Entrevistas

“Hoje o meu gosto e o do mercado andam juntos”, conta Soldera

Passando por um momento explosivo em sua carreira, o DJ e produtor paulista Soldera divulgou uma novidade importante: o relançamento do seu selo Black Belt, que fora lançado primeiramente em 2017 e retorna agora com uma proposta de curadoria mais firme, trazendo lançamentos do próprio Soldera e de DJs convidados com um foco maior em aumentar a visibilidade dos artistas Brasil afora.

Como carro-chefe desta inauguração, como você pode ouvir aqui embaixo, está a track “Can’t Take My Eyes”, colaboração com Thomaz Krauze e o cantor Stee Downess – voz conhecida do hit “Want You in My Soul”, do Lovebirds. Com uma roupagem mais clássica de house music juntando a um espírito clubber e groovado, esta é mais uma das bolas-dentro do Soldera este ano, prosseguindo seu o ciclo que já culminou em um lançamento na Armada Music, selo do Armin van Buuren, e um super show 100% autoral no Castelo de Vinhedo transmitido pelo Soundscape e Dance Television.

Decidimos conversar com o Soldera para entender mais detalhes sobre estas novidades. Confira!

Play BPM: O Brasil passou por várias tendências, hoje construiu uma cena própria e cada dia mais desvencilhada do modelo internacional. Como você enxerga essa cena de classy house music atualmente? Quem são os expoentes atuais que devemos ficar de olho?

Soldera: Acredito que tudo seja cíclico. Hoje, com a popularização do tech house, o house vanguarda e algumas vertentes afro e melódicas estão dominando os eventos de bom gosto, exemplo disso é o Black Coffee com seu afro sendo um fenômeno e tendo noites espetaculares no Hï Ibiza, o Claptone estreando sua noite Masquerade na Pacha, no lugar do Maceo Plex e David Penn liderando o ranking das músicas mais vendidas pela Defected Records.

Play BPM: Esse ano você teve diversas conquistas, está no cast da Box Talents, foi convidado para o melhor episódio do Soundscape até então, lançou uma track na Armada Music, o retorno do Black Belt e mais. Você esperava esse reconhecimento crescente? O que você espera para o futuro?

Soldera: Realmente está sendo um ano maravilhoso. Nunca parei de trabalhar, mas também nunca estive tão focado quanto estou hoje. E como dizem: “Foca que expande” rsrs. Sou inquieto, nunca pensei em parar e sempre soube que 2017/18 estava sendo uma fase de aprendizado e auto-conhecimento. Estava colhendo frutos negativos de algumas decisões erradas e também de uma certa certa forma certas negligências que cometi com minha carreira quando mais eu precisava dar atenção… Enfim, de agora em diante é só andar pra frente e formar uma carreira internacional sólida.

Play BPM: Como você define o desenvolvimento do seu som ao longo dos seus 12 anos de carreira?

Soldera: Acho que posso dizer que sempre fui do contra, e hoje até que enfim o meu gosto e o do mercado conseguiram andar juntos. Quando comecei, reinava o electro house e eu tocava minimal techno, depois era o EDM e eu com o deep, depois foi o g-house e eu no tech house, depois brazilian bass e eu estava no techno… E agora enfim estou houseiro e o house está cada vez mais forte.

Play BPM: O que mudou do Black Belt de 2017 para o Black Belt relançado de agora?

Soldera: Em 2017, criei o Black Belt na vontade de ter um selo, mas sem planejar ou focar. Hoje vou cuidar dele de perto, além de que estou com o Gabriel Lisboa junto, ele é uma pessoa de extrema confiança e super exigente e criterioso, tenho certeza que teremos releases bombásticos.

Play BPM: Como se deu essa parceria com o conhecido vocalista Stee Downess e como se dá a parceria constante com Thomaz Krauze?

Soldera: Eu e o Thomazão somos amigos de longa data, bem antes de pensarmos em ser DJs! Então no final de 2017 lembrei que ele tinha feito em 2012 uma track com o vocal do Stee, pedi pra ele fazer a ponte para uma colaboração nossa e foi então que a track começou. Iniciamos em dezembro de 2017 e lançamos apenas agora, guardei-a para esse relançamento e acredito que ela possa mostrar a real intenção da label.

Play BPM: A PistinhaMeuAmor está em um bom momento e inclusive retornou à sua casa, o Anzuclub. Você pretende prosseguir desenvolvendo esta marca ou já pensa em ampliar sua carta de eventos no futuro próximo?

Soldera: Nossa, nem fale! Quando toquei no encerramento da Anzu – inclusive toquei a “Want You In My Soul”, do Stee Downess”, eu chorei tanto por imaginar nunca mais viver aquilo… E hoje poder reviver, sendo o trabalho feito por mim mesmo é muito mais especial. Quanto à marca, em 2018 fizemos um palco na XXX, esse ano ainda não temos planos para fazer fora do club, mas existem sim muitas ideias andando.