Você já estava de olho no Ultra Music Festival 2021 e esperando o início das vendas, certo? Em vez disso, o Ultra está entrando com uma ação judicial decorrente do festival cancelado do ano passado.

Na semana passada, o Event Entertainment Group, empresa controladora do Ultra, entrou com uma ação em Miami contra a AG Production Services, Inc.

O Contrato

O Ultra tinha um contrato que pagava à empresa de palco mais de US$ 1,5 milhão para construir, administrar, supervisionar e remover a iluminação, o vídeo e os palcos do festival.

Antes da realização do festival, o Ultra havia pago à empresa US$ 798.808,50 quando o acordo foi assinado. O restante era pago na época do festival e depois.

O Cancelamento

Quando Miami forçou o cancelamento do Ultra, devido à pandemia, o festival enviou à empresa encenadora uma carta exigindo o reembolso do depósito. O Ultra contou com uma cláusula de “força maior” no contrato. Resumindo, trata-se de uma ocorrência de “ação divina” que impossibilita a execução do contrato e permite o cancelamento sem penalidade.

Esse tipo de cláusula entrou em jogo para milhares durante o COVID, mas nem sempre elas funcionam. Na verdade, este contrato continha cláusulas de força maior e parece que a AG Events o está violando.

A AG Events disse ao Ultra que já havia gasto todo o dinheiro em folha de pagamento, equipamento de aluguel, transporte, custos de hotel e custos de viagem. Ultra contesta os custos de viagem, hotel e transporte porque o pessoal e o equipamento da AG nunca vieram a Miami.

A Event Entertainment (Ultra) processou a AG Events por quebra de contrato e enriquecimento sem causa. Morgan & Morgan é a empresa que representa o Ultra neste caso.

Os Documentos

Embora nada disso seja muito surpreendente neste ponto, o que vale a pena olhar são as provas do processo. O Ultra firma o contrato com sua empresa de palco, algo que raramente vemos. O mais interessante é o detalhamento dos custos das etapas.

A megaestrutura conhecida como Resistance é bastante cara. A estrutura em si custa US$ 480.000, com iluminação e vídeo custando outros US$ 349.000. O palco principal é, na verdade, construído por outra empresa, então não temos o preço total aqui. No entanto, a iluminação e as telas de vídeo do palco principal custam US$ 441 mil. A etapa mundial custa menos de US$ 300k no total.

Em carta, o prefeito de Miami explica que um “evento de força maior ocorreu”, confirmando que o festival seria fechado para 26, 27 e 28 de março de 2021. Embora não saibamos o que o futuro reserva para o Ultra, isso ainda não é o fim.