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REVIEW: Saiba como foi o Universo Paralello #14

Inicialmente achávamos que seria um festival como qualquer outro, mas o Universo Paralello conseguiu nos surpreender em todos os sentidos nos seus intensos 7 dias de evento.

Muitas pessoas já haviam comentado sobre a magia e os perrengues do festival, mas o que encontramos lá foi muito além de qualquer expectativa.

É claro que surgiram algumas dificuldades, afinal a praia de Pratigi, localizada em Ituberá BA, onde acontece o UP, é uma região muito simples e de pouca infraestrutura. Como todo mundo sabe, a água do festival e das casas é de mangue, o sinal de celular quase não existe, tem que andar muito para chegar nos palcos e conviver com poeira todos os dias. Mas isso não torna o festival menos interessante, muito pelo contrário, depois que você chega na festa, todo o sacrifício é recompensado.

Há também muitas coisas que facilitaram nossa vida por lá, como os bugies e pau de arara, que ajudaram a diminuir um pouco as distâncias, e a oferta de wi-fi para os que não dispensavam internet – que não funcionava muito bem, mas resolvia.

A famosa fila para pegar a pulseira na entrada do evento nós não encontramos. Nesta edição foi ampliada consideravelmente a quantidade de funcionários que evitaram essa situação. Foi implementado também o sistema de cartão recarregável ( cashless ), que era mais seguro e facilitava o consumo durante o evento.

O festival acontece numa larga extensão da orla da praia de Pratigi, são 5 palcos na beira do mar, além do Mainfloor (palco principal) que ficava num espaço enorme um pouco mais afastado da orla. Existia uma grande praça de alimentação, com opções para todos os gostos e poucas filas. Comemos uma parmegiana de carne sensacional! Sem falar no Açaí que era muito bom! Além dos quiosques e bares que ficavam ao lado de cada palco, que permitia fazer um lanche e curtir a festa ao mesmo tempo. Gelo não era vendido, mas era fornecido para as bebidas consumidas no bar. A entrada no festival com água e gelo é permitida, mas dependendo da quantidade pode ser cansativo carregar esse peso nas longas caminhadas entre palcos e no acesso ao evento.

Haviam muitas lojas com diversos artigos diferentes, opções de roupas, acessórios, lembranças, artesanato e objetos decorativos, com preços pra todos os tipos de bolso. O camping era imenso, tinha barraca em todo lugar, desde a entrada do festival até as áreas próximas aos palcos. Os banheiros eram bem simples, feitos de madeira, e constantemente limpos pelos funcionários, mas devido à grande quantidade de pessoas utilizando, no final do dia acabava sendo um incômodo por causa do cheiro. Haviam vários locais de banho e eram compartilhados, não havia nenhuma separação e nem privacidade. A maioria das pessoas faziam uso com roupa de banho e cada um precisava levar seus itens de higiene pessoal. Além disso contava com posto médico 24h (mas em determinados horários atendiam somente emergências), equipe salva-vidas, farmácia, guarda volumes, stand de informações, cozinha comunitária e espaço para recreação infantil.

O primeiro palco se chamava Tortuga, não era muito grande, mas tinha um design incrível. Em forma de um polvo gigante e seus tentáculos cobrindo a pista de dança, era um palco democrático, que recebia desde os Djs mais novos na cena como os mais experientes também. Tocavam vertentes variadas, entre Hip Hop, Trap, Drum’n Bass e House Music.

O Palco 303, que também era na orla da praia e já possuía uma estrutura maior e ornamentada com panos coloridos que formavam diversos mosaicos. Tocava as vertentes Psy trance e Space Tribe. Quando chegamos Goa Gil estava tocando (um dos pioneiros do psy trance), e acredite se quiser, um set de 24 horas de duração!

O Chill Out era um palco mais tranquilo, onde era tocado músicas para relaxar e dançar. Tivemos o privilégio de curtir um nascer do sol neste palco ao som de uma música com sonorização da natureza. Uma vibe e visual sem igual! Ficamos perplexos.

O Palco Paralello vem para quebrar um pouco o estilo da musicalidade eletrônica do festival, trazendo artistas do cenário nacional como Lenine e Gabriel O Pensador, em uma estrutura de palco para shows. Até mesmo Funk carioca foi possível curtir neste palco, além de Rock, Rap, MPB.

O palco circulou era um palco pequeno e em toda a sua volta haviam cabanas ornamentadas com locais de descanso que eram confortáveis e aconchegantes. Nesse palco havia diversas oficinas de teatro, capoeira, circo, aulas de dança e oficinas voltadas também para o público infantil. Era um espaço dedicado a manifestação da cultura em vários sentidos.

O Palco UP Club era bem grande! Também cheio de ornamentações com panos e estrutura que fazia sombra em quase toda sua extensão, o que era um alívio por causa do sol. Como era na orla da praia ventava bastante e aliviava o calor. A noite ficava mais fresco, mas não fazia frio, era o horário perfeito para curtir a festa. O que mais chamou a atenção neste palco, e não tem como não reparar, foi a grande estrutura montada em formato de cabeça de índio com penas coloridas, onde ficava a cabine dos Dj’s. À noite eram projetadas imagens que davam a impressão de que o índio se movimentava; incrível! Nesse palco tocavam vertentes de “low bpm” como House, Techno e Minimal, com apresentações dos Dj’s Alok, Bhaskar, Boris Brejcha, Vitor Ruiz, Dnox & Beckers, Elekfants, e muitos outros nacionais e mundiais. O set do Gabe foi um dos mais irados que curtimos.

Finalmente o Mainfloor! Também com decorações com panos que formavam mosaicos coloridos, o palco principal da UP é o maior de todos. A noite as luzes o tornavam o palco mais bonito, com uma megaestrutura e um som muito forte e de qualidade. O Trance é a vertente que prevalece, com apresentações dos Dj’s Astrix, Infected Mushroon, James Monro, Labirinto, Ekanta Jake, Vegas, Vini Vici, Swarup (fundador do festival) e os maiores representantes do trance mundial. Este era o único palco que não estava na orla da praia, durante o dia o calor era grande e ventava menos! Mesmo debaixo das tendas e nas sombras da estrutura montada, era muito quente e havia mais poeira que os outros palcos. Mas isso não nos impediu de aproveitar o Mainfloor, haviam chuveiros disponíveis para se refrescar e bares extensos (e sem filas) para hidratação.

A vibe do lugar e das pessoas contagiava e a proposta de desprendimento do festival nos abraçava. Todos os “perrengues” são relevados e em meio a música eletrônica, mar e poeira, a sensação do festival é sentida quando se repara que todas as pessoas ao redor são iguais e compartilham do mesmo sentimento. Que é o da fraternidade, amor, gentileza, respeito a natureza, valorização das coisas simples da vida como a companhia de nossos amigos e o visual paradisíaco de um por do sol ao som de uma boa música. Isso são apenas algumas coisas que conseguimos mensurar aqui nesse Review, de uma infinidade de outras que existem por lá. O sentimento é de GRATIDÃO pela oportunidade de ter vivido um pouco desse Universo Paralello.

Texto de Gabriel Cardoso e Karolinne Araujo.