Como Redu X tem dialogado com o comercial e o underground de forma precisa?
Por Ágatha Prado.
Do Tech House mais comercial para o Techno underground. É possível transitar entre esses dois mundos de uma forma precisa e equilibrada? É o que o DJ e produtor paulista Redu X vem provando.
Daniel Oliveira, o nome por trás de Redu X, antes mesmo de lidar de forma mais profunda no universo da discotecagem e da produção, vem de um histórico que auxiliou a construção de uma bagagem musical mista e versátil. Ele já participava do background da cena eletrônica como videomaker e por isso acompanhou de perto a trajetória de nomes como Vintage Culture, Chemical Surf, Victor Ruiz, Boris Brejcha, Liu, Bruno Furlan e Future Class, assim, o hall de influências bem diversificado acabou fazendo parte de sua identidade musical, seja como produtor ou DJ.
Ao vasculharmos sua discografia, é notável a presença evidente das atmosferas ambivalentes tanto do Tech House mais dançante, que vem do cenário mais mainstream, como também da sensibilidade mais profunda do Techno melódico, que se faz presente nessa mistura criativa de Redu X. Por essa identidade fluida, ele já conquistou suportes de nomes como Erick Morillo, na track “We’ve The Bomb”, Vokker e HAAS, além da ajuda e parceria de Ownboss, players que são referências na cena mainstream.
Um exemplo deste alinhamento equilibrado pode ser visto na faixa “Bad Burn”, lançada no início do ano pela sua gravadora inner.art, onde o produtor desenha uma combinação de elementos que levam vocais suaves, com grooves mais marcantes do Tech House, porém com synths que já remetem às densidades características do Progressive e do Techno Melódico.
Já em seu mais recente single, “Adrenaline”, que saiu na última sexta (24) também pela inner.art, ele mergulha mais fundo dentro das camadas mais circunspectas do Techno, sem deixar de lado a conexão melódica. Conferindo um peso maior à faixa, com synths mais tensos, preenchimentos mais introspectivos e vocais de Verônica Emschermann, Redu X prova que sabe equilibrar os pólos opostos de uma maneira criativa e coerente, desenhando um ponto de encontro interessante entre a suavidade dos grooves e as densidades melódicas mais sérias.
Imagem: divulgação.