Bruno Martini lança “Original”, seu álbum de estreia. O produtor e DJ também disponibiliza o clipe da faixa “Ain’t Worried”, com a participação de Luiza Sonza e Diarra Sylla. A direção é de Seven Zee.
Original“Original” é um disco tão rico em sonoridade, participações ilustres, ecletismo e tem tanto a cara de seu autor, Bruno Martini, que deveria vir com manual de instruções para aproveitamento completo. Como ainda não chegamos a esse status nos lançamentos, faz muito bem conhecer a trajetória de Bruno até chegar às 17 canções que compõem o trabalho, repleto de vozes femininas, como IZA, Becky Hill, Luísa Sonza, Diarra Sylla, Mayra e Carol Biazin.
Este é o primeiro álbum de Bruno, desde que migrou para uma carreira solo, em 2017. De lá para cá, lançou diversos singles, parcerias com Lady Gaga, Jason Derulo, Dennis DJ, Vitor Kley, entre outros, e é dono do recorde de música brasileira mais tocada no Spotify com “Hear me Now”, ao lado de Zeeba e Alok. Bruno também já viajou o mundo tocando, passando por importantes festivais, como o Tomorrowland, EDC Las Vegas e México e Tomorrowland.
Sua história começou bem antes. O pai de Bruno, Gino Martini, tem um grupo (Double You). Por influência do ambiente sonoro, ele começou a tocar violão aos 8 anos, formou banda de rock no colégio e a banda posterior, College 11, junto à parceira de longa data, Mayra, encantou a Disney. Virou seriado e Bruno desenvolveu novas nuances como artista.
Na trajetória precoce, sentiu que faltava dar vida à própria voz. Lançou carreira solo, se tornou recordista nas plataformas digitais e o destino o colocou no caminho do tão famoso quanto celebrado Timbaland. O norte-americano, que assinou obras com Justin Timberlake, Katy Perry e Madonna (para ficar em alguns), se encantou com canção de Bruno, “Living on the Outside”, e o chamou para produzirem um som juntos em Los Angeles. Era para ficar um dia e trabalharem uma canção – Bruno retornou ao Brasil com oito canções, 10 dias depois.
Foi o estalo para nascer “Original”, nomeado exatamente pelo álbum ser a cara de Bruno Martini, com parecerias com diversos artistas, e resumir bem quem é o DJ e produtor.
(Viu como era importante conhecer a trajetória resumida de Bruno Martini para aproveitar o álbum na íntegra?)
Uma das canções, primeiro single e responsável por puxar o cordão sonoro, trata de empoderamento feminino de forma leve e foi batizada “Bend the Knee”. É parceria dos dois e para o vocal chamaram Iza, que esquenta uma disco music com groove pesado nas linhas de baixo e aponta a direção do álbum sempre para o bom gosto extremo. A canção lançada em 2020 já conquistou o disco de ouro no Brasil.
Iza também assume os vocais em “Original”, primeira faixa que batiza o projeto, e que tem a marca de beats de Timbaland junto a harmonias e timbres de Bruno. Em seguida, a cantora britânica Becky Hill e o duo Magnificence emprestam seus vocais doces à tão retrô quanto dançante “Wake Up with You”.
Uma guinada para um Hip Hop certeiro surge no pop com Luisa Sonza e Diarra Sylla em “Ain´t Worried”, e uma nova virada para a sonoridade 80s acontece na parceria (antiga) com Zeeba em “Lost in Time” – tem aquele ar de new romantic que a encaixa como trilha da década.
Após o primeiro single, dois ganchos country-pop-eletrônicos são desferidos com Johnny Franco em “Skin” e “Backroom Door”. A primeira delas traz as participações de Mayra e Timbaland.
“Bad Conversation” remete a certa melancolia temática em trap sob vocal de Mayra e o clima fica solar em “Miss Summertime”, levada com Aguida. “Blurry Vision”, com Nil, traz o clássico pop eletrônico redondo e um acento de synth pop com rock alternativo é a deixa para “Peace of Mind”, junto a Zeeba.
Aguida incorpora vocal a “Dangerous” que soa sob medida para trilha-sonora de ação da década de 80, Luisa Sonza retorna em “Twilight” e Mayra canta “Albatross” e “Riot”. Na última, brada grito de guerra em vocal mais raivoso com a divisão produtiva de Timbaland.
“Say O” caminha para um R&B mais sensual junto a Jorge Blanco e o trabalho fecha com mais uma curva em U e o vocal de Carol Biazin em “Stay”.
Se depois de tantas atrações em uma obra só você não correr para escutar de cabo a rabo é bom se questionar se gosta realmente de música, pois “Original” é o maior manancial de sonoridade que o ano tem.