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Cris d.: a leitura como forma de inspiração e criatividade

Bloqueio criativo. Um termo que amedronta qualquer ser humano que lida com criação, com arte. Uma hora o bloqueio criativo chega para todos, já chegou para mim e também vai chegar para você. Uma tela em branco, um projeto em pedaços, aquela folha sulfite sem rabisco algum e sua mente martelando para encontrar algum caminho que seja coerente para chegar até o destino final de alguma ideia.

Mas (felizmente) há diversas formas de você vencer o bloqueio criativo ou, melhor ainda, evitar que ele chegue. A leitura é com certeza uma dessas formas — se não a mais potente — e quem tá experimentando isso na prática é o DJ e produtor gaúcho Cris d.

Ele, desde quando começou sua carreira, é reconhecido por ter uma sensibilidade singular e uma forma de trabalho bastante criativa, com produções musicais que fogem do óbvio, como a “Fox”, que traz samples recortados fazendo referência ao Pequeno Príncipe, um clássico da literatura. “Vou te deixar um segredo de presente… Só se vê bem com o coração”.

“Comecei a ler bem cedo, lembro que foi por meio dos quadrinhos quando, infelizmente pequeno, precisava ficar no hospital por problemas de saúde, aí só abriu o campo da imaginação para mim. Comecei com livros simples como contos de poesia e depois já estava inserido em diversos tipos de leitura, lembro que demorei dois meses, mas li todo o Senhor dos Anéis entre outros tipos de livros”, ele resgata.

Recentemente, Cris d. tem embarcado em outras viagens através de obras literárias que contam histórias reais e que podem ajudar muito você no estímulo da criatividade, uma delas chamada Roube Como Um Artista , de Austin Kleon. O título te chamou a atenção? Essa é justamente a intenção dele, conversar diretamente com a classe artística para passar uma mensagem que faz muito sentido. No livro, ele desfila algumas verdades como esta aqui:

“Nada é original, então abrace as influências, colete ideias, misture e reimagine para achar seu próprio caminho. Se gosta de um artista, copie-o, e copie as referências deste artista, descubra de quem ele gosta, quem ele copia, quem é a sua influência, e tome tudo isto para si. Seja este artista, até a hora que vai sentir que não está mais copiando e sim criando sua própria versão”.

Entre as duas versões disponíveis do livro, existe uma que tem total participação do leitor, no formato de diário. “Foi o que eu fiz, você participa do livro, precisa literalmente rabiscar, desenhar, colar entre outros e isso abre muito sua criatividade. Além de ter diversas dessas tarefas, ele te traz o lance de responsabilidade com elas, isso é ótimo, porque levando para o estúdio, você usa como forma de trazer novos elementos às suas músicas. Se o céu é o limite, esse livro te mostra o porquê sem dúvidas”.

Em paralelo ao livro de Kleon, outra história bastante conhecida na indústria do cinema passou a fazer parte da estante de Cris d.: Criatividade S.A.: Superando as forças invisíveis que ficam no caminho da verdadeira inspiração . O livro é de autoria de Ed Catmull, que conta a trajetória de sucesso da Pixar, estúdio de animação que assina alguns clássicos como Procurando Nemo, Toy Story e Monstros S.A — inclusive, o autor foi um dos fundadores da marca ao lado de Steve Jobs e John Lasseter, em 1986.

“O livro conta como o atual diretor administra toda a magia da Pixar, que começou lá trás com Toy Story. Fala desde histórias tensas (como a quase perda do primeiro filme inteiro) até as chaves de sucesso. É muito bom ter isso em mente, porque se comparar a tecnologia do primeiro filme com a do último, você percebe que são totalmente diferentes, mas que isto nunca deve falar mais alto que a história ou todo o encanto. Levei isso na música como um aviso: você não deve parar porque não tem synths caros ou o melhor computador, a música fala mais alto que tudo isso! Essa foi a dica essencial que levei para ser o produtor que eu sou, criatividade sempre deve ser maior que todo o resto. E ainda tem uma dica extra: emoções bem trabalhadas podem ser uma arma poderosa, afinal, quem nunca quase chorou em um filme da Pixar ou aquela música de final de set?”

Agora conta pra gente: você tem praticado a leitura? Já tentou fazer disso um hábito? Quais livros você já leu que te ajudaram a chegar em ideias mais concretas e criativas? Se tiver recomendações, é só compartilhar com a gente.