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Felipe Fella e os “segredos” do excelente engajamento nas redes sociais

Por Ágatha Prado.

Em tempos em que o mundo avança no ritmo da tecnologia, a internet passa a ser um canal fundamental para a comunicação e divulgação de inúmeros tipos de trabalho. E claro, no universo do entretenimento, especialmente da música eletrônica, isso não é diferente. Nos últimos meses de pandemia, em que todos se viram afastados das festas presenciais, a internet passou do papel de coadjuvante à protagonista na vida dos artistas.

Consequentemente, as redes sociais tornaram-se o meio principal para a divulgação de materiais e conteúdos criativos, além de ser a única ferramenta que possibilitou o estreitamento de contato com o público. Dessa forma, o engajamento passou a ser o termômetro da relação do artista com sua base de fãs, seja através de materiais exclusivos, campanhas de lançamento, comunicação interativa, lives e tantos outros conteúdos e recursos que se tornaram cruciais para a manutenção de uma produtividade consistente.

O DJ e produtor carioca Felipe Fella é um dos artistas que soube usar as redes sociais a seu favor durante este período e certamente transformou o relacionamento com seu público em um ambiente de troca construtivo e interessante. Com o ritmo de produção a todo vapor nos últimos meses, Fella vem compartilhando seus resultados, entregas e realizações através de seu perfil no Instagram, gerando um engajamento fluido e prolífero com seus seguidores.

“Hoje em dia a importância que a comunicação e o engajamento possui na carreira de um artista é fundamental. Não tem como fugir disso. Se a pessoa conquista uma grande realização e não a comunica nas redes sociais, se não tem uma arte, um vídeo, um texto legal, alguma publicidade envolvida, parece que a coisa nem aconteceu de verdade. O principal tem que ser sempre o conteúdo, mas a comunicação e o engajamento é que vão fazer com que suas conquistas sejam percebidas e reconhecidas”, afirma o artista, que tem sempre uma enxurrada de comentários nas suas publicações.

Outro fator importante a ser considerado, segundo ele, é saber que a música eletrônica ainda é relativamente nova no Brasil: “Por isso nem todos os produtores são peritos no assunto ou vão saber reconhecer e entender os feitos de determinado artista. Nesses casos, os números das redes sociais e o nível de engajamento podem ter papel decisivo na decisão da pessoa em contratar tal artista ou não”, adiciona.

Com lançamentos que passaram pelos catálogos das gravadoras Criminal Hype , Loulou Records , Cr2 , Happy Techno , Ole Groove , Tropical Beats , além de um trabalho consistente através de sua gravadora Molotov21 , Felipe Fella compartilha todo esse movimento produtivo com seu público, trazendos posts interativos que vão muito além de apenas “postar por postar”.

“Hoje em dia todos os artistas estão nas redes sociais, tanto os que estão realizando muitas coisas, quanto os que estão começando suas carreiras e os que não realizam nada. Todos esses postam seus conteúdos, a diferença é que os posts dos que estão fazendo acontecer naturalmente serão mais interessantes e prenderão mais a atenção das pessoas, pois eles tem algo a dizer. Ou é sobre uma música nova, ou sobre um suporte novo, sobre uma parceria nova, uma gig e a repercussão dela, uma data confirmada para tocar, um contrato assinado numa label relevante, um convite para fazer um remix, etc. Essas são coisas que um artista deve postar, na minha opinião. Publicar somente pela necessidade de postar  não dá certo. O foco tem que ser o conteúdo, não a frequência de posts”, comenta Fella, ressaltando que  a melhor dica é : “se não tem o que informar, não poste nada. Trabalhe para ter conteúdo para postar”.

Com um perfil de Instagram que soma cerca de 9.300 seguidores e mais de 1.100 publicações até aqui, Felipe acredita que a rede social tem sido uma das ferramentas mais relevantes dentro da música eletrônica atualmente. Para ele, certos tipos de posts específicos acrescentam mais engajamentos quando compartilham uma realização profissional mais concreta. “Tenho percebido um engajamento muito maior nos posts em que anuncio alguma realização profissional. O meu post com mais curtidas no Instagram é uma foto em que estou exibindo meu contrato assinado com a CUFF, gravadora da dupla Amine Edge & DANCE. E é uma foto que praticamente não tem legenda. O engajamento aconteceu porque a informação é relevante”, explica o artista.

Construindo uma relação de confiança com seus seguidores e abrindo possibilidades para  expandir sua base de fãs, Felipe compartilha algumas dicas para artistas “low profile” e que estão começando suas carreiras agora.

“Eu indico que só postem coisas concretas. Realizações, informações relevantes. Isso gera uma relação de confiança com seu público e ajuda a impressionar e fidelizar potenciais novos seguidores. No Instagram, por exemplo, se um usuário olhar o feed de um artista novo e perceber que tem poucos posts, mas todos são relevantes, a chance desse usuário entender que aquele é o perfil de um artista diferenciado e passar a segui-lo é muito grande”.

Em resumo, segundo ele, “é muito importante não ter aquela ansiedade que faz a pessoa querer postar todos os dias”, já que não são as redes sociais que vão fazer o artista crescer, e sim o trabalho dele. “As redes são muito importantes e fundamentais para fazer com que as realizações tenham repercussão e não passarem batidas, mas são duas coisas distintas que andam juntas”, conclui.

Imagem: divulgação.