Natural de São Paulo, Maurício Machado aka MAUK é metade brasileiro e metade português, filho de artistas, descobriu sua paixão pela música e iniciou sua carreira de DJ ainda muito jovem. Ele começou a tocar Hip Hop aos 15 anos e depois migrou para o Electro House. Entre os locais em que tocou estão renomados clubs como Sirena, Anzu,Clash, D-Edge e muitos outros. Com o passar dos anos ele descobriu uma profunda paixão pelo Techno, e desde então redirecionou todos os esforços para aprimorar suas habilidades de produção e se reinventar.
Neste ano de 2020, ele deu início a uma jornada intensa de lançamentos, intensa mesmo! Basta navegar na sua página do Beatport para se deparar com um número impressionante de release que deve ultrapassar 100 faixas lançadas até o fim do ano. Ao longo dos meses, ele emplacou seus trabalhos com Ballroom Black, Reload Records, Barbecue Records,Ushuaia Music e agora acaba de assinar com a brasileira Kaligo Records com o EP The Butterfly Effect, que você pode ouvir agora enquanto conhece mais a fundo sua história:
Play BPM: MAUK, é um prazer conhecê-lo! Conte-nos um pouco sobre o início da sua carreira… não são muitas pessoas que começam no Hip-hop, o que te influenciou nesse start? MAUK: Olá, o prazer é todo meu! Meu primeiro contato com festas foi quando eu promovi a matinê da icônica Pacha São Paulo, isso em meados de 2008, foi lá que eu descobri e me encantei pela profissão de DJ. Depois que eu aprendi a discotecar, os primeiros passos foram em festas que eu mesmo organizava, sempre faltava um DJ para tocar Hip-Hop e eu acabava por assumir esse papel. Eu sempre gostei de ouvir Hip-Hop então deu tudo certo, foi incrível e eu só tenho a agradecer por tudo.
Play BPM: Você lembra da sua primeira gig? Qual foi a sensação de subir ao palco pela primeira vez e encarar uma pista te esperando? MAUK: Lembro sim, era uma cabine apertada e mal dava para ver a pista. A minha primeira gig foi em uma balada na Zona Sul de São Paulo, eu tinha 15 anos na época, acho que, por conta da idade, eu nem poderia estar ali, mas eu fui, com frio na barriga e tudo. Ter enfrentado essas coisas desde cedo me trouxe muita confiança, mas a tensão antes de subir no palco e começar a tocar existe até hoje. A sensação é um mix de adrenalina e êxtase.
Play BPM: E como você conseguiu tão cedo ocupar cabines de clubs renomados como D-Edge, Sirena e outros? MAUK: As vezes eu paro para pensar e, é até difícil de acreditar que toquei nesses clubs tão novo, com 17, 18 anos. Acredito que, pelo fato de eu sempre ter sido engajado na noite, ter feito parte do meio, me relacionando com todo tipo de gente, pude alcançar as pessoas certas que, me abriram portas, acreditaram no meu potencial e me deram oportunidades. Quero aqui agradecer a todos aqueles que, depositaram em mim um voto de confiança, foi extremamente importante para a minha evolução e consolidação como artista.
Play BPM: Já a paixão pelo Techno… em que momento ela apareceu? Foi algum artista ou evento em específico ou algo que foi crescendo com o tempo? MAUK: Eu sempre gostei de tudo que viesse da música eletrônica, a opção pelo Techno foi justamente quando decidi abandonar (por um tempo) a minha carreira de DJ e focar na produção autoral, optei pelo caminho mais sério. Techno foi o meu gênero de escolha, me via tocando esse estilo que é tão sólido e marcante. Sou fissurado por bateria e percussões, Techno para mim me representa mais do que qualquer estilo e, a cada dia que passa, me sinto mais apegado e identificado com o movimento. Foi como um casamento ideal.
Play BPM: Hoje a produção musical é o seu ponto forte. Quanto tempo por dia você passa no estúdio? E o que te motiva a sempre começar a criar uma nova música? MAUK: Houve um período do ano em que eu ficava em torno de 10 a 12 horas por dia, todos os dias, porém, atualmente, por conta do projeto da minha gravadora, estou tendo que dividir o tempo. Difícil explicar o que me motiva, mas o que me faz ser apegado a música, é o efeito que ela provoca em mim, a música preenche a minha alma e eleva o meu espírito, música é a minha vida e sem ela eu não vivo.
Play BPM: Entre os lançamentos que você teve até aqui, algum deles tem um significado mais especial? Tem como elencar algum preferido? MAUK: Para mim, todos eles são especiais, cada um à sua maneira, mas existem alguns que eu fico imaginando tocando em uma pista cheia e só de pensar na reação da galera eu crio um apego a mais por eles. As faixas ‘Social Media’, ‘The Day The Earth Shook, ‘Empire’, ‘What They See’, ‘Faking’ e ‘Thunderstorm’ são algumas delas, não vejo a hora de tocar essas!
Play BPM: Sobre este último release pela Kaligo, o título foi mesmo uma inspiração da teoria do caos para batizar o trabalho ou não exatamente? Qual a principal característica dele? MAUK: Sim, foi, o efeito borboleta pode ser observado em diferentes campos: ciência, arte, religião, etc. Sabemos que, o bater das asas de uma borboleta pode mexer e influenciar o rumo natural das coisas, podendo provocar grandes fenômenos mesmo a quilômetros de distância. Quem escutar a faixa com atenção e ouvido apurado, poderá reparar o som do bater das asas das borboletas em background, dando um toque único para a track.
Play BPM: E para o final do ano, o que mais deve vir pela frente? Obrigado e parabéns pelo excelente trabalho! MAUK: Para encerrar o ano, eu terei um lançamento em dose dupla pela gravadora Berlinense, Reload Records, um deles será em parceria com os meus amigos italianos do duo DClerk, o EP se chamará Endless Empire. Já o outro, será um EP solo de 3 faixas, intitulado de ‘What They See’. Para 2021, eu terei o lançamento da minha gravadora ‘The Hidden Fox’, nosso primeiro EP será lançado em Janeiro. Muito obrigado pela oportunidade em poder estar conversando com vocês, grande abraço!