- Conteúdo autoral / por Caio Pamponét -

O aumento dos custos na indústria de eventos é uma realidade crítica que vem atingindo inúmeros clubs e festivais pelo mundo inteiro. O cancelamento de shows, fechamento de casas noturnas e adiamento de eventos têm se tornado algo frequente no pós-pandemia - e a Austrália não escapou disso.

No último mês, um dos principais festivais de música eletrônica do país, o Return to Rio, teve que tomar uma atitude drástica: cancelar sua edição deste ano.

Segundo o maior jornal australiano, o Sydney Morning Herald, a decisão veio depois de um aumento absurdo de 529% nos custos para realizar eventos por lá.

Outro fator que influenciou essa inflação é o novo mandado do governo de Nova Gales do Sul, onde rola o festival. Chamado "Music Festivals Act", a nova lei permite que a administração estadual controle totalmente os preços de serviços em festivais como policiamento, necessidades médicas e muitos outros.

De acordo com informações, essa nova medida do governo se deu por eles acharam os festivais de música eletrônica em Nova Gales do Sul "de alto risco", obrigando os organizadores a pagarem por táticas de "minimização de danos", incluindo esquadrões de choque, instalações para revistas íntimas, circuito interno de câmeras, barcos policiais e áreas de interrogatório.

Os promotores do Return to Rio ressaltaram seu compromisso com a segurança e organização dos seus eventos, mas lamentaram o aumento surpreendente de taxas, tendo um gasto extra de 300 mil dólares na última edição.

A nota divulgada pelo festival ainda alerta sobre uma suposta perseguição que a cena eletrônica tem vivenciado na Austrália:

“A triste realidade é que, em Nova Gales do Sul, a música eletrônica é injustamente visada (...) E se isso continuar, só nos restarão os eventos administrados pelo governo e os festivais comerciais de megacorporações, enquanto os eventos menores, diversificados e de butique morrem"

Comunicado público da Return to Rio

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A cena de música eletrônica australiana viveu uma rica história no seu passado, sediando festivais como Stereosonic, Defqon.1, Future Music Festival e Soundwave, mas agora tem respirado por aparelhos e lutado para se manter de pé.

Esperamos que eles se recuperem para entregarem experiências ainda mais incríveis no futuro.

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Imagem de capa: Reprodução.