Lançando pelo Laguna, o produtor francês Juanito falou com exclusividade à Play BPM
Imagine você, ainda no início da sua carreira, receber um “selo de aprovação” de ninguém menos que Roger Sanchez? Foi exatamente o que aconteceu com o francês — agora radicado em Barcelona — Juanito, que em 2012 viu sua música ser destaque na compilação anual Rel ease Yourself da Stealth Records, um dos selos comandados por Roger Sanchez.
Depois disso, as oportunidades foram batendo na porta e Juanito não deixou de agarrá-las. Trabalhando pesado no estúdio, assinou com Cr2 Records, Desert Hearts, Time Has Changed e outras gravadoras de peso, sempre recebendo grandes suportes. Em 2020, também estreou pela gravadora brasileira Laguna remixando “Whats up” de Juan (AR) e Marko Zalazar, e agora retorna novamente ao label para um EP autoral, “Weariness”, que recebeu ainda remixes de Lito (AR) e Andre Gazolla.
A gente trocou uma ideia rápida com ele sobre essa progressão na carreira, aproximação com o mercado e com o público brasileiro, além de trazer algumas novidades:
Play BPM: Juanito! Obrigado por topar essa entrevista! Bom, imaginamos que você já tenha respondido sobre isso várias vezes, mas não ainda para um portal brasileiro: aquele destaque que você ganhou no início da carreira na compilação Release Yourself da Stealth Records, foi o ponto de virada da sua carreira? Como isso afetou positivamente o que viria pela frente?Juanito: Oi pessoal, obrigado por me receber! Sim, isso mesmo, mas tudo começou em 2012. Roger Sanchez sempre foi um exemplo e um dos meus DJs favoritos. Ele foi um dos primeiros a me apoiar no início da minha carreira, tocando minhas faixas em todo o mundo, me convidando para seu programa de rádio e, em seguida, contratando-me em seu selo para a lendária compilação ‘Release Yourself’. Foi absolutamente incrível e isso me convenceu ainda mais com a ideia de me dar 100% na minha carreira musical. Enquanto isso as pessoas começaram a saber quem era Juanito.
Seu catálogo no Beatport possui um número impressionante de lançamentos… você já parou para contar quantos são? São pelo menos 10 anos produzindo, certo? Você sempre manteve essa linha entre House/Tech House?Hahaha, sim! O fato é que há muitas compilações relançando faixas do meu catálogo anterior. Minha primeira faixa do Juanito foi lançada em 2011. Não me imponho limites com a House Music, adoro explorar vários aspectos do gênero: às vezes latino/afro, às vezes mais minimalista, mas sempre com aquele toque groovy a maneira de fazer as pessoas dançarem e se divertirem!
Vimos também que você nasceu na França, mas hoje mora na Espanha. Essa mudança de cidade influenciou no seu perfil artístico ou não exatamente? Você traz algo diferente dos dois países para sua música?Você está certo! Eu moro em Barcelona, uma das cidades mais legais da Europa para a música eletrônica. As pessoas têm a mente aberta e estão sempre prontas para fazer festa. Além disso, muitos artistas têm residências aqui, há muitos eventos semanais (quando não havia o covid-19) e meu tipo de música está sempre em alta. Acredito que é importante morar em uma cidade que seja atrativa para sua carreira. Sobre minhas raízes, procuro sempre incluí-las na minha música!
Entrando nos lançamentos… entre os suportes e releases mais importantes da sua trajetória até aqui, quais você destacaria pra gente, principalmente para aqueles que querem conhecer o verdadeiro Juanito?Uau! Ótima pergunta, pessoal! Mas se eu tiver que escolher um, seria ‘Rose’, que se assemelha ao nome da minha mãe. Recebi muitos suportes nessa faixa lançada pelo selo de Joeski, Maya Records. Além disso, fomos 3 semanas #2 nas paradas da Traxsource Tech House. Sempre senti uma grande reação do público quando toquei, principalmente na América do Sul!
Falando do passado mais recente, em 2020 você assinou com a Laguna e alcançou alguns charts do Beatport quando você remixou “Whats Up” de Juan (AR), Marko Zalazar. Foi a própria gravadora que te convidou para esse remix?É verdade! Desde meu show no Brasil no ano passado em novembro de 2019, temos uma ótima relação com os caras do Laguna! Por isso, quando me pediram para dar o meu toque a esta grande pista, não tive dúvidas! O remix teve uma grande recepção no Beatport com um TOp 10 nas paradas de hype!
E agora você teve a oportunidade de entregar uma faixa original, batizada de Weariness, que também já pegou alguns charts novamente. Fale um pouco sobre a linha criativa que você seguiu nesta produção?Sim! Weariness está bombando nas paradas no momento, eu fiz minha maior conquista: #3 nas paradas de hype e um Top 10 no chart principal! É uma sensação incrível, tenho que admitir… Os caras estão fazendo um trabalho insano com a Laguna Records. Para a história, estávamos em Curitiba, no carro do Rafa, conversando e ouvindo um pouco de música. Eu tive um flashback e disse a ele que vou produzir algo no mesmo estilo. Poucas semanas depois, ‘Weariness’ nasceu e imediatamente a pista foi validada pela equipe de Laguna!
Para finalizar, nos conte como foi e como ainda está sendo esse processo de quarentena para você… o que de melhor e de pior você tira desse ciclo onde ficamos longe das pistas?Bem, tive a oportunidade de estar bem cercado em todos os momentos e principalmente por ambas as pessoas: minha namorada e meu empresário Amrit. Isso me permitiu manter um sentimento positivo e olhar para o futuro! Com Amrit, planejamos coisas naquele momento estranho para nos mantermos ativos, a fim de continuar nosso desenvolvimento, como lançamentos musicais todo mês; uma série de transmissão ao vivo: Juanit’home sessions, que já tem quase 30 episódios; fortalecimento de presença nas redes sociais; curadoria de uma playlist do Spotify e por aí vai, estes são só alguns pontos.
Sobre o lado negativo, acho que todos fomos afetados de uma forma ou de outra… As incertezas dos próximos meses que nos fazem refletir e questionar. Pessoalmente, é mais difícil encontrar inspiração no meu processo de produção. Mas não há como reclamar, só espero que tudo volte o mais rápido possível para que eu possa visitar o Brasil novamente! Muito obrigado pela entrevista, amigos!