Por muito tempo achava-se que Goiânia era terra do sertanejo. Talvez ainda seja, mas sabemos que o local também é expoente de muitos nomes da cena eletrônica. De Illusionize a Victor Lou, temos um outro representante que vem escalando o mercado em altas proporções. Estamos falando do DJ e produtor Netto!

Somando quase dez anos de experiência, sendo seis profissionalmente, mais de 13 milhões de streams nas plataformas digitais, o goiano começou despretensiosamente, e mesmo com influência de diversos outros gêneros musicais, encontrou na música eletrônica sua paixão. De lá pra cá foram anos de trabalho árduo e dedicação, que vem alcançando grandes resultados.

Depois de turnês internacionais pelos Estados Unidos e México, o 2022 do DJ e produtor foi cheio de conquistas, com ótimos lançamentos e grandes shows, mas ele espera um 2023 melhor ainda. Conversamos com Netto para entender mais sobre seu processo de produção, seus compromissos durante o carnaval e a estreia do Netto & Friends. Confira!

Oi, Netto, prazer falar com você! São 6 anos de carreira na música eletrônica, mesmo nascendo onde predominantemente se ouve sertanejo. Como tudo começou?

Netto: É bem engraçado isso, porque meu pai até já foi empresário de sertanejo, então durante a minha infância inteira eu escutei esse gênero, além de morar na terra do sertanejo, que é Goiânia. Me mudei para Brasília com 16 anos para fazer faculdade e fiquei esse tempo todo acompanhando alguns amigos que eram DJs na época e tocavam EDM, que foi um estilo que eu me identifiquei demais. Comecei a trabalhar como produtor para eles, como um hobby mesmo, e ali aprendi a tocar, o que me levou a tocar por hobby também. Assim que tudo começou.

Sabendo de sua relação com outros gêneros musicais, você acha que a música eletrônica consegue conversar com outros ritmos? Como você enxerga essa relação e de que forma ela está presente em sua trajetória?

Netto: Na verdade, o meu pensamento é: todos os estilos conversam. Há alguns anos atrás, eu conversava sobre isso com alguns amigos da cena eletrônica e a galera me criticava bastante. Não sei se é porque tenho essa referência do sertanejo, mas sempre fui um cara que gosta de tudo, sou muito eclético, então, sempre gostei de fazer essa mistura. Acho que minhas primeiras músicas foram remix de funk, sertanejo, pop também… acredito que todos os estilos conversam e a música eletrônica conversa com todos também. Graças a Deus a galera tem aberto cada vez mais a cabeça e acho isso muito positivo, tanto para cena eletrônica como para outras cenas também, que vão crescendo e se fortalecendo cada vez mais.

Parabéns, sua track “Don’t Be Fooled”, em colaboração com Dubdogz, ultrapassou os 2 milhões de plays no Spotify! Podemos dizer que ela é uma faixa marcante no seu repertório?

Netto: Sem dúvidas essa é uma música muito marcante no meu repertório e na minha carreira, né. É uma música que me deu uma visibilidade gigante, que é essa colaboração com o Dubdogz, além de ser uma música que andou muito e até me impressionou. Foi muito bom, fomos parar no top 10 do Beatport, vários nomes importantes baixando e tocando a nossa música por aí, entre outras conquistas. Então, sem dúvidas, foi uma das músicas mais importantes da minha carreira.

Falando sobre tracks, como é o seu processo de produção? O que te inspira?

Netto: É bem legal falar desse processo de produção, porque se alguém pegar o meu celular e ver os áudios que eu mando no grupo que sou tem eu, vai dar muita risada. Eu mando todas as minhas ideias lá, eu mesmo cantarolando, fazendo alguns sons, anotações etc. Na verdade, no final das contas, só eu entendo. Então, tudo me inspira, às vezes um animal ou um carro na rua, eu pego uma ideia e vou anotando. Às vezes uma palavra, alguma frase que alguém fala, tento tirar proveito de tudo para aproveitar na música.

Você fez uma série de shows no Let’s Pipa no fim de 2022. Sabemos que trata-se de um dos maiores eventos de réveillon do Brasil. Como foram as apresentações?

Netto: Foi uma satisfação muito grande tocar no Let’s Pipa, que era um réveillon que eu queria muito ir pra curtir e conhecer, e acabei indo pela primeira vez já pra tocar. Me apresentei em duas noites muito boas, uma com Pedro Sampaio e outra com Jorge e Mateus, no palco principal… e uma vez no beach club com Dennis DJ. Foi uma realização pra mim e vai ficar marcado na história do Netto.

Outra data importante no nosso calendário é o carnaval, que está se aproximando. Queremos saber dos seus planos para esse período! Conta pra gente!

Netto: Sobre o carnaval, vou fazer três datas no Rio de Janeiro, que é mais uma realização na minha carreira, porque vou tocar na Sapucaí, no Camarote do King. Só quem é artista sabe o quão difícil é conseguir tocar na Sapucaí, então é mais uma realização na minha carreira. Também vou fazer e gravar um set pra galera da praia no beach club 10 e Meio, no dia 19. Vai ser uma apresentação totalmente gratuita e quem quiser vai poder ir lá curtir esse set… vou tocar durante várias horas e vou convidar vários amigos para fazer um som também.

Ainda sobre 2023, quais seus objetivos neste ano para o projeto?

Netto: Se 2023 for igual a 2022 eu não consigo nem mensurar o que ainda vou realizar e o que me espera, mas acredito que será de muita colheita… trabalho, música boa, festa boa… que ele possa ser tão incrível ou melhor ainda que ano passado.

Se você fosse dar um recado para o Netto de dez anos atrás, assim como os DJs e produtores iniciantes de hoje… o que diria?

Netto: Acho que se fosse dar um recado seria: "continue que vai dar certo”. Assim como diria pra todos os outros DJs e produtores que estão começando, porque quando você está no início da carreira, você sempre quer estar em festas grandes e festivais, quer pegar pistas legais, mas nunca imagina quando e como, se vai dar certo… e quando tudo isso dá certo, você olha pra trás e pensa: “valeu a pena tudo que eu fiz, todo trabalho, dedicação, correria…”

Imagem de capa: divulgação.