Trazendo um lado cômico para a indústria, Scorsi fala sobre novo EP “Who Knows”, confira entrevista
Trazendo sempre trabalhos que fogem do padrão e regras da cena eletrônica, o DJ e produtor Daniel Acorsi, mais conhecido por Scorsi, vem conquistando cada vez mais espaço e fama na cena brasileira, com sua versatilidade e identidade única em seu trabalho.
Além de lives dando feedback sobre faixas de outros produtores, vídeos de challenges das redes sociais e curadoria de sua própria gravadora, a Rush Puppy Records, o DJ e produtor tem feito muita música. Seu lançamento mais recente é o EP “Who Knows”, pela Braslive.
Batemos um papo com o artista sobre carreira, pandemia e música. Ele até revelou um de seus segredos. Confira!
Play BPM: Olá Scorsi, obrigado por bater um papo com a gente, seja bem vindo à Play BPM! Sabemos que as faixas deste EP são resultado de um trabalho que vem sendo feito nos últimos dois anos. Como você se sente ao finalmente ver este projeto lançado e tocando pelas plataformas a fora? Scorsi: Que isso gente, eu que agradeço e peço desculpas pela demora em responder, rsrs. Cara, esse EP é a junção das músicas mais despretensiosas. Não que não fossem importantes, mas são músicas onde eu quis explorar o máximo do meu lado técnico, e me distanciar de fórmulas. Elas são bem diferentes porque fiz em momentos diferentes ao longo desses dois anos, mas todas se encontram em um ponto, sound design e engenharia. Fico feliz demais de vê-las na rua, e mais do que isso, suporte de DJs mundo afora, como do Dannic.
Pelo visto sua criatividade não é só para criação de música, a divulgação do EP “Who Knows” agradou bastante os internautas. Como surgiu a ideia do “aqui é só filé?”Hahahaha. Então, vou contar o segredo do meu raciocínio para os conteúdos. É sempre quebrar clichês, repaginar e dar um lado cômico. Eu já tinha feito um na padaria, pra “Like This”, com o lance de aqui sai pão quente toda hora. Depois foi a do ouro no centro de São Paulo (que eu quase apanhei real) brincando com o lance ditado de “só fazer ouro”. O açougue foi só uma sequência disso, de que aqui só sai filé. Mas confesso que literalmente ir a um açougue e incorporar a história toda foi além do que eu tinha pensado.
Nós temos sempre uma música para diversas situações na vida, todo mundo tem aquela música pra ouvir enquanto dirige, faz aquela faxina ou até mesmo quando está se arrumando para sair. Em sua opinião, as faixas deste EP se encaixam em quais momentos da vida?Acho que o EP como um todo tem lugar garantido nas pistas. Mas acho que “Instructions” é uma boa música pra correr, “The legend” pra lavar o quintal, e dependendo do nível da sua performance, a “Touch it” pode perfeitamente ser trilha sonora de uma noite de amor.
No último ano vivendo em quarentena, tivemos de reinventar nossas vidas, o distanciamento social nos forçou a ter uma vida online (para os que ainda não tinham uma). Você arriscou e se jogou em diversas redes como instagram, tiktok, até mesmo um show online você realizou. Como foi aprender a viver essas novas experiências?Obviamente tem todo o lado negativo, principalmente no lado mental. Virou uma luta diária pra mim. Mas eu prefiro focar no positivo. Eu saí da minha zona de conforto, tive que explorar coisas fora do “faz música, lança, posta, faz show” e tenho certeza que aprendi muito mais sobre mim e desenvolvi muita mais a criatividade, não só nas músicas. E também descobri que quanto mais você come, mais você engorda. Fiz muito isso.
No último ano também tivemos o primeiro lançamento da Rush Puppy Records com “HUSH RUSH”, e agora o lançamento de “Who Knows”. Como vem sendo esse lado mais empresarial da sua carreira?A gravadora já existia. Era um braço só de Scorsi, pra lançar coisas entre os lançamentos de outras gravadoras. Mas na pandemia percebi a quantidade de produtores excelentes, fazendo músicas diferentes, que não tinham espaço. Então decidi expandir a gravadora para outros artistas. Comecei esse ciclo com um lançamento meu, depois de três artistas que acredito muito, até chegar ao “HUSH RUSH” EP, que abri um concurso pra assinar novos artistas. É beeemmm difícil empreender dentro do mundo da música, sendo independente, mas estou muito feliz, os artistas estão realizados porque as músicas têm rodado o mundo na mão de DJs e conseguimos formar o início de uma comunidade que só cresce a cada mês.
Vários artistas falam sobre voltar a tocar quando a situação melhorar, porém muitas mudanças ocorreram na forma de produção, estilo de músicas e apresentações. Você acredita que, quando voltar aos palcos, essas mudanças possam de certa forma criar um novo estilo de apresentação?Acho difícil. O formato não tem como mudar. DD set é um DJ tocando. Live act você explora mais. O que talvez aconteça é DJs fazendo sets mais abertos, ao invés de tocar apenas uma vertente da primeira à última música.
Sabemos que você tem um gosto bem eclético para músicas e por isso gostaríamos de saber quem é o top 5 artistas da sua playlist da vida?Cara, isso é TÃO difícil de responder, porque realmente é muita coisa diferente. Mas vamos lá: Slipknot, Bring me The Horizon, Bad Company UK, The Prodigy, Armand Van Helden. Bônus: Backstreet Boys… zurra (será?)
Você se tornou um dos artistas mais requisitados para remixes e colaborações. De todas essas experiências que você já viveu, qual delas foi a mais marcante?Obviamente os remixes que o Alok pediu, pela magnitude que teve (e a quantidade também). Mas por realização pessoal, foi da Red Light, do NGHTMRE e A$AP Ferg. Desenvolvi uma boa amizade com o NGHTMRE, mas quando ele me pediu o remix foi tipo “PQP O CARA GOSTA DO MEU SOM!”
Com o lançamento deste EP podemos dizer que você começou bem o ano de 2021, mas agora quais os planos para o que vem pela frente?Eu tirei um pouco o pé, da pressão de lançar lançar lançar, inclusive tive um burn out bem sério recentemente. Então estou cuidando da mente agora. MAS dia 4 de abril tem música nova, e eu garanto que vai surpreender muita gente. Após isso, tem algumas colaborações bem legais rolando, conto mais pra frente pra fazer um suspense e gerar click né.