Entrevistas

“Uma coisa é certa… eu faço música para MIM e espero que todos ao meu redor gostem”, comenta GORDO em entrevista exclusiva

Com uma bagagem musical que passa por diversos gêneros, como Rap, Trap, Hip-Hop, e Dubstep, GORDO tem ganhado destaque em seu novo projeto. Antigamente conhecido como Carnage, hoje ele não se define musicalmente. Passeando pelo House , Tech House e Techno , o artista acumula milhares de ouvintes nas plataformas digitais e vem ganhando o mundo com suas 12 tracks disruptivas e suportes de big names como Sebastian Ingrosso, David Guetta, Tiësto, A-Trak e DJ Snake, entre outros.

Para entender melhor a fase atual de carreira do artista, bem como ter mais informações sobre sua apresentação no Tomorrowland Brasil 2023 e a edição inédita e gratuita de sua label party TARAKA em São Paulo, tivemos uma conversa exclusiva com o guatemalteco que você pode conferir a seguir:


Você estava escalado para sexta-feira (13) no Tomorrowland Brasil, mas devido às consequências das fortes chuvas, o evento não ocorreu para o público em geral. Mesmo assim você entregou um show para quem estava acampado no DreamVille. Como foi sua apresentação para essas 17 mil pessoas?

Eu sabia que no minuto em que o festival fosse cancelado haveria milhares de pessoas... milhares de fãs... que ficariam decepcionados com a notícia e que precisariam de algo divertido para fazer. Quando me ofereceram o DreamVille, eu ainda estava no meu hotel, que ficava a mais de uma hora de distância do acampamento devido ao mau tempo e ao trânsito. Mas não importava… eu sabia que a coisa certa a fazer era entrar no carro e fazer aquela performance acontecer para os fãs que precisavam de mim e fiquei feliz por ter feito isso. Havia muita energia e paixão na multidão. Todos lá queriam estar genuinamente lá. Foi elétrico.


Horas antes, acompanhamos suas postagens nas redes sociais, garantindo que todos não ficariam sem festa. Foi então que em poucas horas surgiu em São Paulo uma edição gratuita (e muito bem organizada) da TARAKA, sua label party. Foi uma atitude linda! Como surgiu a ideia e como foi produzir essa turnê em tão pouco tempo?

TARAKA é a primeira e única coisa que penso quando vejo uma oportunidade de produzir uma festa épica. Como eu disse, quando soube que o festival foi cancelado, milhares de pessoas precisariam de algo divertido para fazer, mas não teriam opções. Tenho muita sorte de ter um exército de ótimas conexões no Brasil, então, um por um, minha equipe começou a telefonar para ver o que poderíamos fazer para isso acontecer em tão pouco tempo. Acabamos conseguindo um hangar de aeroporto e enchendo-o com 3 mil pessoas. TARAKA totalmente esgotado (mais de 3 mil ingressos) em 60 segundos… histórico. Sou muito grato a todos que conseguiram ingressos, a todos os artistas que compareceram e à minha equipe por fazer isso acontecer comigo. Foi um sonho tornado realidade.


Parecia que você tinha um pouco da vibração brasileira! Você gostou da sua estadia no Brasil? Quando você volta aqui?

Amo o Brasil, estou sempre trabalhando na minha próxima viagem ou show por aí. Estou planejando uma mega turnê pela América do Sul agora e com certeza terei o Brasil na lista de shows. Ainda não posso divulgar muitos detalhes… mas será especial. Apenas esperem.


Sua carreira musical passou por uma transformação notável nos últimos anos, passando do Carnage para o Gordo e explorando gêneros como Techno, Tech House e House Music. O que motivou você a fazer essa mudança e como isso influenciou sua criatividade como artista?

Assim como você disse, minha carreira passou por uma transformação notável, eu também. Durante a pandemia, realmente mudei todo o meu estilo de vida – musicalmente, mentalmente, espiritualmente e muito mais. Eu não era apaixonado por dubstep, trap e estilos musicais mais pesados. Perdi 45 quilos, conectei o mundo, mudei para o Havaí e mergulhei fundo na música que me faz feliz e é essa música que estou fazendo hoje. Isso me mudou imensamente e é o que sempre pretendi produzir e girar.


Sua faixa “KTM” foi um marco na transição do Carnage para o Gordo. Você pode compartilhar conosco a inspiração por trás dessa faixa e como ela influenciou seu novo rumo na música eletrônica?

KTM é uma faixa que se destaca na minha discografia de todas as demais. Do nome do álbum aos sons e vocais fortes/cativantes, era para ser uma música que todos pensam duas vezes ao ouvir o nome, mas ainda assim gostam muito de ouvir. É uma música que faz você pensar e ultrapassa os limites. Eu gosto disso.


Você esteve envolvido na produção de 4 faixas do álbum "Honestly Nevermind" de Drake. Como foi trabalhar em um projeto tão importante e colaborar com artistas renomados? Que lições você tirou dessa experiência?

Drake e eu somos amigos há muito tempo e nunca trabalhamos juntos em música até recentemente. Estou honrado não apenas por fazer parte de "Honestly, Nevermind", mas também de seu álbum mais recente "For All The Dogs", onde produzi as faixas “Gently” feat. Bad Bunny e “Rich Baby Daddy” com Sexyy Red e SZA. Não posso agradecê-lo o suficiente por acreditar em mim e confiar em meus ouvidos e talento. Ele realmente me ensinou a definição de trabalho duro.


Como Gordo, você acumulou um grande número de ouvintes mensais no Spotify em um curto período de tempo. Como você percebe a recepção dos fãs em relação ao seu projeto atual e à sua exploração de novos gêneros musicais?

Mesmo com todo o meu sucesso, me senti um estranho. Todos os discos que lancei ou dos quais participei são extremamente diferentes. Eu não me encaixo em nenhum molde, seja uma faixa techno melódica com Adriatique ou um lançamento latino com Feid. Estou em todo o mapa. Estou feliz por estar no meu próprio caminho e acho que meus fãs estão dispostos a me apoiar! Uma coisa é certa… eu faço música para MIM e espero que todos ao meu redor gostem. Eu faço músicas que me conectam à minha história, família, legado e fãs. É tudo que eu sempre quis. Estou muito feliz em ver tantos fãs ao redor do mundo apoiando isso.


Imagem de capa: Reprodução.