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Recapitulando o TomorrowWorld 2015

Neste último fim de semana tive o prazer de poder ir ao TomorrowWorld, para fazer a cobertura completa para a Play EDM, onde me encontrei com milhares de fãs de música eletrônica e aventureiros à procura de uma viagem para longe da realidade. Pela terceira vez consecutiva, vivi a magia em Chattahoochee Hills, Georgia. Como um veterano do festival, pude comparar as melhorias e apontar as falhas desse incrível evento. O início do fim de semana prolongado prometeu cinco dias e quatro noites cheias de felicidade, o que era o tema deste ano, The Key of Happiness (A chave da Felicidade).

Porém, o que alguns participantes experimentaram foi muito menos do que isso. Uma série de chuvas durante a quinta-feira, sexta-feira e sábado deixou os 8.000 acres do evento em um completo caos. Áreas da Dreamville foram atoladas na lama, enquanto muitos caminhos e seções do recinto do festival foram considerados inutilizáveis. Três dos palcos de alta produção foram fechados no domingo, e as estradas utilizadas para entrada e saída do festival também foram fechadas por razões de segurança no final da noite de sábado. Após as celebrações do sábado, milhares de participantes que não estavam hospedados no Dreamville foram praticamente presos pela lama, incapazes de chegar em casa por horas. As mídias sociais foram inundadas com reclamações sobre o que agora é conhecido como o “#TomorrowWorldDisaster”.

À luz de toda a cobertura negativa, pode parecer que TomorrowWorld 2015 foi um dos maiores fracassos na história dos festivais de música eletrônica. No entanto, muitas pessoas felizes diriam o contrário. Sim, muitas pessoas experimentaram dificuldades infelizes, principalmente no sábado à noite após o festival. Sim, muitas pessoas no Dreamville esqueceram de verificar o tempo e não foram se prepararam para o volume de chuva pesada. E sim, o próprio TomorrowWorld não estava adequadamente preparado, apesar da previsão do tempo dizer que viria chuva para esses dias semanas antes do festival começar. Mas milhares de pessoas, “People of Tomorrow” (Pessoas do Amanhã), deixaram o festival com sorrisos em seus rostos e muitas boas memórias.

O TomorrowWorld é conhecido por sua produção de outro mundo, de conto de fadas, que te transporta além do reino da realidade. Assim foram as edições de 2013 e 2014. Em 2015, eles não deixaram a desejar. Os palcos foram bem maiores do que os das versões anteriores. O palco principal do The Key of Happiness era bem mais alto que o Arise of Life de 2014, além de estar todo decorado com fascinação, repleto de partes que se moviam, capturando sua atenção. Para todos os lugares que você olhava, algo de novo surgia. Artistas fantasiados estavam espalhados por todo o festival, dançarinos vestidos decorativamente enfeitavam os caminhos entre os palcos, as áreas de descanso e praças de alimentação. Lasers, luzes, confetes, bolhas de sabão e névoas de gelo seco caiam sobre as 50.000 pessoas e encantavam ainda mais as apresentações de seus DJs favoritos; uma magia que chegava a hipnotizar.

Muitos foram para o TomorrowWorld para ver os seus DJs favoritos no palco principal, como Tiesto, Afrojack, ou Martin Garrix. Mas outros artistas, menos conhecidos, adicionaram como sempre nesse festival um toque exótico à experiência mágica do fim de semana. Amantes do Techno ficaram reunidos nos palcos sob as tendas, experimentando às escuras as batidas persuasivas de artistas underground, enquanto amantes do bass passavam os dias no palco “biblioteca” perdendo suas cabeças em drops sensacionais. O melhor e mais inovador foi o palco sobre o lago, chamado de Thomas Jack, somente com artistas de Tropical House. Nele se apresentaram nomes como Watermat, Klingande, Sam Feldt, entre outros. Essa ideia foi inédita no TomorrowWorld, onde a cena do Tropical house ganhou mais espaço.

Toda a vibe dentro do festival foi positiva. Pessoas desconhecidas ajudavam as outras no Dreamville, criando laços de amizade por todos os lados. Se alguém precisava de um casaco de chuva, assistência, ou mesmo uma bebida, companheiros de Dreamville estavam prontos para oferecer qualquer coisa para aliviar a experiência para outros participantes com toda a chuva. Estranhos se tornaram amigos na pista de dança por conversas aleatórias sobre quase nada ou simples olhares e trocas de energia positiva. Algumas pessoas alegaram até que conheceram o amor de suas vidas durante o período do fim de semana. Nada supera a sensação de calor que você começa a sentir quando chega ao TomorrowWorld, onde todo mundo vem em paz.

A variedade de barracas de comida e foodtrucks foi incrível. No Dreamville, além do já conhecido conhecido mercado, existiam foodtrucks étnicos com comida latina, indiana, entre outras; algo novo e interessante que agradou a muitos. Dentro do festival, a variedade de diferentes comidas ia da asiática ao simples X-burger, tudo de ótima qualidade e incrível gosto.

Muitos podem não ter percebido, mas havia uma variedade de tesouros escondidos espalhados por todo o festival, que só se podia encontrar se alguém procurasse o suficiente. A piscina especial para os VIPs com vista para o palco principal patrocinada pela companhia de telefonia celular T-Mobile. Bares free-standing foram espalhados em todo o festival, cada uma com seus próprios temas decorativos, artistas e trabalhadores em trajes enfeitados. O Dreamville tinha seu próprio conjunto de lugares originais, incluindo salões de beleza, bares, casas de massagem, e até mesmo um concurso onde você poderia jogar para ganhar uma chave que abria baús com prêmios exclusivos, como com todas as despesas pagas para viagem ao Tomorrowland Brasil de 2016.

Por fim, mesmo que TomorrowWorld seja o festival irmão do Tomorrowland original da Bélgica, você pode com certeza obter a mesma sensação de paz mundial, onde pessoas de países em guerra ou rivais abraçavam-se para curtir a música. No TomorrowWorld, assim como no Tomorrowland, pessoas de todas as regiões do mundo vêm para experimentar um pedaço da magia em Chattahoochee Hills. Esse festival te faz sentir quase como se estivesse realmente na Bélgica, com a quantidade de cultura e viajantes internacionais. Mal posso esperar para a edição do TomorrowWorld 2016 com o tema “Melodia”. A música é verdadeiramente o que nos une – “Music Unite Us All” .