Entrevistas

Simon Field fala sobre 1º álbum, relação com o Brasil e os suportes de DJs como Vintage Culture e Claptone

- Via Assessoria de Imprensa -

Foi no final de agosto que Simon Field lançou seu primeiro álbum, "Need No Music" . Com foco no que ele chama de "funky tech house", além de outras vertentes da boa e velha house music (como a house clássica e o jackin' house), o LP é o debut de um artista com duas décadas de carreira, cheias de viradas e reinvenções.

Nascido e baseado em Oslo, capital da Noruega, Simon começou sua trajetória nos bastidores, até que, dez anos atrás, lançou seu projeto solo como DJ e produtor. De lá pra cá, lançou por selos Armada, Ultra, Sony e Universal Music , tocou em casas como Cafe Mambo e Ministry of Sound e dividiu palco com ícones do tamanho de Roger Sanchez e Todd Terry .

Em 2019, emplacou seu maior hit: "Shake The Tree" , trilha sonora da série "Elite" , da Netflix, que bombou especialmente no México, e também no Brasil. No nosso país, Field vem percebendo que as duas primeiras faixas de "Need No Music" — a faixa-título e "Diamond" — tiveram resultados expressivos.

Conversamos com ele sobre esses e outros temas.


Simon, você tem 20 anos de carreira, sendo que os últimos 10 foram dedicados à criação de seu projeto solo como DJ e produtor. Fale mais sobre como se construiu a sua trajetória artística e profissional. Você era o cara dos bastidores que acabou, acidentalmente, virando performer?

Com certeza! Não comecei com a intenção de me tornar um performer. Na verdade, comecei como integrante de banda, produtor e DJ de diversos artistas. Foi nessa época que aprimorei minhas habilidades e desenvolvi meu estilo único.

No entanto, com o passar dos anos, senti a necessidade de sair dos bastidores e partilhar a minha própria visão artística com o mundo. Em uma sessão de pitching para uma gravadora, eles queriam lançar uma de minhas demos do jeito que estava, e disseram que eu poderia ser o artista! Boom!

Então, embarquei no meu projeto solo como DJ Simon Field, e tem sido uma jornada incrível desde então.


Por que esse primeiro álbum surgiu agora, com 10 anos do projeto Simon Field?

Por diversos motivos. A óbvia sensação boa de lançar um álbum, mas também de fazer uma declaração firme para marcar uma mudança de som, de expressão e arriscar mais. No formato de álbum, você se aprofunda e explora mais.

Também queria unir meus sets ao vivo com o que está nas plataformas e desenvolver ainda mais o meu som. Senti que era o momento certo para apresentar esse álbum ao meu público.


A lista de suportes de "Need No Music" conta com Benny Benassi, Chris Lake, Claptone, Joris Voorn, Paco Osuna e até o brasileiro Vintage Culture. Todos eles tocaram as suas tracks? Que tipos de feedback você recebeu, e qual o seu vínculo com esses artistas?

Com alguns eu cheguei a dividir o palco, com outros, converso pelas redes sociais, e também há os que eu nunca conheci. O ponto em comum é que minha equipe promove minha música para os canais deles. Em muitos casos, esses artistas recebem a faixa antes do lançamento, para ter algo que outros não têm.

Geralmente, eu recebo uma mensagem curta, como “ótima track, a tocarei na Pacha na próxima semana!”. Em outros casos, os suportes são compartilhados através de vídeos nas redes sociais.


As duas primeiras faixas do LP acabaram fazendo sucesso no Brasil, não é mesmo? Você sabe como ou por que isso aconteceu? E qual a sua relação com o nosso país?

A minha relação com o Brasil é principalmente através da música. Eu simplesmente amo a música brasileira. Minha faixa "Shake The Tree" foi muito bem no Brasil depois de aparecer em "Elite", na Netflix, o que me rendeu alguns fãs aí.

As duas primeiras faixas do álbum tiveram uma repercussão instantânea no Brasil, e especialmente no país, estão superando as demais. Acho que peguei na veia.


"Shake The Tree", que você compôs para a série "Elite", é o seu maior sucesso. Quando a produziu, imaginava que fosse bombar dessa forma?

De forma alguma. Essa canção veio 100% do coração e não é um hit óbvio. Na verdade, é até meio difícil entender por que fez tanto sucesso. Foi uma ótima surpresa.


Você poderia ter aproveitado a carona no sucesso de "Shake The Tree" e ter lançado um álbum, ou ao menos outros singles, no mesmo estilo. Em vez disso, você seguiu pelo caminho do funky/tech/jackin' house para seu primeiro álbum. Por quê?

Na verdade, eu continuei nessa linha com algumas músicas, como "Where Are You Now" e "One Last Secret", que tiveram resultados ok. Mas acho que se desenvolver é um dever do artista para com o mundo e consigo mesmo. É principalmente sobre seguir seu coração.

Uma grande parte de mim é funky tech house, então pensei que seria certo ter um álbum baseado nessa estrutura. Mas tenho certeza de que voltarei com a house mais melódica.


Você já tem um novo release previsto. Fale um pouco sobre o processo de criação de “Handle That” e quais as expectativas para este lançamento.

Eu faço muitas composições ao redor do mundo, mas em alguns casos, trago pessoas para trabalhar aqui em Oslo. Neste caso, o Ragdoll veio de Londres e fizemos oito músicas em três dias. Quando você trabalha rápido, você não tem tempo para pensar, você apenas segue o seu coração, e foi assim com "Handle That".

Acho que fizemos a música inteira em três horas. Só uma semana depois, quando ouvi o que tínhamos criado, pulei da cadeira: "Nós escrevemos isso?!".


Imagem de capa: Divulgação.