Pergunte a qualquer artista qual a sensação que ele sente ao terminar uma música e com certeza a resposta será a de dever cumprido. Conseguir reunir todas as ideias que você teve e elas soarem em harmonia é um grande feito, porém esta é só a primeira parte de várias etapas que são necessárias para que seu trabalho fique profissional.
Conforme a tecnologia avança, novas ferramentas são criadas e juntamente com elas, novas técnicas e processos são desenvolvidos para que se atinja a melhor qualidade possível se tratando de reprodução sonora, e é nessa hora que entram em cena dois importantes profissionais: Engenheiro de Mixagem e Engenheiro de Masterização. Sim, toda música precisa ser mixada e masterizada. Se você tem a intenção de lançar qualquer trabalho, a gravação não será suficiente para atingir uma qualidade profissional.
Para entender melhor um pouco sobre cada processo, convidamos o Engenheiro de Áudio Andre Bastos aka Bread, do Ombu Studio, de São Paulo, que explicou mais detalhes:
Mixagem
Segundo Andre, essa etapa é responsável por lapidar todos os elementos que compõem uma música. “É nessa hora que o engenheiro de mixagem começa a corrigir todas as falhas que possam ter havido durante o processo de gravação, além de organizar os elementos de uma forma que possamos sentir características específicas”, explica.
Algumas dessas características seriam a profundidade (elementos que têm protagonismo e elementos que são mais subliminares), palco sonoro (direcionamento de cada instrumento dentro da música, como se você estivesse assistindo a um show onde os músicos ficam espalhados pelo palco) e equilíbrio tonal e dinâmico (processo responsável nivelar todos os elementos da música para que nenhum soe abafado ou brilhoso demais), ou seja, na intensidade certa.
Masterização
Nessa etapa outro profissional entra em cena e basicamente repetirá os processos da mixagem, porém pensando de forma diferente. “O engenheiro de masterização é responsável por maximizar todo o trabalho que o engenheiro de mixagem criou, pensando na música como um todo, sem focar em cada elemento. Normalmente correções de equilíbrio tonal e dinâmico são o foco nesse processo, com isso o masterizador consegue atingir níveis de volume ideais para a música ali trabalhada”, explicou Andre Bastos.
Portanto, estas duas etapas são extremamente importantes e ocorrem em qualquer segmento musical, sem uma excelente mixagem e uma excelente masterização as chances de se ter uma música veiculada por uma gravadora por exemplo caem drasticamente. Serviços de streaming como Spotify e Tidal trabalham com níveis de volumes específicos – e diferente entre eles – enquanto plataformas de venda como Beatport e Bandcamp possuem outros níveis e se você for veicular sua música em formato físico como o vinil, novamente níveis de volumes diferentes.
Para finalizar, Andre afirma: “Se você músico produtor quer ter uma qualidade profissional em suas músicas e ainda não dispõe de ferramentas e conhecimentos para alcançar um resultado satisfatório, contratar esse tipo de serviço é essencial”.