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Como os países planejam recomeçar a cena da música ao vivo

- Por Caio Pamponét -

Na expectativa otimista na reabertura da economia mundial, alguns países começam a traçar diretrizes para um provável retorno de clubes, pequenos eventos e até mesmo festivais.

O gradual e cauteloso retorno da cena de eventos ao vivo já é realidade em países como a China e Coreia do Sul, esta última, entretanto, enfrentou recentemente uma nova onda de infecções por COVID-19 no país logo após a flexibilização em medidas como a reabertura de clubes.

É evidente que, em uma proporção global, é completamente sensato considerar que grandes festivais e eventos de maior proporção só retornem efetivamente com a presença de uma vacina.

Ainda assim, vários governos ao redor do mundo já delinearam planos em várias etapas para “reiniciar” a cena de música ao vivo juntamente com a economia local, como você pode ver abaixo.

IRLANDA

O novo projeto do país, o “Roadmap For Reopening Society & Business”, foi possivelmente o primeiro plano de recuperação da pandemia no mundo a abordar especificamente os festivais de músicas. Nele está delineado cinco fases de retorno com duração de até três semanas cada. De início, um distanciamento social ainda muito rigoroso será eminente, permitindo que apenas pequenos grupos de até quatro pessoas socializem ao ar livre e à distância de outros. Gradualmente, as pessoas poderão começar a realizar eventos ao ar livre sentados, até chegar na etapa final (prevista para 10 de agosto), onde festivais, eventos e outros encontros sociais de massa poderão ocorrer.

Isso irá possibilitar que festas de grande proporção como o Electric Picnic Festival ocorra, festival com data marcada para setembro que conta com a participação de grandes nomes da cena eletrônica, como The Chemical Brothers, Jeff Mills, ANNA e Bicep.

ALEMANHA

Alguns clubes de Berlim, como o ‘Sisyphos’, estão reabrindo nas tardes como ‘beer gardens’ (áreas externas onde o público pode consumir bebidas e alimentos), operando com uma licença de condução de atividades, isto é, rígidas regras foram impostas para que esses estabelecimentos funcionem adequadamente. Música é permitida, é claro, mas não é autorizado dançar (complicado, não?); e, além disso, a maioria desses bares fechará por volta das 22 horas. É noticiado que outros clubes da capital, como o ‘://about blank’, também têm planos de reabrir parcialmente, embora mais detalhes ainda não foram informados. No mais, eventos acima de 5.000 pessoas estão proibidos até 24 de outubro em todo o país.

INGLATERRA

O Ministério do Interior do Reino Unido divulgou recentemente um documento de 60 páginas chamado ‘Our Plain To Rebuild’. Nele é incluído um plano de três etapas para a eliminação gradual do lockdown no Estado, com a primeira fase já iniciada, a segunda com previsão de começar só após 1° de junho, e a última com altas probabilidades de dar início a partir de 4 de julho. Pubs e restaurantes, por exemplo, abrirão parcialmente na terceira etapa. Entretanto, também foi declarado que alguns locais que se mantém lotados e onde pode ser difícil decretar um distanciamento adequado, por enquanto, ainda não poderão reabrir, ou, se ocorrer, terão que garantir segurança e funcionar com espaço reduzido.

O plano mencionou ainda que mesmo com a permissão de atividades ao ar livre e em alguns espaços (ainda mantendo um distanciamento social), a reabertura de “instalações cujo objetivo principal é a interação social (como é o caso dos clubes), só seja possível significativamente mais tarde, dependendo da redução do número de infecções”.

ESTADOS UNIDOS

Algumas localidades americanas, como Austin, no Texas e Springfield em Kentucky, estão iniciando esforços elevados para reabrir bares e casas noturnas. Com a concentração mundial de infecções e óbitos localizados em cidades como Nova York e Los Angeles, a flexibilização das medidas de distanciamento social nestes epicentros será realizada em etapas, e é bastante provável que clubes e bares serão um dos últimos estabelecimentos a retomarem o seu funcionamento.

AUSTRÁLIA

Com menos de 10.000 casos de coronavírus notificados, a Austrália está considerando a reabertura da economia. Após algumas reuniões realizadas, certas flexibilizações foram inseridas em alguns estados e, segundo a ‘Australian Broadcasting Corporation’, o Falls Festival anunciou que sua edição de ano novo acontecerá com uma line-up exclusivamente australiana. Ainda assim, o diretor médico do país declarou que as diretrizes de distanciamento social provavelmente permanecerão em vigor até o surgimento de uma vacina. Além disso, Ken West, co-fundador de um dos maiores festivais do continente, o ‘Big Day Out’, afirmou que qualquer evento neste ano irá enfrentar uma batalha para conseguir a liberação.

HOLANDA

Após anunciar que “eventos de massa a nível nacional” só poderão retornar com a existência de uma vacina (leia aqui ), o Ministro da Saúde Pública da Holanda afirmou que a partir de 1 de Junho, salas de salas de concertos e teatros, no entanto, serão autorizados a retomar em grupos de 30 pessoas, com lugares previamente reservados e mantendo o distanciamento social. Em seguida, grupos de 100 pessoas poderão se reunir a partir do dia 1º de julho.

ESPANHA

O plano espanhol de relaxamento gradual do lockdown (leia aqui ) foi idealizado em “fases” , e é esperado que cada uma delas dure aproximadamente duas semanas e as regiões só avançarão de etapa se cumprirem os critérios e recomendações.. A partir do dia 11, restaurantes e bares foram liberados para utilizarem 30% de seu espaço aberto.

Os eventos de música devem poder retornar na segunda fase, ao final deste mês de maio, nos quais “eventos culturais” poderão ser realizados em locais fechados desde que utilizando 30% da sua capacidade, com no máximo 50 pessoas; ou ao ar-livre com permissão de até 400 pessoas (desde que sentadas), implementando medidas de distanciamento social.

Para a fase final, prevista para 10 de Junho, restrições serão relaxadas ainda mais em bares, teatros e locais culturais, embora ainda mantenham certas políticas de limitação da capacidade.

DINAMARCA

As fronteiras do país continuam fechadas para estrangeiros, mas teatros e zoológicos começarão a abrir a partir do dia 8 de junho. Quanto aos clubes, bares e pequenos locais de eventos, estes precisarão esperar até, pelo menos, o início de agosto para reabrir.

TAIWAN

Na capital do país, Taipé, um novo clube que estava fechado desde 19 de março reabriu recentemente e já tem encontros agendados. O ‘Pawnshop’ irá realizar uma comemoração com duas festas seguidas nesta semana. Esse é um dos vários exemplos do recomeço de eventos presenciais que está ocorrendo em Taiwan nos últimos dias. Mesmo localizado bem próximo à China, o país estagnou em torno de 400 casos com apenas 7 vítimas fatais, e isso foi possível graças a agilidade e eficácia do governo local em combater a propagação do vírus no país.

CHINA

Os negócios na China, assim como os clubes e bares, foram autorizados a abrir as suas portas durante o mês passado. Alguns clubes e casas de eventos que estavam fechados desde o final de janeiro reabriram recentemente ao público com uma realidade completamente distinta dos tempos de antes da pandemia. Para saber mais sobre este retorno, leia a nossa matéria aqui .