O produtor Vini Pistori já totaliza mais de uma década de carreira em seu currículo. Durante essa trajetória, já teve passagens em selos relevantes do mercado fonográfico como Monaberry, Connected, Paradiso, Calypso, OMENI, entre outros.
Percorrendo afinco as linhas do House e Techno em suas camadas mais melódicas, o artista começou a se direcionar, quase que intuitivamente, para o Indie Dance e Space Disco, vertentes que tem aparecido em seus trabalhos recentes, mas que também estão se mostrando fortes tendências para a música eletrônica de pista.
Seu mais recente trabalho chama-se Never End. O EP, assinado pela Secret Fusion, contém três faixas originais e um remix incrível de Juan MacLean. Os primeiros suportes já mostram um voo promissor para o release: Amê (Kristian), Alex Medina, Curses, Echonomist, Jennifer Cardini, Damon Jee são alguns dos artistas que chancelaram o projeto.
Conversamos com Vini para saber mais um pouco sobre o momento atual da carreira, além de suas técnicas e estratégias para se manter criativo.
Olá Vini, tudo bem? Obrigada por nos conceder essa entrevista. Você já tem um nome bem estabelecido no cenário, então vamos direto ao ponto: o que te motiva a começar uma track?
Fala, turma! Acho que me expressar e levar meus sentimentos através dela é o que me motiva. Algumas vezes até imagino a pista de dança quando começo a produzir. Sempre sai com a minha cara.
Às vezes quero algo mais alegre, às vezes, mais intimista, mas é engraçado, porque tem umas músicas minhas mais “quadradas” que na realidade não retratam como sou, mas gosto de tocar coisas assim e acabo produzindo. Eu mesmo, graças a Deus, estou sempre alegre e de bem com tudo, mas acho interessante dar esse toque mais obscuro (risos).
De uns tempos para cá, nota-se que você tem explorado sonoridades como o Indie Dance. O que mais te atrai nesse estilo? Você sente que realmente se encontrou dentro dessa faceta mais vintage?
Eu sempre gostei de arpeggio e acho que é uma característica do estilo, mas na realidade eu nunca me prendi a um rótulo musical pra fazer música, acaba saindo dessa forma, despretensiosamente. Encontrei minha identidade nesse meio termo de House com melodia e elementos mais retrô. Acredito por influência de muita coisa que ouvia no início, quando descobri a música eletrônica e por sons paralelos que gosto e que acabam influenciando.
E sobre a parte mais técnica da produção: quais são os equips/plugins favoritos que você mais tem utilizado nas suas músicas?
Eu utilizo bastante plugins da Native e pra fazer mix Waves e Soundtoys.
Sabemos que cada artista tem seu workflow para produzir. Como é o seu? Por onde você começa as suas tracks? E qual é a parte mais importante da estrutura na sua opinião?
Não tem uma regra, às vezes inicio com uma melodia que já estava na minha cabeça, às vezes, com um looping de bateria que vou montando e a ideia da melodia vem surgindo na sequência e assim por diante. Eu acho que a estrutura toda é importante, deixar tudo bem fluído, com começo, meio e fim.
Você teve voos interessantes como produtor, tendo assinaturas relevantes no mercado fonográfico. Qual a sua faixa preferida até aqui e o que faz dela a sua predileta?
Meu último EP na Mumbai me deixou muito satisfeito, porque é a maioria das coisas que costumo tocar no meu set. Momentos mais viajantes, outros mais dançantes e algo para o final do set. Faz ser meu predileto porque tem minha identidade ali. Consegui fazer o que gosto de tocar e que acredito que tem algo verdadeiramente meu de identidade, como um DNA.
E já que você tem curtido explorar o estilo, na sua opinião, o que não pode faltar numa boa track de Indie Dance?
Acho que em qualquer estilo tem que ter aquele algo que te faz prestar atenção, seja um efeito, um timbre específico, não tem como explicar, algo que faz você gostar da música logo de cara. Em específico no Indie Dance acho que o baixo e as melodias principais são fundamentais para dar a “cara” da sonoridade.
Sabemos que você tem hobbies paralelos à paixão pela música. A prática de esportes, no seu caso, ajuda a se inspirar na hora de produzir?
Muito! Eu acredito que quanto mais estamos em movimento, mais nos tornamos criativos e proativos em qualquer coisa que formos fazer. Então tudo flui. Tem energia circulando ali que te faz querer expressar, por pra fora, tem ânimo e vontade. Acho que muita pressão e cobrança para sair algo e ficar sentado martelando, não funciona, tem que ser leve.
Já passei por isso e afirmo que não adianta ficar naquela coisa de “eu tenho” que achar minha identidade, tem que acontecer. Pra mim tudo tem o tempo certo, Deus tem um caminho pra cada um de nós, não tem fórmula e claro, temos que sempre estar fazendo nossa parte, estar sempre preparado, assim como no esporte, sempre treinando, sempre evoluindo, aprendendo sempre, se dedicando e tentando dar o seu máximo. Assim, seus resultados serão sempre melhores.
Foto: divulgação.