Como sempre a Laroc nos surpreende a cada abertura! Sempre com um line-up de ponta, estrutura impecável e memórias sensacionais. Melhor do que nós mesmo fazermos esse depoimento, conversamos com um cliente da Laroc que deu seu parecer muito justo e sincero.
Sem mais delongas, vamos ao review que Victor Montandon fez da noite:
“Acho mais do que justo eu dar aqui o meu depoimento do evento do Oliver Hüntemann após eu descer a lenha na escolha de Illusionize pra compor o line. Bom, vamos lá.
Primeiramente vamos falar sobre Techno. Comecei a dar real atenção a vertente há pouco mais de 1 ano atrás, após a minha melhor amiga me arrastar para ver Marcel Dettmann na D-Edge. Me comprometi a prestar atenção nos detalhes e evolução da música, que em muitas vezes acabam sendo sutis demais para quem não conhece o som e acabam rotulando a vertente como sendo “mesma música a noite toda”. Pois bem. Eu até aquele momento era aquele cara bem eclético que adorava gritar e pular com big room, explodir em emoção com tropical house e viajar com euro trance.
Continuo amando essas vertentes e valorizo muito o que cada uma proporciona. Mas naquele dia fui apresentado a um som sério e sem grandes emoções, porém rico em detalhes e tão bem construído que estimulavam a mente de uma forma muito única. Fiquei encantado com esse poder do techno e comecei a pesquisar um pouco mais, descobrindo um mundo gigantesco com envolvimento de todos os tipos de sentimentos. A partir daí entrou o gosto pessoal pra favoritar as pontas que mais me identificava, e hoje minha paixão pelo techno cresce a cada dia. Contextualizando, estava anestesiado numa inércia musical mesmo percebendo uma repetição de músicas a cada festa que ia, até que confrontei com uma situação digamos ideal para conhecer uma vertente que, desde então, só tem me surpreendido. O por que dessa história? Pois foi justamente esta oportunidade que, na minha opinião, a Laroc deu aos que estavam ali sem saber quem era Oliver Hüntemann.
Estava total sem companhia para ir a Laroc, em grande parte devido ao Illusionize estar na lineup. Confesso que também não me identifico com o som dele, mas reconheço a importância que ele tem na cena em oferecer um som que diverte MUITA gente. Mas enfim, seria apenas uma hora e meia de um som que não curto e outras nove horas e meia de pura alegria, então decidi ir mesmo sozinho. Procurei uma van, fiz amizade com o pessoal e logo percebi que eu era um dos únicos que não admirava o som do Pedrinho. Hehe. Não menos surpreendente, muitos nunca tinham ouvido o som do Hüntemann, o headliner oficial da noite.
No momento que Illusionize entrou, a pista estava ficando extremamente entupida, como nunca havia visto antes. Nisso resolvi comer churros pra passar o tempo, e de lá dos foods trucks conseguia sentir a energia do público a cada drop que ele soltava. Nos minutos finais do set, retornei pra dentro e encontrei um lugar habitável para curtir o Oliver, que recebeu a pista pelo Illusionize de uma forma muito humilde, ambos se reverenciando. O clima da Laroc mudou a partir daí, dando lugar a uma atmosfera sombria e requintada que o som do Hüntemann proporcionava.
O restante da noite foi conduzido de forma também impecável pelo Davis, Eudi e Silvio Soul, onde cada um mostrou um tipo de techno visivelmente diferente um do outro. Parabéns pela curadoria, Laroc! Foi, ao meu ver, um belo showcase de algumas vertentes atuais do techno. Uma apresentação muito bem feita para um público onde muitos não haviam tido tanto contato com este tipo de som ainda. E como fiquei sozinho em diversos momentos, pude facilmente interagir com as pessoas a minha volta e perceber que a grande maioria ali se conectou totalmente com a música.
Terminado o evento, conversei com o pessoal da van e a opinião foi praticamente unânime: Este foi um evento de techno e ninguém estava esperando que seria um som tão bom. Muitos saíram surpreendidos e com interesse em explorar mais. Dado isso, concluí que essa foi uma das Laroc’s de maior sucesso pra mim, mesmo que eu não me simpatize com uma das atrações principais. Pois além de ter mostrado um techno de primeira nas nove horas e meia de festa, vocês conseguiram cumprir a missão nobre de uma casa noturna, que é a de expandir a mente do seu público mostrando música de qualidade que foge da zona de conforto das pessoas. Isso em um ambiente ideal com sound system impecável e iluminação/pirotecnia totalmente de acordo com a música. Não deixe a peteca cair, Laroc! Está lindo demais! Só amor por esse lugar.”
FOTOS: Gui Urban