'Tocar no Ame Club foi indescritível', conta Mees Salomé em entrevista exclusiva
Como se a Holanda já não tivesse artistas icônicos o bastante, Mees Salomé está cada vez mais em voga na cena. O holandês começou a produzir música eletrônica aos 17 anos, e após se formar no ensino médio, entrou para o curso de Produção Criativa no conservatório Codarts em Rotterdam. No entanto, sua bagagem musical é ainda mais antiga, considerando que aprendeu por conta própria a cantar e a tocar piano, guitarra e bateria.
Após dois anos de curso, decidiu sair do conservatório e seguir por si só a carreira de DJ. Depois de um tempo, entrou em contato com o produtor Reinier Zonneveld e assinou seu primeiro EP na label do artista, que recebeu suporte de grandes nomes como Joris Voorn, Yotto e Kölsch.
Seu projeto Distant, que começou em julho de 2017 como um podcast mensal para compartilhar novas músicas, alcançou números incríveis e evoluiu para um evento online que recebe artistas como Ben Böhmer e Tinlicker. Em tempos de pandemia, ouvir um episódio do Distant te transporta para um lugar onde você pode, literalmente, se perder no tempo e no espaço, como é dito em sua chamada.
Com uma sonoridade única, extremamente emocionante, que te abraça e te conduz com maestria pelas pistas de dança, o nome Mees Salomé ainda dará muito o que falar. Não somente como mídia de música eletrônica, mas também como fãs do DJ, esperamos que ele continue a nos presentear com esse som que deixa nossos corações quentinhos.
Sabendo de sua relação especial com o Brasil e com o Ame Club, onde já se apresentou por duas vezes, em 2019 e 2020, entrevistamos o artista e aqui você pode conferir detalhes do que ele nos contou!
Oi, Mees! Nós percebemos que você sentiu uma conexão especial com o Brasil. Você tinha tido oportunidade de vir para o país antes de tocar pela primeira vez no Ame Club?
Não, unca fui uma pessoa muito viajada, por isso eu sou extremamente grato por ter a oportunidade de viajar para países tão bonitos como o Brasil para tocar minha música, ainda mais em um clube tão incrível quanto o Ame.
Você sabia que você tocou muitos corações quando veio pra cá? Como foi a sensação de se apresentar para o público brasileiro?
Muito obrigada por dizer isso. O Brasil sempre terá um lugar especial no meu coração. Tocar para o público brasileiro é incrível! A vibe festeira está realmente no sangue deles e a energia é simplesmente contagiante. Eu amei cada segundo!
Você sentiu alguma diferença entre as duas vezes que você tocou no Ame Club?
Tocar no Ame Club foi indescritível, nas duas vezes eu me senti extremamente honrado por estar em um lugar tão impressionante e bonito como o local e para um público tão incrível quanto o brasileiro. Na segunda vez eu tive um problema com a viagem, então eu estava um pouco cansado, mas tirando isso, não senti diferença.
Quais são seus planos com o projeto Distant? Você o consideraria uma terapia durante esse período delicado de pandemia?
Nós acabamos de começar a expandir a marca Distant para grandes eventos aqui na Holanda, o que infelizmente teve de ser cancelado. No entanto, os episódios mensais não irão parar nunca. Eu acho que você expressou muito bem, pois é realmente como uma terapia para mim. Eu amo descobrir novas músicas e dividir essa experiência com o público. Com certeza, espero que os episódios sejam terapêuticos para outras pessoas como são para mim.
Você tem planos de expandir a marca Distant, por exemplo para outros países, ou criar uma gravadora?
Com certeza, levar para outros países é o objetivo, mas, infelizmente, teremos que aguardar esse momento passar para realizar esse plano. Uma gravadora sempre foi um sonho meu, quem sabe o que acontecerá no futuro, né?
De onde você tira inspiração para produzir um som tão emotivo que toca o coração das pessoas dessa forma? Como funciona esse processo?
Eu acho difícil apontar um lugar exato de onde eu tiro a minha inspiração, porque pode ser qualquer coisa a qualquer momento. Na maioria das vezes eu começo com um som ou uma melodia e depois trabalho com a emoção que isso me traz. Como você disse, a parte mais importante do processo para mim é sentir a emoção presente naquilo. Eu acho que essa é a beleza na música, ou em qualquer outra forma de arte, a universalidade dela e a maneira como pode despertar diferentes emoções para cada um.
Como você definiria o seu som?
Eu diria que é um som movido pela emoção e pela melodia, além de uma combinação entre sons e instrumentos musicais com batidas eletrônicas.
Quais produtores e/ou DJs mais te inspiraram a começar a produzir música?
Provavelmente Joris Voorn, Stephan Bodzin, Ben Böhmer, Yotto e Rufus.
Se você pudesse colaborar com qualquer artista, quem seria?
Eu diria qualquer um dos artistas citados acima, além do Ry X, com quem adoraria também trabalhar. A voz dele é uma das mais bonitas que eu já ouvi.
Você possui uma relação especial com algum deles? É curioso o fato do perfil do Kölsch no Soundcloud seguir apenas você.
Isso é incrível! Eu acho que todos os produtores possuem conexão e respeito mútuos. Conectar-se por meio da música, o que há para não gostar nisso? Mas eu me sinto honrado em trabalhar e fazer música frequentemente com o Reinier Zonneveld. É sempre muito divertido estar com ele e eu posso afirmar que eu não estaria onde eu estou se não fosse por ele.
Como tem sido para você ficar longe dos clubes e dos festivais por tanto tempo? Como isso tem afetado a sua produção musical?
Estar longe dos clubes e festivais tem afetado principalmente minha inspiração e motivação. Normalmente, tocar ao vivo mantém sua mente em um “estado musical”, que pode ser traduzido em novas músicas. Tocar para um público e sentir a reação da galera dá muita energia para voltar ao estúdio e produzir. É um ciclo que se retroalimenta! Apesar disso, eu sinto que voltei ao meu ritmo.
Como você está se sentindo com o feedback do novo e tão esperado lançamento de “Fool’s Paradise”, com Celine Cairo, pela Songspire?
Tem sido incrível! É maravilhoso ter essa track lançada para o mundo! Eu sinto que é uma das minhas melhores produções e eu espero que as pessoas gostem! No entanto, ainda não acabou, pois temos alguns remixes brilhantes a caminho!
O que podemos esperar de Mees Salomé para 2021?
Tomara que a oportunidade de tocar ao vivo de novo, além de muitas músicas novas nas minhas labels preferidas. Tive meu debut na This Never Happened esse mês, algo do que me orgulho bastante. Além disso, tenho lançamentos super emocionantes planejados, mas mais informações sobre isso em breve.
Sobre o autor
Cissa Gayoso
Sendo fruto do encontro de uma violinista com um violonista, a música me guia desde sempre e nela encontrei a família que escolhi para chamar de minha. A partir de 2021, transformei minha paixão em profissão e, desde então, vivo imersa nas oportunidades e vivências que este universo surpreendente da arte me entrega a cada momento! De social media à editora-chefe da Play BPM, as várias facetas do meu ser estão em constante mudança, mas com algumas essências imutáveis: a minha alma que ama sorrir, a paixão por música, pela arte da comunicação, e as conexões da vida que fazem tudo valer a pena! 🚀🌈🍍