mercado com a nossa cena e trazer essa curadoria sempre especial pra quem não tem, pro preto que nunca é chamado pra uma festa bacana, ou pra gorda que não tem uma evidência quanto um amigo branco cis que são os nossos residentes. Então eu estou sempre muito atento ao que que a gente pode levar e sempre vai ter uma mulher no meu Réveillon também agora… onde quase a metade do público é de mulheres. Então, eu presto muita atenção no que eu posso agregar, não somente na música, assim como eu tenho um projeto que se chama Faísca Além da Música, que a gente vai cuidando da sustentabilidade, do meio ambiente… onde a gente vai, a gente deixa um legado.

Muito legal, não sabíamos sobre esse projeto, acho que cada vez mais hoje em dia se você não tiver responsabilidade social você está por fora. Mas ao mesmo tempo com um viés que faça sentido e tenha a ver com a proposta da label. E para finalizar, além dessa collab, com a TOKKA e os outros eventos que você vai fazer, oque podemos esperar para 2024?

Nossa, 2024. Difícil. Só penso no Réveillon agora. São 7 dias insanos, né? Um verão melhor e mais quente. Com mais Faísca pra todo mundo, e com certeza o barco Faísca no Carnaval do Rio, para todas as Faisquetes.

Imagem de capa: Divulgação.