Entrevistas

Mayze x Faria fala sobre carreira e cena em Portugal em entrevista exclusiva

A dupla portuguesa Mayze x Faria tem uma longa estrada na música eletrônica, levando além-fronteiras a vibe e o feeling de verdadeiros artistas na pista de dança. Voltado para o Tech House a House Music, o duo já recebeu suporte de grandes nomes como Solomun, Claptone, Fisher,Gorgon City, Sam Divine, Richie Hawtin, Dennis Ferrer, Hot Since 82 entre tantos outros. A energia e a solidez têm os feito trilhar um caminho brilhante na trajetória da dupla, inclusive com o X Radio Show sendo transmitido semanalmente em rádios de Portugal, Espanha, Itália, Inglaterra, Chile, USA e Canadá.

Em 2020, apesar da pandemia, Mayze x Faria soube aproveitar o momento para tirar projetos do papel e concentrar o tempo em estúdio para produção. Batemos um papo exclusivo com os artistas sobre este período e a história dos dois. Você confere abaixo:

Play BPM: Vocês estão completando 16 anos de carreira agora em 2020. Quando iniciaram, em 2004, tinham quantos anos? Como foi esse começo de jornada: deixaram alguma profissão de lado para seguir na música eletrônica?

Mayze x Faria: Em 2004 conhecemo-nos numa esplanada num trabalho de verão. Estávamos ainda na flor da idade: Mayze com 16 anos e o Faria com 21 anos. Tínhamos na cabeça o sonho de sermos DJs e já partilhávamos o gosto pela música eletrônica. Quando terminámos os estudos percebemos que o que queríamos estava na nossa frente e do sonho passou à realidade. É a nossa paixão e atualmente o nosso modo de vida. Somos DJs e Produtores de House Music e Tech House.

Play BPM: Vocês são amigos ou parentes? Como foi a decisão de formar um duo? E como administram a sonoridade de cada um na hora de produzir?

Mayze x Faria: Somos os melhores amigos e moramos na mesma vila em Portugal. Foi em Amares que nasceu este projeto e nunca sentimos necessidade de mudar. A decisão de formar este duo nasceu naturalmente. Partilhávamos a mesma paixão e sentimos que juntos poderíamos ir mais longe e fortalecer a carreira um do outro. Na produção somos bastante diferentes o que leva a uma simbiose perfeita como podem ouvir nas nossas produções.

Play BPM: Seis músicas originais produzidas e lançadas em seis semanas – “Sally’s Club” (pela Get Twisted Records – Reino Unido), “Disco is Back” (pela Supertunes – Big Mamas House Records Sub Label – Alemanha), “Police Pursuit” (pela Ritmika Records – Itália), “Perfect Plan” (pela Happy Records – Espanha), “Crazy Rapper” (pela Hot Fuss – Bélgica) e “Joe’s Harlem” (pela 1980 Recordings – Berlim, Londres, Barcelona e Ibiza). Podemos dizer que com a pandemia conseguiram mais tempo para se dedicarem no estúdio? Tem algum álbum ou EP a caminho?

Mayze x Faria: Alguns desses temas já tínhamos de lado em estúdio, estavam inacabados e com a pandemia conseguimos terminar. Mas alguns desses temas foram adiados e outros adiantados nos lançamentos por questões de estratégia de editoras. Estamos muito contentes pelo feedback que estamos a ter e com o apoio de nomes grandes a nível mundial. E sim, vamos ter muitas novidades e temas bem diferentes a sair brevemente mas estamos a dar um tempo, pois fazer música de dança com as pistas todas vazias é sempre complicado para qualquer produtor, mas em breve vamos desvendar muitas novidades.

Play BPM: Preferem tocar em club ou festival? E por falar nisso, qual o show mais marcante que já fizeram?

Mayze x Faria: São atmosferas diferentes onde existe uma vibe igual a de sentir e viver o momento acompanhado por música. Mas temos que sempre que não esquecer que a música eletrônica começou em Clubs e foi feita para os mesmos. Só mais tarde foi transportada para os festivais. Todos os shows são importantes na carreira de algum música fazem parte da sua caminhada era egoísmo dizer aqui um deixando todos os outros para trás. Todo o artista tem que saber e valorizar o seu primeiro show na garagem de casa até ao que levou centenas de milhares de pessoas.

Play BPM: Já tocaram no Brasil? Qual a possibilidade de vir pra cá?

Mayze x Faria: Não é por falta de vontade :) Mas ainda não pisamos o solo Brasileiro mas gostávamos muito pois é um país que respira música, alegria e amor e acima de tudo aceita tão bem a novidade e valoriza “sangue novo”. A possibilidade é já amanhã se quiserem estamos sempre a postos para novas aventuras e conhecer novos países levando sempre a nossa música e partilhando momentos bons com ela.

Play BPM: Qual a diferença da cena de Portugal com outros países?

Mayze x Faria: Portugal é um país que está sempre muito bem atualizado em novas tendências e também cria as mesmas. Somos felizes por morar num país com uma mentalidade aberta em relação a novas tendências. No panorama da música eletrônica acho que fazia falta valorizar e abrir portas aos mais jovens, fazer um “refresh” no dance scene portuguesa. Temos muitos bons talentos a nível de produção que são valorizados lá fora e em Portugal abafados. Já nos aconteceu também e foi com a nossa persistência que conseguimos chegar mais além.

Play BPM: Se tivessem que dividir a cabine com outro DJ, qual seria a escolha para um B2B?

Mayze x Faria: Daft Punk :)

Play BPM: Conte-nos mais sobre o projeto de vídeo “X Places”. Como surgiu a ideia e qual inspiração tiveram para fazê-lo?

Mayze x Faria: O projeto “ X Places” já existia no papel mas não havia tempo para o colocar em prática. Com a pandemia sentimo-nos na obrigação de nos reinventar para dar aos nossos fãs alguma alegria, boa música mas também o conhecimento de alguns dos lugares mais bonitos de Portugal. Assim surgiu a primeira edição na nossa Vila em Amares o que suscitou um impacto enorme a nível nacional e começamos a levar o projeto para outros locais do nosso país. Este projeto foi criado para aliar o que de bom temos em Portugal em termos turísticos e culturais, onde lugares idílicos ao tech house melódico. Pode ser feito no local onde menos imaginam e que quase ninguém conhece e essa é a essência principal do projeto. É um orgulho enorme de podermos partilhar com o Mundo e nomeadamente com o Brasil o que estamos a fazer deste lado do Atlântico com o projeto de vídeo X Places onde damos a conhecer um lugar “desconhecido por muitos e conhecido por poucos”.

Um obrigado à Play BPM pela entrevista e pelo apoio que nos têm dado na divulgação dos nossas produções e projetos.