Fechado desde o início da pandemia, o Green Valley sofreu em junho deste ano o impacto de um ciclone-bomba que passou por Santa Catarina. Com parte da estrutura destruída, o club vem recebendo carinho da comunidade eletrônica brasileira e com ajuda de todos, na campanha “Together We Rise” , busca reconstruir o espaço. A festa solidária e memorável ocorrerá em 2021, com grandes DJs da cena participando, e ingressos à venda ainda este mês.

Conversamos com Eduardo Philips, porta-voz do club nº 1 do mundo, e a entrevista exclusiva você confere abaixo:

Play BPM: O prejuízo com as perdas foi calculado em quanto? Eduardo Philips: Há pouco mais de oito meses o espaço havia passado por uma grande reforma, que trouxe novidades aos greenlovers e mais atrativos para as experiências únicas vivenciadas ali. Entre eles, uma tenda que recebeu pelo menos cinco festas antes de ser completamente arrasada pelos vendavais. A estrutura não só ficou totalmente destruída, como, ao cair, atingiu outras partes do club, arruinando camarotes, bares e até mesmo a parte das picapes no mainstage, local consagrado no mundo da música eletrônica por receber os melhores nomes da cena em mais de uma década. São mais de 4 milhões em prejuízos. Por sorte foram apenas danos materiais. O Green Valley segue com seu legado, e espera que num futuro próximo possa voltar a receber fãs da música eletrônica dos quatro cantos do mundo.

Play BPM: Os estragos levaram a uma corrente de solidariedade. Nós participamos do “Together We Rise”. Como isso ocorreu? Eduardo Philips: O primeiro impacto ao notar a destruição de parte do club, e claro, da cidade, foi intenso para os sócios. Contudo, as fotos do Green Valley após o ciclone começaram a viralizar nas redes sociais, e uma onda de apoio tomou conta dos celulares. Amigos, parceiros da música, de eventos e do mundo eletrônico se solidarizaram com o acontecido e se prontificaram a ajudar. Esse carinho recebido de milhares de pessoas deu início ao movimento “Together We Rise”.

Play BPM: Estamos em um período difícil ainda para o mercado de eventos, mesmo com um retorno lento e gradual. Qual o balanço que você faz desse período de pandemia? Eduardo Philips: Em 2020 tivemos nosso sonho de unir e proporcionar bons momentos às pessoas através da música interrompido logo após o Carnaval. Entendemos a dimensão dessa pandemia e nos organizamos para manter a equipe bem e em segurança até que tudo pudesse voltar. Foi então que um ciclone nos atingiu diretamente, levando nossa estrutura ao chão. Pela primeira vez em 13 anos de história, sentimos o nosso sonho ser realmente ameaçado. Mas estamos confiantes que conseguiremos vencer essa imprevisível batalha no mercado de eventos em geral. Seguimos priorizando a saúde e o bem-estar de todos.

Play BPM: Os estragos atrasaram ainda mais a retomada da GV? Eduardo Philips: Sim, já que, por conta dos estragos, precisamos reconstruir do zero toda a estrutura do Green Valley. Nossa esperança e força está no “Together We Rise”, pois somente com a participação de todos poderemos vencer essa etapa tão difícil da nossa história.

Play BPM: Que tipo de cuidados serão adotados na reabertura? Eduardo Philips: Estamos cuidando dos mínimos detalhes para fazer o retorno de forma segura para todos os envolvidos. Mas é importante reforçar que só voltaremos após a liberação de todos os órgãos competentes e segurança plena do público e equipe.

Play BPM: O público pode esperar de novidades? Eduardo Philips: Com certeza! E já podemos confirmar uma delas: em forma de agradecimento a todos que contribuírem com a reconstrução do Green Valley, o Club irá construir um memorial com cada nome de quem comprar ingressos para o evento “Together We Rise”. Esse memorial ficará em lugar de destaque no novo espaço, marcando pra sempre essa história.

Play BPM: Estamos com saudades do clube #1 do mundo, e vocês já, logo de cara, retornam com 3 noites? Como surgiu essa ideia? Eduardo Philips: Dentro do movimento “Together We Rise”, antes dele se transformar em um evento, recebemos o carinho e a solidariedade dos DJs da cena eletrônica. Muitos, como Alok e Vintage Culture, por exemplo, falaram que não queriam deixar acabar um Club tão importante para a história deles e de toda a cena eletrônica. Como eram vários nomes querendo ajudar, o “Together We Rise” se transformou em um evento para arrecadar com a venda dos ingressos o valor para a reconstrução do Club. Mas o Line Up era extenso, por isso, dividimos em três noites memoráveis, para marcar o nosso recomeço. O line-up é composto por DJs que doaram seus cachês em prol do Club número 1 do mundo. O dia 25 de novembro de 2020 ao meio-dia é o marco do início da reconstrução, onde todos os amantes do Green Valley serão convidados para FAZER PARTE deste momento histórico. Além de ajudar no retorno, as pessoas poderão curtir até três noites de festas intensas e únicas.

Play BPM: A escolha do line-up estelar, com os maiores nomes da cena nacional mostra a grandeza do clube. Como foi essa escolha? Eduardo Philips: Nosso line-up é composto por artistas que doaram seus cachês em prol da reconstrução do Green Valley. É uma honra e privilégio ter nomes tão importantes da cena ao nosso lado, especialmente num momento de obstáculos. Estamos muito gratos mesmo por esse movimento lindo que surgiu, não teríamos conseguido chegar até aqui se não fosse o apoio de cada um deles.

Play BPM: Sabemos das altas taxas de câmbio do Euro e Dollar. Mas, quando podemos esperar o retorno de nomes internacionais ao clube? Eduardo Philips: Essa questão envolve variáveis que só ocorrerão no futuro, mas o Green Valley segue incluindo Santa Catarina no roteiro internacional do mercado da música eletrônica.

Play BPM: E por fim, deixe um recado aos fãs do Green Valley que seguem o Play BPM. Eduardo Philips: Nós, do Green Valley, sabemos que não se constrói uma história como a que temos da noite para o dia. Contamos com a ajuda e união de todos que se manifestaram, mandaram energias positivas, para colocar em funcionamento o que fazemos com tanta paixão: levar a melhor experiência da música eletrônica para pessoas do mundo todo. Com certeza ainda teremos bons momentos de celebração sob nossa tenda. É por vocês e para vocês que estamos lutando. A generosidade de cada um é o que nos une e nos fortalece. Voltaremos mais verdes!