Vamos sair um pouco da esfera do eletrônico. Da música em geral. A matéria não atinge apenas a cena eletrônica, muito menos a musical em geral. Trata-se de uma discussão que abrange toda a nossa sociedade e o Play EDM traz pra você.
Vamos falar um pouco sobre a questão das drogas, mas em específico a maconha. Os Estados Unidos é, atualmente, um dos países que tem mais avançando nesse ponto. Juntos com outras nações, como por exemplo o Uruguai, a discussão acerca da legalização do cannabis causou algumas mudanças na legislação desses países.
Na semana passada, o projeto de lei que prevê a legalização da maconha foi votado em mais nove estados americanos. A droga foi liberada para uso recreativo na California (casa do Coachella), em Nevada (casa do EDC Las Vegas) e em Massachusetts. Florida (casa do Ultra Miami), Dakota do Norte e Arkansas também permitiram o uso da maconha, mas apenas para fins medicinais. Em Montana, os políticos aprovaram uma ação que remove as limitações no uso do cannabis nos remédios. Já no estado do Arizona a lei não foi aprovada, e em Maine a discussão ainda não chegou ao fim, sendo o resultado final esperado nos próximos dias (última atualização: 8 de novembro).
Notem que não falei abertamente a favor ou contra de uma legalização, o elogio aos Estados Unidos e à outros países foi simplesmente pela questão de trazer o assunto à tona, trazer para o debate, para a discussão e, mais importante, para os holofotes. A questão das drogas é algo muito sério é precisa, sim, ser discutida (e muito). Há maneiras alternativas e, quem sabe, mais eficientes, de combater essa guerra que vivemos diariamente. E, infelizmente, essa discussão passa longe do Congresso brasileiro.
É hora de entendermos que as drogas não fazem parte apenas da realidade de alguns. Para os fãs de música eletrônica, quem nunca escutou comentários como: “Essa música é coisa de drogado” ou “Só se drogando pra aguentar isso”. Pelo menos, na minha realidade, esse tipo de discurso não é raro. Enquanto isso, o narcotráfico corre solto pelas cidades, e fazem inúmeras vítimas, sejam elas fãs de música eletrônica ou não. As drogas movimentam um mercado muito grande, e, consequentemente, muito lucrativo (alguém aqui viu Narcos?). Mas para onde será que esse dinheiro está indo? Para boas mãos, podem ter certeza que não. Os usuários são excluídos, taxados como viciados e marginalizados por uma sociedade que se diz ‘‘sóbria”. E como pode se elaborar uma política de saúde pública eficiente para algo que, na teoria, as pessoas são proibidas para usar? O buraco é muito fundo e, mais que isso, muito preocupante. Os problemas são muitos e a discussão é pouca.
Os Estados Unidos vem mostrando um outro olhar sobre o assunto, um olhar de que proibir pode, nem sempre, ser a melhor maneira de se enfrentar um problema. Sendo a favor ou contra a essa questão, é extremamente importante que haja debate para que haja progresso. Não podemos fingir que esse assunto não tem uma importância e ficarmos fechando os olhos para nossos problemas. Seja você fã de música eletrônica ou não, seja você usuário de drogas ou não, não podemos fingir que não há nada que possa ser melhorado em um sistema que já provou ser ineficaz. Como dizia Gabriel O Pensador:
Fica ai o espaço para essa discussão. Fiquem ligados para mais artigos assim!