
Areia de praia, coqueiros, lago artificial, grandes montanhas. Essa é a paisagem que você tem na Prainha, que fica entre Campinas e Valinhos, no interior do Estado de São Paulo. O local já foi sede de grandes eventos, mas infelizmente vai fechar as portas para uma grande reforma. Não há informações sobre o que acontecerá com o local após a conclusão das obras.
Diante dessa situação de incerteza, e sabendo do enorme carinho que o público da música eletrônica tem pelo local, a Kaballah realizou no último final de semana uma festa de despedida que ficou para a história da região de Campinas, que tem recebido grandes artistas do Brasil e do mundo.
O local, além de já contar com a sua conhecida paisagem paradisíaca, recebeu alguns pequenos ajustes para ficar de vez com a cara da Kaballah Deep on Beach, codinome dado ao evento que faz tour pelo Brasil desde o ano passado.
A pista foi dividida em duas partes, a pequena área VIP e o espaço maior para a pista. O palco, todo branco em suas laterais, era em algumas parte de alto relevo. Em alguns momentos, a iluminação da festa se juntava com o brilho dos fogos de artifício, que saíam tanto de trás do palco quanto do lado oposto da festa.
O lineup contou com uma surpresa de última hora. O DJ Justin Jay não pôde se apresentar na festa por motivos particulares, e no lugar dele, escalaram ninguém menos que o garoto Zerb, produtor do remix “Faded”, que ainda contou com a colaboração de Vintage Culture. A troca foi bem aceita pelo público.
As principais atrações da noite, Shiba San, Vintage Culture, e Chimical Surf trouxeram o que há de melhor na atualidade, com relação ao gênero deep house. O francês subiu ao palco no momento em que a lua começava a destacar-se em meio à noite escura do local. Uma união mais que perfeita, já que o Shiba San é conhecido pela sua logo, que é o rosto de um lobo.
A outra novidade no line foi que, com a saída do americano Justin Jay do lineup, o live set de Vintage Culture ganhou mais uma hora, e com isso a galera pode presenciar uma apresentação histórica do Lukas, que em 3 horas soube mostrar perfeitamente o porquê de ser considerado o garoto sensação do deep house nacional.
O duo Chemical Surf foi outro que logo de cara mostrou a que veio. O set teve um bônus duplo! O primeiro foi a extensão do live set do duo; antes era previsto apenas duas horas de apresentação, mas sem aviso prévio, os garotos tocaram por 2h43. E não pararam por aí – após a ultima música tocada, “Moby”, o duo voltou à pickup para tocar um bis, já que a galera não quis arredar o pé da festa.
A nossa equipe chegou ao local por volta das 13h – 1 hora após o inicio da festa. Constatamos que o público foi bem fiel ao evento Kaballah Deep on Beach, além do já conhecido público de Campinas, conhecemos pessoas que vieram da Capital Paulista, Baixada Santista e até de Limeira… O evento realmente ficou pra História do Estado. Com duas horas de festa, a organização do evento já registrava a entrada de mil pessoas, conforme informações que a produção nos passou. As pessoas que chegaram cedo, não encontraram filas para entrar no local; a agilidade utilizada com a nova tecnologia de ingressos que a produção colocou no evento contribuiu muito para isso.
A bad fica por conta dos preços, que continuam a ser o mais preocupante em festas de música eletrônica. Na Kaballah On the Deep a maior surpresa e decepção do público ficou por conta do preço da água de 510ml, que custou R$ 10,00 a unidade. Um valor que podemos considerar abusivo, já que este produto pode ser encontrado a menos de R$ 2,00. Ainda assim, para eventos fechados, entendemos que essa prática é “comum”, por isso a dica é cobrar no máximo R$ 5,00 por uma água, né?
Sobre o autor

Renan Fernandes
28 anos, fotógrafo e jornalista que fala sobre política, sociologia, filosofia e música.
Últimas notícias

Mais um projeto brasileiro embarca rumo aos Estados Unidos para turnê inédita

Hot Parade celebra 12 anos como referência da cena eletrônica na Baixada Santista com Kolombo, Fran Bortolossi, Elle Kosh e muito mais neste sábado (10)
