Prefeituras de São Paulo e Rio de Janeiro cancelam carnaval de rua em 2022
O calendário com a festa mais tradicional do país está próximo, mas várias cidades estão declinando a programação do Carnaval 2022 devido ao avanço de casos de Covid-19, sobretudo por conta da disseminação da variante Ômicron. Seguindo os passos do que ocorreu no ano anterior, pelo menos duas das prefeituras mais famosas do país já anunciaram o cancelamento de determinadas atividades dos foliões no carnaval de rua: Rio de Janeiro e São Paulo.
No caso do Rio de Janeiro, segundo Agência Brasil, a prefeitura anunciou no dia 4 de janeiro que os blocos de rua estão suspensos. Tal medida foi tomada de acordo com os dados epidemiológicos que mostram um aumento de casos de coronavírus após um período de quedas. O governo do RJ explicou que não é possível fazer controle sanitário para esse tipo de evento, como exigência de comprovante de vacinação e testes negativos para a covid-19.
"O carnaval de rua nos moldes que eram feitos até 2020, já não aconteceu em 2021 e não vai acontecer em 2022. Eu falo aqui como um prefeito que gosta de carnaval, como um cidadão, mas infelizmente a gente não pode fazer", disse o prefeito Eduardo Paes durante live.
O governante havia comentado que os desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí (Sambódromo) seriam mantidos e a confirmação ocorreu na sexta-feira, 7 de janeiro, após decisão tomada em reunião com o Grupo Técnico de Assessoramento a Eventos de Saúde Pública. Ainda, por meio de nota, o governo declarou que a situação será avaliada nas próximas semanas e haverá novas reuniões para tomadas de decisões sobre os desfiles, pois ainda não é possível "decidir sobre um evento que irá acontecer daqui a dois meses à luz do cenário epidemiológico momentâneo".
Em publicação da Agência Brasil, citando os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), incluindo Covid-19 e Influenza, a prefeitura de São Paulo anunciou na quinta-feira, 6 de janeiro, o cancelamento do carnaval de rua, determinado após reunião do prefeito Ricardo Nunes com a representantes da Vigilância Sanitária e da Secretaria Municipal de Saúde. O documento, publicado pelo governo, “aponta aumento exponencial dos casos de síndrome gripal na cidade, com números de notificações já superiores aos do pior momento da pandemia em 2021”.
No dia anterior, 5 de janeiro, o Centro de Contingenciamento do Coronavírus de São Paulo explicou em coletiva que desaconselhava a realização do carnaval em 2022 por conta do avanço da variante Ômicron, mas que a decisão deveria ser tomada pelo prefeito de cada cidade. "O carnaval pode ser analisado em dois aspectos. O primeiro são os desfiles de escolas de samba, em que a situação é parecida com a dos estádios de futebol, em que há possibilidade de controle, exigindo que todos estejam vacinados e que continuem usando máscaras. No carnaval de rua, não temos como fazer o controle, pois fica liberada a participação de todos, não tem como verificar a vacinação, e a aglomeração é imensa. É impensável manter o carnaval nessas condições", disse João Gabbardo, secretário executivo do Centro de Contingenciamento. Na mesma data, três entidades que representam 250 blocos de rua comunicaram que não participariam dos eventos.
Sobre os desfiles das escolas de samba, o assunto ainda será discutido em reunião sobre protocolos sanitários com a Liga das Escolas de Samba.
Imagem: Luis Fernandes | Pexels.