Nos dias 12, 13 e 14 de outubro, aconteceu no Rio de Janeiro a segunda edição do Ultra Brasil (nesses novos moldes). Nós do Play BPM estivemos lá e vamos contar aqui como foi a nossa experiência. Se liga:
Começamos nossa jornada do Ultra Brasil de uma maneira diferente e bem “insana” em 2017. Como muitos que acompanharam nossa cobertura LIVE pelo stories do Instagram e pelo Facebook, nós fizemos uma parceria com a empresa que organiza pacotes para os melhores festivais chamada CLUB TRIP INSANA. Ficamos hospedados em um hostel muito legal no Arpoador, a exata uma quadra da praia no posto 5 de Copacabana.
Quando chegamos, o quarto já estava arrumado e a choppeira ligada para começarmos o esquenta para o primeiro dia. As refeições, café da manhã e almoço também estavam inclusas, o que facilitou muito a logística. A qualidade das acomodações e da comida era ótima!
A quinta-feira do Ultra começou com muita música boa, pois os organizadores do Trip Insana também contrataram um ótimo DJ para tocar durante o esquenta, com um sistema de som muito bom. Logo interagimos com a galera do grupo e já era hora de partir para o primeiro dia. Junto no pacote Trip Insana estava incluso o transporte de ida e volta em vans executivas com ar-condicionado para o Sambódromo, onde aconteceu o festival. Por estarmos em Copa/Arpoador, chegamos rapidinho ao festival, o que foi muito agradável.
Para quem quiser conhecer melhor a empresa e ficar por dentro de viagens para festivais do mundo inteira, acesse: http://www.facebook.com/clubtripinsana
Sabe-se que atualmente, a marca “Ultra Music Festival” tem mais de 45 eventos/festivais em mais de 20 países espalhados pelos 5 continentes. O evento retornou ao Brasil para sua segunda edição consecutiva no Rio de Janeiro (nesses moldes), começando dia 12/10 até dia 14/10. Above & Beyond, Alesso, Armin van Bureen, Steve Angello, David Guetta, Adam Beyer e Nic Fanciulli foram alguns dos grandes artistas que vieram para se apresentar no festival e tocaram para cerca de 90,000 pessoas, quando considerados os três dias do Ultra Brasil.
A organização das estruturas do evento claramente foi mais eficiente se comparadas com a edição de 2016. Principalmente pelo fato de tudo ter sido planejado com bastante antecedência e não cerca de três dias antes do evento, como ocorreu na edição passada devido aos entraves político-burocráticos dados pela prefeitura. Mas infelizmente, não ficamos totalmente livres disso.
No segundo dia, sexta-feira (13/10), a prefeitura vetou o fechamento da rua que passa no meio da avenida do Sambódromo, das 17hs as 19hs. Isso causou um enorme transtorno e atraso nos set times, modificando a ordem de alguns palcos. Isso chateou muita gente, que havia se programado e acabou perdendo alguns DJs. As informações foram mal dadas pela organização e tudo parecia ser vago. Um verdadeiro descaso com o público pagante.
Independente disso, a festa foi maravilhosa. A “avenida” do Sambódromo foi muito bem ocupada por várias opções de comida em food trucks e claro, a loja de produtos oficiais do Ultra.
O palco Resistance, que era o primeiro a ser avistado pelo público, logo na entrada do festival, estava muito elegante, com uma estrutura semi-círculo “em lona” e paineis de led pelas paredes, imitando a versão de Miami (bem menor em suas devidas proporções).
O UMF Radio já estava bem mais imponente e estruturado que ano passado. Bem melhor localizado (no antigo espaço do palco Resistance em 2016), com muitos bares e passagem facilitada aos banheiros.
O Mainstage parecia ser um pouco maior do que o do ano anterior, mais com menos LED. Contava som com o incrível soundsystem padrão Ultra, que é um dos melhores no circuito de festivais. Com as áreas VIP localizadas em ambos os lados (fixadas nas arquibancadas), a vista do público não ficava comprometida. Bares e banheiros em ótima localização e com poucas filas.
Alguns sets nos chamarão à atenção. Vamos à eles, separados por dia.
Quinta-feira (12/10):
O primeiro foi o a maestria de Armin no palco principal, deixando todos de boca aberta. Ele simplesmente tascou o Trance na galera com poucas intrusões “comerciais”. Para os amantes do gênero, isso foi um deleite.
O Play BPM aprovou e muito! Rs. Nicky Romero e Marshmello também marcaram presença com sets definitivamente originais, com muitas tracks autorais.
Naquela mesma noite, antes de Armin, o palco UMF Radio contou com muitos expoentes do cenário nacional, como Dubdogz, Bhaskar e SEVENN que levantaram a galera do Brazilian Bass e Bass House.
O esperado B2B de Sasha & John Digweed apartou os corações dos amantes do underground, assim como o set impecável de Jamie Jones. O Resistance stage abriu os trabalhos com muito Techno e Tech House de qualidade.
Sexta-feira (13/10):
Não tem como começar a descrever esse dia sem comentar a aparição de Anitta no palco principal durante o set do DJ e produtor sueco Alesso.
Independente dos gostos musicais ou se de fato a track dos dois é boa ou não, foi um grande feito para um artista/cantora brasileira em conseguir essa façanha. Nesse sentido, foi muito legal poder presenciar esse momento.
Mas quem realmente roubou a cena do mainstage foi o duo holandês W&W. Com um set energético e cheio de Big Room, o duo pareceu agradar e muito a multidão, que não parava de pular. Nessas horas que nos perguntamos se de fato o EDM morreu, pois parece que não. Knife Party e Malaa agradaram o público com seu som mais diferente, mesmo com o problema de terem cortado o som no meio da madrugada.
Já o palco UMF Radio veio com o Trance raiz pra galera. Os sets de Gouryella (Ferry Corsten) e Aly&Fila chamaram a atenção. Mas quem roubou a cena foi Ilan Bluestone, um dos mais esperados, estreando em solo brasileiro.
No Resistance, que havia começado as 17hs normalmente, os sets mantiveram o horário e o público foi agraciado com um encerramento de tirar o chapéu. O B2B entre Paco Osuna e Adam Bayer, que já haviam tocado mais cedo naquela noite. Uma verdadeira aula de música eletrônica.
Sábado (14/10):
Esse dia foi o mais pesado. Não só por ser o terceiro consecutivo de festa, mas o quarteto de encerramento do palco principal foi algo surreal. Sander van Doorn fez um set impecável com o melhor de seu som, surpreendendo muitos que achavam que ele iria apelar pro lado comercial.
Logo depois The Boss, Steve Angello tocou um set que chamamos “raiz sueca”, só com os clássicos e suas batidas. Claro, tirando o momento mais imprevisível do festival todo, quando o sueco, considerado por muitos um dos mais renomados produtores da atualidade, flertou com funk do MC LIVINHO!. Ele usou atrack do funkeiro “Fazer Falta” como break, e soltou o drop de “Lights” – Steve Angello & Third Party. Fãs “puristas” consideraram esse feito como uma espécie de sacrilégio, uma heresia contra a música eletrônica. Outros viram que Angello quis “brincar” com os fãs presentes do Brasil, demonstrando senso de humor na escolha da track.
Em seguida Above & Beyond trouxe todo o seu romantismo e sentimentalismo transvestido de um Trance melódico que tocou os corações da Marquês de Sapucaí. Um set memorável e inesquecível. Como sempre, esses DJs ingleses deixam sua marca por onde passam e conseguiram fazer ainda melhor do que seu set em 2016 (o que já era difícil).
Por fim, o rei do EDM, o revolucionário da cena mundial, o DJ e produtor francês David Guetta encerrou o terceiro dia e o festival com o melhor de seu repertório. Sendo essa sua única apresentação no Brasil em 2017, ele não deixou a desejar e claro, terminou com uma queima de fogos que ficou guardado na memória.
No UMF Radio, o melhor do Psy Trance e Prog rolou com muitos adeptos. Skazi ganhou o destaque por também encerrar o palco com clássicos e deixar a galera exausta.
Por fim, no Resistance, Joseph Capriati ganhou a noite com um set imepcável que mexeu com os “undergrounders”. The Martinez Brothers e Richie Hawtin também deixaram suas marcas. Um deleite completo para os amantes do Techno.
Vimos inclusão social. Foi também nessa edição do Ultra que o cadeirante Tiago Pinto, que veio de Fortaleza, roubou a cena e nos mostrou que a real essência da música eletrônica é o respeito, a inclusão e a tolerância. Erguido por amigos e pessoas que estavam ao lado, ele curtiu minutos no ar, sendo alvo de inúmeros vídeos que não pararam de surgir na internet.
Temos que considerar que nem toda problemática é culpa dos organizadores do evento, principalmente sabendo do caráter burocrático e, quem sabe, dúbio da atuação de algumas autoridades locais. Essa falta de organização deixou muitos insatisfeitos e questiona até a realização do Ultra Brasil no Rio de Janeiro em 2018.
Não podemos deixar de citar os inúmeros casos de furtos dentro do festival, e o sentimento de falta de segurança. Isso não deveria ser assim, ainda mais se tratando de um festival desse porte. Mas infelizmente essa é a realidade. Não nos conformamos que você tenha que se preocupar com seu celular de 5 em 5 minutos ao invés de curtir e se entregar a música. Fica aqui o nosso desabafo.