“Não são muitos os trabalhos que você pode beber enquanto trabalha ou é permitido. Se você começar a beber em seu trabalho, seu gerente deve cuidar de você rapidamente”, elucida Klas Bergling sobre o DJ e produtor sueco que se suicidou ano passado aos 28 anos, Avicii. Expressando que estava muito preocupado com o bem-estar de seu filho, tentou em mais de uma ocasião intervir, com o total apoio de sua equipe, amigos e familiares e até ajuda profissional, mas admitiu que tinha efeito limitado.

O pai do artista participou do International Music Summit Ibiza e ressaltou a importância de reconhecer e tratar os primeiros sinais de deterioração da saúde mental, ansiedade e depressão para artistas e para os que trabalham na indústria da música.

Foi Pete Tong, da BBC Radio 1, que entrevistou Klas, exercendo grande sensibilidade e seguindo sua própria homenagem emocional a Avicii. Durante a entrevista, Klas homenageou seu filho e delineou algumas das áreas que podem ter contribuído para uma deterioração de seu estado de espírito, apontando para um cronograma punitivo, falta de sono, pressão para se apresentar e abuso de álcool, contribuindo para a depressão e a ansiedade.

“A vida como DJ e as viagens onde você não descansa… Você viaja muito e dorme menos. A pressão é grande dependendo do indivíduo, algumas pessoas lidam com isso perfeitamente, outras não”, completa.

Durante sua carreira de sucesso, a Avicii sempre teve um forte interesse em caridade e já havia apoiado muitas iniciativas sociais, incluindo a luta contra fome, iniciando uma turnê sem fins lucrativos para DJs, “House for Hunger”, com outros DJs de alto nível. Ele também apoiou campanhas contra o tráfico de pessoas e a violência de gangues.

Para celebrar a vida de Tim e continuar seu legado, a Fundação Tim Bergling foi criada em 26 de março de 2019, financiada exclusivamente pelo patrimônio deixado pela Avicii. Trabalhando internacionalmente, mas começando inicialmente na Suécia, a fundação tem como objetivo educar as pessoas e empresas sobre as questões que cercam o suicídio e a saúde mental, também com foco nas mudanças climáticas e espécies ameaçadas, causas muito próximas do coração de Tim.

Na sequência da sua entrevista, Klas juntou-se a uma conversa mais ampla intitulada “Debate sobre crise e saúde mental”. Ele foi acompanhado pelo renomado artista de música e ativista em saúde mental Professor Green, o estimado DJ e produtor Luciano, DJ Sasha e muitos outros profissionais da indústria e profissionais de saúde. A discussão centrou-se no que a indústria da música poderia fazer para proteger a saúde de todos aqueles que trabalham nela.