Nova campanha ‘Justice At Spotify’ reivindica aumento de royalties e mais transparência para a gigante dos streamings
O Union Of Musicians lançou uma campanha contra o Spotify, onde aproximadamente 10.000 artistas já assinaram a petição pedindo por práticas mais éticas dentro da plataforma. Basicamente, a “Justice At Spotify” pressiona em várias mudanças no modelo como é feito esse pagamento aos artistas. “O Spotify é a plataforma mais dominante no mercado de streaming”, ressalta UOM. “A empresa continua agregando valor, mas profissionais da música em todos os lugares recebem pouco mais do que centavos pelo trabalho realizado.”
“Com todo o ecossistema da música, principalmente no ao vivo, em risco devido à pandemia, trabalhadores dependem sobretudo do fluxo de renda. Pedimos ao Spotify que ofereça mais pagamentos de royalties, transparência em suas práticas e pare de lutar contra os próprios artistas. ” A lista com demandas também pede um centavo por fluxo de música, que atualmente gira em torno dos US$ 0,0038, bem como modelo de pagamento centrado no usuário. O Sindicato ainda destaca uma maior transparência, exigindo que sejam divulgados todos os contratos fechados, detalhes das receitas, esquemas de payola existentes e incluídos todos os créditos em cada obra.
Finalmente, a União exige que o Spotify interrompa todas as disputas legais buscando taxas menores de royalties. Músicos, produtores, promotores e coletivos, incluindo nomes como Volvox, DJ LAG, Discwoman, Tomu DJ, Moor Mother, The Carry Nation e INVT assinaram a petição da UOM. Parte da crítica ao Spotify tem a ver com esse padrão de pagamento que privilegia artistas consagrados e pelo modelo pro-rata valoriza excessivamente faixas mais populares. Por outro lado, focar mais no feedback de usuários, pode permitir que parte dos royalties pagos mensalmente por eles sejam distribuídos corretamente aos artistas.
Em julho, o CEO do Spotify, Daniel Ek, minimizou as crescentes preocupações sobre essas polêmicas práticas de pagamento da empresa em uma discussão com a Music Ally, onde ele disse: “É bastante interessante que, enquanto o número de músicos vem crescendo e mais e mais pessoas podem adentrar pelo streaming, acabamos nos concentrando em um conjunto muito limitado de artistas.” Para mais informações sobre a iniciativa, acesse o site do Union Of Musicians.
Sobre o autor
Douglas Anizio
Redator da Play BPM, Freelancer e graduado em Administração. Um eterno apaixonado por Música Eletrônica.