Por Rodrigo Airaf.

O período pelo qual passamos atualmente não é nada dos mais fáceis, e por isso mesmo não parecemos estar necessariamente evoluindo. É em momentos como este, entretanto, que artistas como Ekanta buscam nas sabedorias ancestrais e nos poderes sagrados de cura da natureza a inspiração para influenciar seus arredores positivamente com sua missão própria, levando felicidade e, quem sabe, tocar-nos em respeito ao que é essencial, o que está ali e nem sempre (por estarmos distraídos) conseguimos ver ou sentir. 

Igualmente abalada com os caminhos do mundo como qualquer um de nós ultimamente, mas impulsionada por esta vontade de busca constante pelos caminhos da bondade e da verdade, Ekanta encontrou na reconexão com as medicinas naturais sagradas e nas suas próprias vivências conhecendo culturas tribais o combustível artístico para passar sua mensagem. O resultado disso é o álbum "Vozes", que chega muito em breve, no dia 3 de dezembro, via Vagalume Records. 

Como a energia sonora primária a ser entregue a nós ouvintes, Ekanta escolheu a faixa "Ayó" — "felicidade" em Yorubá. O contexto é mais que especial: após visita a Muzumuia, em Moçambique, para apoiar o projeto Fraternidade Sem Fronteiras, a DJ e produtora sentiu a felicidade e pureza das crianças da aldeia — elas celebram tudo com música — e, junto ao seu amigo de cena e também produtor Thales Dumbra, traduziu isso tudo em uma faixa psytrance de tirar o fôlego. 

"Ayo", com seus sons selvagens entrelaçados aos belos vocais das próprias crianças de Muzumia, é o single que precedeu "Awavena", este lançado na sexta (19), para dar um contraste um tanto mais noturno a "Ayo" em suas batidas, mas igualmente espiritual em sua essência, transportando elementos de culturas indígenas para terrenos psicodélicos com uma cadência e fluidez que denotam o amor que Ekanta colocou neste projeto. 

Tudo indica que o álbum "Vozes" será um novo marco na carreira da artista. 

Ekanta está no Instagram.

Imagem: divulgação.