Da Dirtybird à Rede Globo: DJ Glen tem ano de expansão criativa e consolidação internacional
Se 2025 tivesse um fio condutor na trajetória de DJ Glen, ele seria a expansão – artística, geográfica e simbólica. Ao longo do ano, o artista viveu um dos períodos mais consistentes e relevantes de sua carreira, equilibrando presença internacional, lançamentos estratégicos, curadorias autorais e uma atuação cada vez mais central no diálogo entre a cena brasileira e o mercado global da música eletrônica.
Mais do que acumular datas ou lançamentos, Glen construiu em 2025 uma narrativa sólida: a de um artista que segue em movimento, fora da zona de conforto, mas profundamente conectado às suas raízes, à pista de dança e ao espírito comunitário que sempre definiu sua trajetória.
Dirtybird, Brasil e o protagonismo em uma estreia histórica
Um dos grandes marcos do ano foi, sem dúvida, a Flight Week Brasil, a primeira turnê oficial da Dirtybird no país. Em uma série de seis festas espalhadas por diferentes capitais, Glen foi o único artista presente em cinco das seis datas – um feito que traduz sua relação histórica com a gravadora, bem como sua posição como elo entre a label americana e o público brasileiro.
Curitiba, Americana/SP, Belo Horizonte, São Paulo e Recife receberam sets que reforçaram essa conexão construída ao longo de mais de uma década, desde os primeiros encontros com Claude VonStroke (fundador e ex-dono do selo) até sua consolidação como um dos nomes mais respeitados da “família Dirtybird” no mundo.
Essa relação, aliás, seguiu se fortalecendo fora do Brasil: em 2025, Glen voltou a se apresentar em festivais como o Dirtybird Campout, na Califórnia, e o Dirtybird CampINN, em Orlando, ampliando ainda mais sua presença no circuito norte-americano. Além disso, fez outras quatro turnês no país com a label, além de ter tocado por ela na Europa e em países vizinhos como Bolívia e Paraguai.
Brazilian Wave e a curadoria como ferramenta de projeção
Outro ponto alto do ano foi logo em fevereiro: a Brazilian Wave, projeto idealizado e curado por Glen no Friendship Cruise, um dos cruzeiros mais exclusivos da música eletrônica internacional. A festa verde e amarela funcionou como uma plataforma de visibilidade para artistas brasileiros diante de um público internacional altamente qualificado, conectando criadores nacionais a agentes, DJs e curadores do mercado global.
Ao assumir esse papel, o DJ reforçou sua atuação como embaixador cultural, ajudando a abrir caminhos para outros artistas e fortalecendo a percepção do Brasil como potência criativa na música eletrônica.
Música, esporte e cultura: a Corrida Integração
Fora do circuito tradicional de clubes e festivais, DJ Glen também viveu um momento especial ao integrar a trilha sonora oficial da Corrida Integração, a mais tradicional corrida de rua do interior paulista, que completou 40 edições em 2025.
Convidado pela EPTV Campinas, ele foi o representante da música eletrônica em um projeto multiplataforma exibido em TV, rádio, portais e no Globoplay. A participação reforçou a versatilidade de seu trabalho e sua capacidade de dialogar com outros universos culturais, conectando música, esporte, memória afetiva e identidade regional.
All Night Long em casa: identidade, história e maturidade artística
No Brasil, um dos momentos mais simbólicos de 2025 foi a realização de um All Night Long no Royal Garden, em Americana, sua cidade natal. O formato, que exige leitura de pista, repertório amplo e maturidade narrativa, serviu como vitrine perfeita para mais de duas décadas de carreira.
Foi uma noite que condensou passado, presente e futuro: clássicos, faixas inéditas, grooves experimentais e a assinatura de um artista que domina o tempo da pista como poucos.
Lançamentos, colaborações e novas direções sonoras
Musicalmente, 2025 foi um ano intenso. Glen lançou faixas por selos como Space Yacht, Basement 909 e reativou sua própria gravadora, a Discotech, após sete anos de hiato. O selo voltou a operar como laboratório criativo e plataforma autoral, refletindo uma fase mais livre e conceitual do artista.
Entre os lançamentos do ano, colaborações com Shady Jones, Phylozopher e Illusionize, além de projetos que dialogam com bass house, tech house, disco, electro e synth-pop, mostraram um artista inquieto, em constante reinvenção.
“Pump the Jump”: o último capítulo de 2025
Encerrando o ano, Glen lançou no último dia 03 o EP “Pump the Jump”, pela Discotech, em collab com o DJ e produtor brasiliense Drop Dealer. O trabalho reúne três faixas de bass house (“Pump the Jump”, “Perigosa” e “Demolition”) criadas de forma presencial, combinando técnicas antigas e novas, referências dos anos 90 e um design de som mais sofisticado.
Com voz criada por Inteligência Artificial na faixa-título, o EP também marca um uso cuidadoso e ético da IA em parte do processo criativo, reforçando a visão de Glen sobre tecnologia como ferramenta, e não como substituta, da sensibilidade artística.
Spoiler de 2026: DJ Glen e Vintage Culture revistam um clássico
E se 2025 já foi intenso, o futuro próximo promete ainda mais. DJ Glen está prestes a lançar, em collab com Vintage Culture, um remix de “Let’s Go Back”, faixa lançada em 2012 pelo duo holandês Kraak & Smaak.
A música original ganhou projeção mundial com o remix de Solomun e traz o vocal de Romanthony, um dos nomes mais icônicos da história da house music, eternizado como a voz de “One More Time”, do Daft Punk.
O novo remix – que sucede “Brava”, sucesso da dupla de produtores lançado em janeiro – foi tocado recentemente por Vintage em Miami, em um B2B com o próprio Solomun, indicando o peso simbólico e artístico do projeto.
Um ano para entender o tamanho do momento
Para o DJ Glen, 2025 foi, afinal de contas, um período de consolidação, expansão e clareza artística, em que cada passo fez parte de um desenho maior: o de um DJ e produtor musical que entende seu papel no presente, honra sua história e segue construindo pontes entre pistas, países, gerações e ideias.
Sobre DJ Glen
Um dos artistas mais completos e consolidados nacionalmente, DJ Glen vem da raiz da discotecagem e se expandiu pelo cenário produzindo inúmeras tracks de grande relevância global.
Indicado em 2022 como "Futuro da Dance Music" pela 1001Tracklists, Glen toca seu próprio club, seus festivais, sua gravadora, é tutor da maior comunidade de produtores de dance music do país e ainda escreve colunas para veículos de comunicação especializados.
Por gravadoras como Relief, Dirtybird, Armada, Spinnin', Musical Freedom, assinou colaborações com criadores da house music, como Chuck Roberts, Fast Eddie e Cajmere, e com astros brasileiros, como Illusionize e Vintage Culture. O resultado é uma vasta legião de admiradores por todo o mundo, e suportes que vão de Mochakk a Maceo Plex, FISHER a Claude VonStroke e Green Velvet a Tiësto.
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