Manter-se no topo competitivo por anos já é complicado. Imagina por décadas. Esse é o desafio do produtor musical e cultural Raul Mendes, mais conhecido por Pirate Snake.
Mas você deve se perguntar: produtor musical e cultural? É exatamente nisso que se baseiam os 20 anos de atuação de Raul, que começou a tocar em 2001 e, alguns anos depois, a produzir eventos pela deficiência do setor em sua cidade.
Em paralelo a sua carreira artística, que desde o início já passou por algumas trocas de pele, Raul sempre atuou de forma direta no crescimento e posicionamento da cena da música eletrônica de Brasília. Talvez, se não fosse por ele, os maiores artistas do mundo não teriam tocado por lá, e novos nomes também não teriam passado pelo município. Ele fundou o festival Federal Music e é sócio produtor da Xxxperience Brasília, Warung Brasília, Future Space Festival e inúmeros outros eventos. Além disso, foi curador artístico dos maiores clubes que já passaram pela cidade.
A parte artística de Raul, que desde 2001 vem sendo aflorada, começou com Psytrance, que era o que o DJ e produtor tinha acesso na época, mas sua alma sempre esteve ligada à House Music. O despertar começou em 2007, após assistir e se emocionar inúmeras vezes com o DVD “Big Beach Boutique 2”, do Fatboy Slim. Mas foi somente após uma viagem para o Tomorrowland da Bélgica, uma temporada em Ibiza e em algumas outras cidades europeias que Raul voltou decidido a fazer o que estava surgindo com força por lá: EDM e Progressive House. Sendo assim, ele foi o pioneiro do segmento em sua cidade e um dos primeiros do Brasil, tocou em todas as edições brasileiras dos festivais Tomorrowland, Ultra e em várias edições da Xxxperience, Federal Music, Universo Paralello, e inúmeros outros festivais, bem como em clubes e tours internacionais.
Entre 2017 e 2018, Raul já estava fazendo um som bem mais “tranquilo” e focou no Tech House. Só que a “conta não fechava”, pois seu nome estava muito ligado e estigmatizado ao EDM, o que atrapalhava em algumas contratações. Foi quando levou um ultimato do diretor artístico do Green Valley: aquela seria a última participação de Raul Mendes como Raul Mendes. Foi, então, no palco alternativo do clube, o UNDERLINE_ que ele tomou coragem de fazer o que estava desenhando a algum tempo: sua mais nova troca de pele.
Em janeiro de 2019, lançou o projeto PIRATE SNAKE, que mesmo com pouco mais de dois anos - sendo 15 meses deles dentro de uma pandemia, sem shows -, ele conseguiu assinar com várias das maiores gravadoras do planeta, como Spinnin’ , Toolroom, Night Service Only, Hub, Smash The Hoise, Box Of Cats, Kitball, Hood Politics, Rawsome, Low Ceilling, LouLou e muitas outras, atingindo o até o momento mais de 3,5 milhões de streaming em somente uma plataforma, o Spotify.
E o melhor ainda está por vir: Raul está só esperando o retorno efetivo para soltar oficialmente o que ele chama de Pirate Snake 2.0. Portanto, fique de olho nesse projeto, porque “a cobra vai fumar”.