
Festival Não Existe traz performances inéditas para Oca do Ibirapuera, com Eli Iwasa, BADSISTA e mais
Nos próximos dias 27 e 28, a Oca do Parque Ibirapuera, um dos monumentos mais icônicos da cidade de São Paulo, será palco do Festival Não Existe. Com apresentações, parcerias e performances inéditas de grandes nomes da cena eletrônica brasileira, o Não Existe será transmitido, gratuitamente, ao vivo pelo canal da Gop Tun, realizadora do festival. A experiência pode ser vivenciada a partir de qualquer formato de tela.
“Em meio a um cenário de pandemia e isolamento social - e, consequentemente, da paralisação das festas -, o Festival tem como objetivo mostrar a inquietação das personagens da noite paulistana, que, em nenhum momento deixaram de produzir e se reinventar”, comenta Caio Taborda, integrante do coletivo que também realizou o Dekmantel Festival São Paulo. O Festival Não Existe, nesse sentido, carrega em seu DNA a relação íntima entre o artista e o processo, apresentando ao público a evolução destes diante de todo o novo cenário e de novas referências e perspectivas em apresentações inéditas, aparições raras, talks e DJ sets especiais.
Apresentações
Para celebrar a efervescência da cena, ao lado de grandes nomes da música eletrônica que fortalecem essa dinâmica proposta pelo coletivo, a Oca - prédio-monumento de Oscar Niemeyer no Parque Ibirapuera - foi escolhida como palco. O festival explora todas as possibilidades de espaço deste patrimônio histórico da cidade, com captação de ponta que, além de apresentar novas perspectivas sobre a Oca, em seu primeiro evento durante a pandemia, mostra outros aparelhos culturais e imóveis históricos do entorno do parque, conferindo mais dinamismo às performances.
Um dos destaques na programação é a apresentação inédita e exclusiva do músico Marcio Lomiranda - pioneiro do uso de sintetizadores no país - que nunca se apresentou ao público antes. Reconhecido por sua parceria musical com Alceu Valença, Ney Matogrosso, Cássia Eller e Milton Nascimento, Lomiranda cria uma trilha sonora ao vivo para o filme da jornalista, fotógrafa e filmmaker Gabriela Rabaldo.
A DJ e produtora musical paulista BADSISTA também integra o line up em apresentação singular para o Festival Não Existe. A artista, que já teve parcerias com Jaloo, Linn da Quebrada e Urias, coleciona sucessos e elogios em território nacional e internacional.
Uma das mais importantes representantes femininas da cena e DJ precursora nos anos 90, Eli Iwasa apela às suas raízes para, mais uma vez, se reinventar musicalmente, trazendo um repertório de pós-punk ao Festival. Fundadora do clube Caos, em Campinas, empresária e modelo, Eli é uma das DJs mais respeitadas no Brasil, tendo passagens por mega festivais, como Rock In Rio e Time Warp.
A programação também traz Vermelho Wonder, apresentação do DJ Márcio Vermelho e de Ivana Wonder, alter ego performer e cantora de Victor Ivanon, que trazem à Oca suas novas composições autorais, além de versões sintetizadas e soturnas para clássicos da MPB.
Outro destaque é a apresentação de Arthur Joly, considerado o mestre dos sintetizadores. Há mais de 20 anos produzindo sintetizadores e pedais, Arthur Joly presenteia os fãs da música eletrônica em rara apresentação para o Não Existe.
Também haverá apresentação do Forró Red Light, projeto formado por Geninho Nacanoa e Ramiro Galas, trazendo o forró para a realidade da música eletrônica contemporânea. A dupla apresenta um repertório de músicas próprias e remixes de clássicos do xote e do frevo. O último EP do Forró Red Light, “Tropeiros Trópicos”, foi lançado recentemente pelo selo Gop Tun.
Bate-papo
Além de apresentações musicais, a conversa “Não seria "black" toda "music"?”, com participação do historiador e DJ Gustavo Keno e as DJs Mari Boaventura e Lyz Ventura, mediado pelo jornalista e pesquisador GG Albuquerque, integra o festival.
A renomada dupla de grafiteiros Osgemeos e o precursor da cena hip hop DJ Hum promovem o bate-papo "Que tempo bom, que não volta nunca mais", que remete às origens do movimento hip hop e a ansiedade pela liberdade da época, impulsionada pelas mobilizações democráticas que colocaram fim na ditadura militar brasileira. Este momento é ilustrado pelos irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, que começaram a carreira artística como b-boys, e o DJ Hum com discos de suas coleções, mostrando também a conexão entre a cultura de rua e as pistas de dança.
Line-up
Dia 27 - início às 18h:
Arthur Joly
Espécie de Professor Pardal da música brasileira, Arthur Joly cria sintetizadores, pedais de efeito e outras traquitanas incríveis capazes de gerar ou alterar sons e instigar ouvidos. Pela primeira vez, ele tira algumas dessas máquinas de seu estúdio para uma apresentação exclusiva no Festival Não Existe.
Bate-papo: Não seria "black" toda "music"?
Lyz Ventura, Mari Boaventura e Gustavo Keno, DJs e pesquisadores musicais debatem e ilustram a onipresença negra em tudo o que ouvimos hoje em dia. Keno fala sobre as raízes do axé e do afoxé, Lyz foca no reggae e Mari discorre sobre a diáspora da música africana pelo mundo.
Live Jam com Guerrinha
Ases dos teclados, prodígio da nova geração, Guerrinha impressiona pela técnica e repertório musical fartos que carrega, apesar da pouca idade. Carioca botafoguense, o artista é dono do selo 40% Foda/Maneiríssimo.
Marcio Lo Miranda
Soundtrack Lomiranda é um dos pioneiros no país no uso de sintetizadores. Faz música eletrônica desde os anos 70, assinando trilhas para cinema, teatro e televisão, além de gravar com artistas como Marina Lima e Milton Nascimento. No Festival Não Existe, ele produz em tempo real a trilha sonora para um filme da jornalista Gabriela Rabaldo.
RHR
A arte de RHR, Ronieri Santos no RG, é uma amálgama tipicamente brasileira: bebe do funk carioca old school, do rap nacional, do forró e da capoeira, ao mesmo tempo em que conversa sobre o futuro com o techno e outros estilos da dance music. O produtor lançou o álbum pelo selo OMNIDISC, dirigido por Danny Daze em Miami, e é sócio do label Gowpe.
Vermelho Wonder
A dupla, formada pelo cultuado DJ Márcio Vermelho e por Ivana Wonder, alter ego performer e cantora de Victor Ivanon, apresenta ao vivo suas novas composições autorais, além de versões sintetizadas e soturnas para clássicos da MPB, como "Doce Vampiro", de Rita Lee.
DIA 28 - início às 18h:
BADSISTA
Alcunha da paulista Rafaela Andrade, DJ e produtora musical capaz de imprimir em seu som sua identidade de mulher LGBTQ, bagunçando as estruturas sociais vigentes. "Eu diria que a minha música é uma grande poção de música periférica do mundo inteiro, feita por mãos que tem como única saída se expressar assim".
Bate-papo: "Que tempo bom, que não volta nunca mais"
Antes de se tornarem grafiteiros famosos, Gustavo e Otávio Pandolfo eram b-boys: estavam sempre dançando break pelo Cambuci, onde cresceram, ou no metrô São Bento, berço do hip-hop em São Paulo. Quem também sempre estava por lá era DJ Hum, parceiro de Thaíde e um dos embaixadores do gênero no país. O trio relembra as histórias da época, ilustradas por discos de suas coleções.
Eli Iwasa - set especial pós-punk
Fundadora do clube Caos, em Campinas, empresária e modelo, Eli é também uma das DJs mais respeitadas do país, com passagens por mega festivais como Rock In Rio e Time Warp. No Não Existe, a artista descendente de japoneses, mais afeita ao techno hoje em dia, resgata suas raízes musicais, apresentando um set especial de pós-punk.
Forró Red Light
O projeto, formado por Geninho Nacanoa e Ramiro Galas, tem uma missão improvável: transpor o forró tradicional para o mundo da música eletrônica contemporânea. Com produções próprias e remixes para clássicos do xote e do frevo, a dupla cumpre o objetivo com louvor, vide seu último EP, "Tropeiros Trópicos", lançado recentemente pela Gop Tun.
Live-jam: Giu Nunez e Maurício Fleury
Companheiros no amor e na música, a DJ e pesquisadora musical Giu Nunez e o multiinstrumentista Maurício Fleury (Bixiga 70) juntam seus dotes em uma live-jam que mistura sintetizadores, discos raros oriundos dos quatro cantos do globo e afeto.
Rakta
A banda, composta atualmente por Carla Boregas (baixo e sintetizador), Paula Rebellato (vocais e sintetizador) e Maurício Takara (bateria e eletrônicos), mostra sua massaroca sonora tão inclassificável quanto envolvente. Prepare-se para acessar paragens sônicas nunca antes imaginadas.
O Festival Não Existe será transmitido ao vivo pelo canal Gop Tun no Youtube. A programação está disponível no site do Não Existe.
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