Os fãs de Trance são considerados um dos mais dedicados da cena eletrônica e a Insomniac sabiamente aproveitou-se disso, trazendo o que eles tanto buscavam. O emblemático evento, DreamState, ocorreu pela primeira vez em 2015, com sold out em algumas horas.
Com o sucesso eminente, a marca expandiu-se, primeiro para São Francisco e depois Austrália e México. Além disso, os amantes do estilo estão satisfeitos com palcos e decorações desenvolvidos especialmente para o festival, além da presença dos nomes mais renomados do gênero.
Depois de um ano, o aguardado retorno ao NOS Events Center, em San Bernardino, finalmente aconteceu e ainda com dois dias de festival. Os portões abriram às 17hs no horário local da sexta-feira, dia 25/11.
Como disse Pasquale e sua equipe, a continuidade do DreamState está servindo para testar a força do Trance na América, transformando-o numa experiência totalmente imersível, com 4 palcos diferentes, repletos de características singulares. O tema desse ano foi “Terraforming Our New Society” (Formando a nova sociedade da Terra) e a mensagem foi seguida à risca.
O palco Vision por exemplo, teve a decoração geometricamente ordenada. Telas triangulares e efeitos de LED envolveram a multidão, com uma temática futurista. O espetáculo foi além das atrações sensacionais e performances tecnológicas. Os sets multifacetados, que alcançaram todos os níveis emocionais, trouxeram com integridade o ideal desejado pela organização.
Um dos pontos altos foi a apresentação do Pure NRG, encerrando a sexta com melodias poderosas como “Falcons”, incluindo detalhes inovativos. O recém-chegado ao Future Sound Of Egypt, Nico Zografos teve seu set estendido em razão do não comparecimento de Allen & Envy, substituindo-os de maneira fantástica, com uma seleção musical digna. John Askew e Will Atkinson dominaram o palco no sábado, com o estilo Raw e Tech Trance.
O palco Sequence foi dedicado inteiramente ao Psy Trance, subgênero de menor popularidade que está começando a ganhar notoriedade em eventos de larga escala agora nos Estados Unidos. Com DJs de peso como Vini Vici e Astrix, esse palco apresentou a decoração mais tecnológica no geral. O pequeno espaço, simulava uma nave espacial, colocando os decks no topo brilhante, cercado de LEDs.
O crescimento do Psy nas Américas nos últimos anos foi encorporado no palco Sequence. Nas duas noites o público marcou forte presença, enchendo a pista, com fãs animados, procurando um som mais experimental. Vini Vici, Astrix, e Astrix & Ace Ventura, sob o projeto Alpha Portal, levaram todos à loucura durante uma boa parte do sábado. Avalon encerrou a noite com um set autêntico, no estilo Full-On, algo que há dois anos atrás era uma experiência inimaginável.
Já o palco Timeless abrigou uma série de lendas do Trance, com uma audiência entusiasmada e conhecedora do assunto. A produção foi mínima, mas isso tornou-se relevante, diante da música que era a peça central. Visuais psicodélicos lançaram brilho às pequenas tendas, com sorrisos e passos frenéticos ao som de clássicos como “Airwave”, do Rank 1 ou Helsinki Scorchin, do Super 8 & Tab, tocados por artistas como Binary Finary, Talla 2XLC, e Richard Durand.
O detalhe especial foi que esse era o único palco onde os DJs foram contemplados com um Extended Set de duas horas, permitindo-os proporcionar uma boa nostalgia. Diante dos sons “Old School”, uma energia positiva foi transmitida ao longo do fim de semana pelos participantes. Isso prova que tudo o que é necessário para que algo resista ao tempo é a simplicidade bem trabalhada.
Por último, o Dream Stage completou o espetáculo em todos os aspectos. O palco principal contou com nomes como ATB, Paul van Dyk, Rank 1, e Aly & Fila, que dominaram o ambiente, encantando os ouvintes com uma alternância entre clássicos autorais e tracks envolventes. Acompanhados de novos talentos como Ben Nicky, que trouxeram misturas ecléticas, como Tech Trance e Psy, o palco mostrou toda a variedade do line-up.
Por se tratar de um hangar aberto, o Dream apresentou baixas temperaturas, que não foram o suficiente para desanimar o público amontoado, abraçados, cantando com paixão, enquanto as tracks tocavam suavemente nos speakers. A experiência de fato foi como um sonho para todos que testemunharam os grandes talentos. Naturalmente, esse palco apresentou os sets mais bonitos e elaborados em torno de seu potencial máximo. O som era claro e bem articulado, acompanhado do show de luzes, com diversos lasers que brilhavam constantemente durante as duas noites.
A expansão do DreamState, que já é cogitada, nada mais é do que a resposta positiva do público ao longo das edições. E se depender deles, isso já está garantido. Uma marca que está ganhando notoriedade e importância dentro da Imsomniac, demonstra todo seu potencial e já deixa expectativas para as próximas edições. O sucesso do evento com certeza passa pela ótima estrutura, line-up impecável, visual de tirar o fôlego, luzes e um ótimo público.
Depois desses dois dias históricos nos Estados Unidos, nos resta esperar e acompanhar de perto a trajetória e rumos que o festival pode levar.
Imaginem um DreamState Brasil?