Contando até com track enredo, o primeiro bloco eletrônico de São Paulo, o Unidos do BPM, sai mais um ano às ruas para agradar os foliões amantes da e-music. Com concentração às 16h do dia 10 de fevereiro, o bloquinho partirá da Praça da Sé, no cruzamento do marco zero da cidade com a Rua Venceslau Braz, e percorrerá o centro velho – Pateo do Colégio, Rua Boa Vista, Líbero Badaró – com dispersão na Praça do Patriarca às 22h.
Bruno Mattos, idealizador do evento, revelou que sempre gostou de carnaval, e a ideia do bloco surgiu em plena folia: “Passei alguns anos do carnaval em Salvador e tinha um dia com bloco de música eletrônica; quem tocava era o Fat Boy Slim. Eu achava aquilo sensacional. Até que um dia eu falei ‘meu, vou fazer um desse em São Paulo’”.
Anos mais tarde, quando o folião se tornou DJ, começou a criar as próprias festas para poder tocar. “(…) ninguém me conhecia e ninguém ia me chamar se eu não conseguisse fazer um nome para tocar nas festas, aí comecei a fazer as minhas”, contou. “Então eu lembrei da ideia do bloco: em São Paulo não tem nenhum bloco de eletrônica, eu posso ser o primeiro, vou fazer mesmo!”, completou. Sem perder mais tempo, descobrindo a burocracia de criar um bloco, realizou o processo e ganhou da prefeitura a autorização para colocá-lo em pé.
Ele contou que no início era apenas uma brincadeira, um encontro entre amigos no centro para se divertir e tocar. “Comecei a divulgar e aí repercutiu tanto em São Paulo que no dia do evento deu mais de 20 mil pessoas e no segundo ano deu mais 30/40 mil. Para este, em 2018, nossa expectativa é de 50/100 mil pessoas”, explicou.
“Repercutiu muito, foi muito legal. Depois disso geraram vários outros blocos de música eletrônica (…) então hoje o carnaval de São Paulo virou praticamente o carnaval de música eletrônica”, analisou o idealizador. Ele ainda contou que tem como meta levar o bloco para outros estados. Este ano o desfile aconteceu, também, em Brasília, no dia 3 de fevereiro, com uma aceitação grande da galera. “A gente tem em mente levar para o Rio de Janeiro ano que vem, estamos negociando Salvador também, e talvez Belo Horizonte; iniciamos algumas conversas. Acho que por enquanto vamos trabalhar com esses três lugares”, revelou sobre as intenções de 2019.
Bruno explicou sobre a seleção de DJs do evento: “A gente vive uma cena, respira isso. Eu sou amigo de muitos DJs em São Paulo e como o bloco não tem patrocínio, é um movimento meio que de resistência, a gente pede sempre para a galera que está envolvida, que toca junto na noite, pra tocar no desfile”. Ele contou que a ideia é fazer acontecer e brincar na rua em pleno carnaval. “(…) é bem assim um acordo nada muito formal”, contou. As pick ups da festa vão contar com Renato Cohen, Benjamin Ferreira, Marco Boragina (Berlim/Brasil), Bruno Matos, Fábio Varga e João Bernd. O after, é claro, vai rolar a partir das 23h no Plu Bar.