Os festivais planejados para ocorrer este ano em todo o Reino Unido começaram a esgotar desde que o governo revelou seu plano para a reabertura da economia, que visa o retorno de clubes e festivais a partir de 21 de junho.

Em declarações ao Guardian, Paul Reed, executivo-chefe da Associação de Festivais Independentes (AIF) disse: “Muitos dos nossos membros perceberam picos de vendas desde segunda-feira, o que gerou muita confiança no consumidor. Há um grande desejo por experiências ao vivo e não acho que isso seja uma surpresa. É sobre experiências comunitárias, estar ao ar livre em grupos.”

Os festivais que anunciaram os ingressos esgotados nesta semana incluem Creamfields, Reading and Leeds Festival, Boomtown e Field Day.

Após o anúncio dos planos do governo, a Ticketmaster, plataforma de venda de ingressos, viu um aumento de 600% no tráfego de seu site no Reino Unido.

O diretor do site da Ticketmaster no Reino Unido, Andrew Parsons, disse: “Tivemos cerca de dois milhões de fãs em nosso site com meio milhão de visitas ao guia Ticketmaster Festival Finder. É uma semana diferente de todas as que experimentamos em um fevereiro típico. A demanda reprimida para voltar aos eventos ao vivo é inegável. Os fãs estão prontos para compensar o tempo perdido e é simplesmente brilhante de ver.”

Em janeiro, o UK Music avisou que os festivais de música precisam de seguro de cancelamento para planejar adequadamente o andamento neste verão, sem medo de perderem dinheiro se as coisas não saírem como planejado.

Como falado em edições passadas, outros países da Europa criaram fundos de cancelamento para cobrir o custo dos eventos planejados para o segundo semestre de 2021. É o caso da Alemanha (€ 2,5 bilhões) e da Holanda (€ 300 milhões), o que também fez com que vários festivais no país esgotassem seus ingressos rapidamente.

O fundo de cancelamento do governo ainda não está em vigência no Reino Unido, com grandes eventos como o Glastonbury tomando a decisão de cancelar sua edição de 2021, o que gera preocupação na indústria, apesar da positividade em torno do pico de vendas da semana passada.

Paul Reed, da AIF, diz: “É um risco enorme para festivais prosseguirem seus planejamentos sem uma cobertura. O seguro é mais necessário do que nunca e é algo que temos defendido enquanto setor por muitos meses. O roteiro é bem-vindo, mas a temporada de festivais de 2021 não é garantida, pois ainda há chance de cancelamentos.”